Gostaria de começar este ensaio com quatro pensamentos; um de Bertrand Russell que diz mais ou menos o seguinte: “Todo o conhecimento humano é incerto, inexacto e parcial.” José Saramago afirmou o que a mim pessoalmente mais me parece um silogismo irregular de Kant, do que um pensamento filosófico, e que diz textualmente isto: “Deus existiu sempre? Que é sempre? Deus criou-se a si próprio para depois começar a criar o universo? Onde é que estava Deus quando se criou a si próprio? E como é que alguém se cria a si próprio? Do nada? E como se passa do nada ao ser? Se o nada existiu, tudo que veio depois estava contido no nada. Mas se estava contido no nada, então o nada não existia.” e finalmente um do cientista Einstein que diz: “ Eu não imagino um Deus pessoal, omnipresente, omnipotente e omnisciente; basta mostrar reverência pela estrutura do mundo, na medida em que ele permite aos nossos insuficientes sentidos apreciá-lo”. Steven Weineberg físico e (ateu) galardoado com o Prémio Nobel não fica atrás de outros autores quando escreveu “Sonhos de uma Teoria final” dizendo: “Algumas pessoas têm perspectivas tão vastas e flexíveis acerca de Deus que se torna inevitável que o encontrem em qualquer lugar onde quer que o procurem. Ouve-se dizer que Deus é o máximo, que Deus é o Universo. Claro que como qualquer outra palavra esta pode ser atribuída no sentido ou contexto que desejarmos para provar as nossas teses. Se quisermos dizer que Deus é energia, então podemos encontrar Deus num pedaço de carvão” E finalmente George Carling afirmou: “A religião convenceu efectivamente as pessoas de que existe um homem invisível que vive no céu e que vê tudo o que fazemos a cada minuto do dia. Este homem invisível tem uma lista especial de 10 coisas que não quer que façamos. E se fizermos algumas destas coisas, ele tem um lugar especial, repleto de fogo, fumo e calor onde o abrasamento e a sor nos fará sofrer, arder, sufocar, gritar e chorar para todo o sempre, até ao fim dos tempos..... Mas ele AMA-NOS.” As citações aqui ficam para quem delas queira tirar as ilações que muito bem entender, eu já tirei as minhas.
A definição etimológica da palavra Religião, significa prestar culto a uma divindade, ou como um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que parte da humanidade considera como sobrenatural, divino, sagrado e transcendental, bem como um conjunto de rituais e códigos morais que derivam dessas doutrinas os quais podem ser mais ou menos abrangentes e implicarem maiores ou menores sacrifícios para serem cumpridos na integra. Seguindo as doutrinas que professamos pensamos que nos libertamos e aliviamos dos pesos da nossa consciência, ou que reiteramos a nossa devoção e obediência cega aos Deuses que elegemos como nossos patronos. O nosso fanatismo ideológico e religioso, pode chegar ao ponto de cometermos os maiores desvairos, inclusive de matarmos ou nos imolarmos em nome das divindades que adoramos.
Eu não me considero um exegeta dos textos Bíblicos, Evangelhos, ou outros livros considerados sagrados, contudo acho que li o suficiente para ter uma ideia formada sobre o assunto, no que diz respeito ao título deste ensaio e da forma como espero ser respeitado pelas minhas conclusões, as quais certamente divergem das convicções, liberdade e religiosidade de cada individuo, quer sejam praticantes desta ou daquela religião ou seguindo princípios filosóficos diferentes: Na minha modesta opinião existem 3 grandes linhas religiosas todas elas derivadas do Animismo como a forma mais primitiva de religião a qual posteriormente deu origem aos: Monoteístas, Politeístas e Henoteístas. Dentro destas três categorias as duas ultimam obedecem e subdividem-se em diferentes correntes filosóficas: ateus, teístas, deístas, agnósticos, apóstatas. Eu nunca tive receio que me fizessem perguntas difíceis sobre religiões, porque muito li sobre elas e sinto-me preparado para as debater, mas confesso que tenho algum medo, e fico assombrado com as respostas fáceis que obtenho quando faço as mesmas perguntas aos devotos de qualquer religião.
