terça-feira, 30 de setembro de 2014

A VERDADE SEM COMPLEXOS

Nos textos que ocasionalmente escrevo sobre Angola as minhas críticas por vezes duras vão essencialmente para os Angolanos do partido do Governo e para todos aqueles que o suportam e aplaudem sejam eles brancos ou negros, muito embora o possam fazer por razões diferentes. Angola como país geográfico não tem culpa dos escroques, corruptos e hipócritas que o habitam ou vomitam e bolsam ofensas soezes e racistas para quem tem a ousadia de fazer críticas sobre certos textos, fotos ou comentários que são publicados no Facebook nas páginas onde ex-residentes nessa colónia se manifestam. Nas redes sociais, abrem-se corações dilacerados e vertem-se lagrimas de profundo sofrimento, manifestam-se emoções e saudosismo sobre o país onde nasceram ou passaram imensos anos das suas vidas. Há pessoas que jamais conseguirão incinerar esse passado que as atormenta e corrói as entranhas. Pessoalmente sou autóctone dessa ex-Província Ultramarina mas isso apenas me concedeu a naturalidade, uma vez que a nacionalidade Portuguesa essa nunca a perdi. Hoje envergonho-me de ter nascido num país que expulsou e roubou um dos seus naturais, por causa da cor da pele, porque colonialista nunca fui, nem nunca enriqueci ou explorei angolanos fossem brancos ou negros, pois sempre trabalhei para terceiros. As pessoas em geral tendem a esquecer ou ignorar que o racismo tanto existe de brancos em relação a negros como vice-versa, e quando este último se manifesta é sempre feita de forma violenta, selvagem e animalesca e como provam os acontecimentos no norte de Angola em 1961 quando o terrorismo liderado pela UPA, mais tarde FNLA atacou pela calada da noite os fazendeiros na Província do Uíge causando uma autentica carnificina. Nunca perdoarei ou esquecerei aquilo que os angolanos me fizeram, pois quem não se sente não é filho de boa gente. Nada devo a Angola, antes pelo contrário, tenho um saldo credor enorme, pois os ladrões dos angolanos apropriaram-se indevidamente dos meus bens. Gostaria de saber se hoje o Governo Português nacionalizasse todos os bens que os angolanos detêm em Portugal incluindo contas bancárias, com a finalidade de indemnizar tudo aquilo que foi roubado aos retornados em 1975, quando estes se viram forçados a abandonar o país para salvar as suas vidas, como é que estes reagiriam perante uma medida destas. É absolutamente legitimo que muitas destas pessoas tenham rancor a Angola, que como país não tem culpa mas tem o governo do MPLA que se apropriou do poder ilegitimamente em 11.11-1975 sem eleições e com a colaboração e patrocínio do Governo Português da altura. Pessoalmente como quem não deve não teme jamais me calarei, pois não tenho que agradar nem a Gregos ou Troianos. De certo modo entendo os portugueses brancos que vivem hoje em Angola e que não querem causar muitas ondas, pois não estão lá por gostarem ou por solidariedade para com os angolanos, mas sim para sacarem os dólares que lhes são pagos pelas empresas que os contrataram, e posso garantir-lhes que nenhum lá investirá nada do que ganha como nós os retornados estupidamente fizemos. As empresas privadas portugueses passados uns meses de lá terem investido já sacaram 10 vezes mais do que o dinheiro que inicialmente para lá levaram. Sejamos honestos e digamos a verdade de uma vez por todos sem complexos ou engulhos. A grande maioria dos retornados apenas sente saudades de Angola, das ruas e cidades, prédios onde viveram e alguns do país onde nasceram e labutaram. Os angolanos que se desenganem pois não sentimos saudades de vocês, mas também sabemos que eles não as sentem por nós, pois se assim fosse não nos tinham expulso do seu país. Portanto não nos enganemos mutuamente com hipocrisias e chamemos os bois pelos nomes. Estamo-nos positivamente nas tintas se têm cólera, Tsé-Tsé se apenas se alimentam daquilo que nasce naturalmente das árvores como bananas e jinguba, ou se encomendam de Lisboa comida gourmet. Quando vêm a Portugal apenas são bem-vindos pelos euros que aqui gastam nas lojas da Av. da Liberdade. Concluindo e resumindo, vocês angolanos não tenham ilusões, não temos nenhum sentimento de amizade, saudade, solidariedade ou fraternidade em relação á vossa soberba, arrogância, racismo e novo-riquismo, portanto ignorem-nos que nós ficamos agradecidos. 7-5-2014

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