Como é possível adorar, obedecer, sacrificar-se ou matar-se, em nome de alguém invisível que nunca se mostrou corporeamente, e que quando se manifesta, é sempre pelas piores razões premiando quem não merece e castigando os inocentes. Que interessa o julgamento final das almas se é que na verdade ele existe e qual a punição que lhes vai ser atribuída quando fisicamente deixamos de existir? Isto são perguntas que os religiosos que professam qualquer das inúmeras religiões deveriam fazer a si próprios.
As discussões, as dúvidas e incertezas que opõem os teólogos aos cientistas irão certamente continuar por muitos mais séculos no que respeita á existência de um Deus omnipresente, omnisciente e omnipotente, e da forma com o Universo foi criado, pois a maioria das pessoas apenas se refere ao planeta Terra, local onde se pensa que foi o local que Deus escolheu, para criar o primeiro homem e mulher. Contudo ninguém sabe, se em todo o sistema planetário e galáxias, existem outras civilizações idêntica á nossa imagem ou diferentes e mais avançadas. No organigrama para os Cristãos Católicos, existe uma Trindade composta pelo Pai, Filho e Espírito Santo, e abaixo desta hierarquia, uns milhares de Santos, Santas, Beatos, Beatas e, finalmente os demónios, ou sejam os anjos negros ou malditos, que agem á revelia de Deus. São chamados os anjos caídos que foram expulsos do terceiro céu conforme diz o livro do Apocalipse. Lúcifer era um Querubim da guarda “ungido” que no desejo de ser igual ao Criador (Deus) foi lançado fora do Paraíso. No mundo proliferam imensas religiões e cada uma delas acredita nos seus Deuses. Isto curiosamente, leva-nos a situações curiosas, pois se eu como católico, desejar casar com uma Judia ou Muçulmana, terei que abjurar da minha religião antes de poder aceitar outra, pois os códigos religiosos destas duas doutrinas, não permitem casamentos sem que previamente um dos parceiros tenha renegado á sua fé religiosa. Não compreendo como é que qualquer religião, possa coarctar a liberdade individual de pensamento ou da manifestação de sentimentos amorosos ou outros, escravizando os seus crentes á rigidez das suas doutrinas. A Bíblia não é um conto de fadas, nem das mil e uma noites, é um código de leis de moralidade intragrupais, á qual não faltam instruções para o genocídio, para a escravidão de grupos alheios e para o domínio hegemónico do mundo. Se tivéssemos que falar das cruzadas haveria muito para dizer desabono da Igreja e do poder temporal dos Papas das suas riquezas e das orgias que se faziam no Vaticano. Por outro lado se abrirmos o livro negro da Inquisição, então teríamos pano para mangas para reduzir a escombros as fundações da Igreja católica.
Hoje temos duas grandes vertentes sobre a existência do mundo. Uma delas que defende a existência de um Deus Criador, que é defendida por uma grande maioria de cristãos e Judeus, chamada da teoria Criacionista que se baseia literalmente no Génesis que diz que o mundo foi feito em 6 dias Em oposição a esta, temos a teoria Evolucionista que é baseada em estudos científicos que afirmam que o planeta terra é o resultado do Big Bang, e que a humanidade foi o resultado biológico de mutações genéticas hereditárias ao longo de milhões de anos.
Por outro lado as teorias evolucionistas da mutação das espécies defendida por Lamarck, Darwin e Mendel arrasam com o Génesis, parte da Bíblia onde se afirma que tudo foi criado pela lei de Deus, ou seja a teoria do fixísmo. Vou centrar a minha tese em questões que contradizem a existência do Deus cristão. A Bíblia está cheia de contradições que levaram á criação de outras igrejas e seitas pelas interpretações que dela inferiram. No que respeita aos católicos, desde os bancos de escola e catequese, que fazem crer ás crianças, que foi Deus que criou os céus e a terra, fez o dia e a noite, separou as águas, criou plantas e arvores, animais terrestres e marinhos, e, finalmente ao sexto dia criou Adão e Eva á sua imagem, com a mensagem explicita de se reproduzirem e frutificarem. Se estes tiveram dois filhos Abel e Caim, como se processou então a continuidade da espécie humana? Hoje a Igreja católica já tenta explicar estes equívocos e mentiras, dizendo que são simbolismos figurativos, e portanto terão que ser entendidos como tal. Mas entendidos por quem? Por adultos cultos e inteligentes e instruídos, ou por adolescentes e trabalhadores rurais? Daqui, posso inferir de que existem duas versões distintas, uma para as mentes virgens (crianças), que na sua ingenuidade e inocência estão receptivas a acreditar em tudo o que lhes dizem, e outra, para adultos incultos, quase que analfabetos, que vivem na interioridade, e cuja mentalidade continua a eleger, o padre, o médico e o presidente da Junta de Freguesia como os iluminados das vilas, aldeias ou lugarejos.
Se os primeiros habitantes do planeta terra segundo rezam os textos Bíblicos eram brancos (caucasianos), como se explica o aparecimento de outras etnias, porquanto raça só existe uma que é a humana. Contudo as que foram criadas, não diferem apenas na cor mas também nas suas formas antropológicas. Perante este facto, posso considerar que Deus foi aquele que originalmente deu origem á criação do racismo tal como é visto e praticado hoje pelo mundo inteiro. Deus acabou por criar problemas étnicos quando teria sido mais fácil ter criado um homem e uma mulher para cada etnia. Não sendo assim, qual a explicação Bíblica para o aparecimento das diferentes etnias?
Contudo existe uma explicação evolucionista para este aspecto de pessoas de etnias diferentes que se baseia na teoria na migração e transferência horizontal dos genes numa hibridação que originaram genomas com mutações diferentes que acabaram por ser condicionadas por a factores ambientais, sociais e culturais,
Não me consta que na Bíblia se encontre algo que explique este mistério. O aparecimento de pessoas com cores diferentes deu origem a muitas guerras e de milhões de mortes pela hegemonia das suas religiões, uma vez que o mundo praticamente nessa época, se dividia entre Cristãos e Muçulmanos, Oriente e Ocidente. Se Deus também criou outras etnias, sem que isso conste das escrituras bíblicas, e teve o cuidado de separar as etnias por vários continentes para evitar confrontos étnicos e religiosos, não me parece que tenha dotado todos com a mesma inteligência e capacidade de evolução. Portanto, posso daí inferir, de que a sua perfeição deixou muito a desejar, ou então, foi toda gasta na criação de Adão e Eva. Porque será que umas raças provaram desde a criação do mundo terem um potencial de desenvolvimento mental superior a outras? Partindo do principio que todos chegamos á terra na mesma altura, porque será que foram os Europeus, Maias, Astecas, Egípcios, Gregos, Romanos, Persas, que em certos períodos da história mais evoluíram? Esta evolução nada tem a ver com a zona geográfica onde habitavam, pois não existe pior zona para viver do que o deserto, e os Egípcios foram das civilizações mais prósperas e evoluídas da antiguidade. Isto leva-me a concluir, de que não são as condições climatéricas, demográficas ou geográficas, deserto, selva, neve, planície, savana, vale ou montanha que determinam quais os povos que evoluem uns mais do que outros. Esta teoria aplica-se também hoje em dia o estado de Israel, que em 60 anos de existência progrediu mais do que todas as nações vizinhas já estabelecidas nessa zona há milénios. Está histórica e cientificamente provado, que algumas civilizações há cerca de 3.000 anos atrás, estiveram sentadas no topo de mundo e na vanguarda tecnológica., milhares de anos antes do nascimento de Cristo. Hoje em dia, passados quase 4.000 anos, estão quase todas na sua cauda. São os chamados períodos cíclicos, e se aplicarmos esta teoria ás leis da física que dizem: tudo o que sobe acaba por descer, temos a resposta dada. Penso que nesta caso existirão outras respostas de carácter sociológico ou étnicas que contribuíram quer para a ascensão quer para a queda destes impérios, ás quais, não me encontro habilitado a responder. Mas nos seus períodos áureos, eram incontestavelmente mais avançadas e evoluídas do que todas as outras, quer na astronomia, matemática, física, engenharia, artes, letras, mas também na arte da guerra e da conquista de outros povos, muito para além das suas fronteiras geográficas.
Os Europeus, mostraram sempre mais consistência evolutiva ao longo dos séculos, enquanto que outras civilizações foram perdendo a sua liderança hegemónica. Foram de facto os europeus a partir do século XV que começaram a dar novos mundos ao mundo.
Ninguém ainda, tanto quanto saiba, se preocupou em saber ou estudar porque foi que Vasco da Gama descobriu o Caminho Marítimo para a Índia, ou Cabral para o Brasil, Colombo para a América, Marco Pólo para a China, Cook a mapear a Terra Nova, Havai e a viajar pelo Pacifico Sul, descobrir Austrália e Nova Zelândia. Porque foram os Fenícios no século III a inventar o primeiro alfabeto fonético e um dos primeiros povos a navegar pelo Mediterrâneo e costa de África, estabelecendo os primeiros entrepostos comercias.
Porque não foram os Negros, Índios, ou os amarelos, que construíram as caravelas para viajar pelos oceanos do mundo e descobrir outros países colonizando-os? Porque será que mais de 90% das descobertas científicas feitas no mundo desde a sua criação até á data de hoje foram feitas por Caucasianos residentes no continente Europeu, ou então por emigrantes que se estabeleceram no Continente Americano. Ainda hoje, se olharmos para os prémios Nobeis, exceptuando os da Paz, veremos que 95% deles foram ganhos por caucasianos e 50% deles por Judeus. Será que Deus quis superiorizar uma etnia tornando-a a sua eleita, em detrimento de outras? Isto são factos reais que podemos constatar olhando á nossa volta. Se existia um povo eleito, esse seria o Judeu, pois Jesus Cristo era Judeu, nasceu em Belém na Judeia hoje conhecida por Cisjordânia na Palestina. Quando a Herodes lhe foi dito que tinha nascido um Rei dos Judeus, mandou matar todas as crianças até 2 anos de idade. Sabendo disto o pai terreno de Jesus, José fugiu com a família para o Egipto e mais tarde depois de outro sonho, para a Galileia em Nazaré.
Ou será que os Deuses não existem e são todos pura ficção criada pela humanidade desde a origem do mundo? Acho que se vivêssemos nessa época há milhares de anos atrás, ficaríamos aterrorizados com os vários fenómenos, atmosféricos, geológicos, marítimos, astro físicos que ainda hoje ocorrem tais como: terramotos, vulcões, trovoadas, raios, dilúvios, eclipses, tufões, tsunamis, pragas, etc. Em face disto, esses povos viram-se na contingência de criarem Deuses para tentarem aplacar estes fenómenos que desconheciam e os aterrorizavam, os quais passaram a adorar e a ofertar com dádivas que iam desde o sacrifício de animais aos humanos. Se Deus criou todas estas raças diferentes então porque não fez de todos eles cristãos e crentes num só Deus e num só credo? Ele permitiu que todas estas raças criassem outros Deuses outros livros sagrados e religiões a saber: Taoísmo, Alcorão, Jainismo, Zoroastrismo, Iorubismo, Tocoismo, Hinduísmo, Budismo, Confucionismo, Judaísmo, Xintoismo, Kebra Negast Jamaicano da religião Rastra etc. Dentro de todas estas religiões ainda temos as monoteístas e as politeístas. Os cristãos apenas representam um quarto dos habitantes de todo o mundo. Hoje, mesmo dentro da mesma religião temos grupos de cidadãos (milícias) que se digladiam só porque uns são protestantes e outros católicos, Sunitas ou. Shiitas. A própria Igreja católica teve períodos negros, particularmente em várias épocas da história, desde os tempos medievais das cruzadas, templários, inquisição e do iluminismo, onde a igreja começou a perseguir físicos, alquimistas, matemáticos, astrónomos que tinham feito descobertas cientificas avançadas demais para altura, e que entravam em colisão com as filosofias da Igreja. Estes sábios e cientistas proscritos pela Igreja tiveram que passar á clandestinidade ou procurar refugio noutros países. O Iluminismo que começou a ter o seu maior desenvolvimento na Europa no século XVII e XVIII, teve como seus principais mentores, Rousseau, Montesquieu, Voltaire e Diderot que defendiam essencialmente o pensamento filosófico de que:
O domínio da razão sobre a visão teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média, tinha o propósito de iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade e de que, o pensamento racional deveria ser levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé. Para os filósofos iluministas, o homem era naturalmente bom, porém, era corrompido pela sociedade com o passar do tempo. Eles acreditavam que se todos fizessem parte de uma sociedade justa, com direitos iguais a todos, a felicidade comum seria alcançada. Por esta razão, eles eram contra as imposições de carácter religioso, contra as práticas mercantilistas, contrários ao absolutismo do rei, além dos privilégios dados a nobreza e ao clero Os burgueses foram os principais interessados nesta filosofia, pois, apesar do dinheiro que possuíam, eles não tinham poder em questões políticas devido a sua forma participação limitada. Naquele período, o Antigo Regime ainda vigorava na França, e, nesta forma de governo, o rei detinha todos os poderes. Uma outra forma de impedimento aos burgueses era as práticas mercantilistas, onde, o governo interferia ainda nas questões económicas No Regime Absolutista, a sociedade era dividida da seguinte forma: Em primeiro lugar vinha o clero, em segundo a nobreza, em terceiro a burguesia e os trabalhadores da cidade e do campo. Com o fim deste poder, os burgueses tiveram liberdade comercial para ampliar significativamente seus negócios, uma vez que, com o fim do absolutismo, foram tirados não só os privilégios de poucos (clero e nobreza), como também, as práticas mercantilistas que impediam a expansão comercial para a classe burguesa. Por esta razão este período de tempo foi conhecido pelo Século das Luzes, devido a todos estes pensamentos filosóficos, os quais tiveram influência na Revolução Francesa.
Existem dois tipos de catolicismo O Oriental representado pela igreja ortodoxa que se separou da católica no século XI que obedece ao Patriarca de Constantinopla e o catolicismo Ocidental representado pela igreja católica apostólica romana que tem o seu Sumo Pontífice (Papa) no Vaticano. Mas dentro deste chapéu do Cristianismo temos várias igrejas. Temos a Anglicana que em 1534 por iniciativa de Henrique VIII, pela não obtenção da anulação do seu casamento com Catarina de Aragão pelo Papa, para casar com Ana Bolena, o que o levou a separar-se do Vaticano. Nos EUA e Austrália esta igreja é conhecida pela igreja Episcopal e obedece ao Primaz mais conhecido pelo Arcebispo de Canterbury. Uma das maiores cisões da Igreja católica foi protagonizada por Martin Lutero, quando fundou a Igreja Protestante e se deixou de submeter ao poder temporal desta, pela forma como a palavra de Deus escrita nos evangelhos era interpretada pelo Papado, isso levou-o a apresentar as suas 95 teses em 1517, pois estas era essencialmente contra as “dispensas” e “indulgências” chamadas de “Bulas Papais,” que a Igreja vendia ao quilo por ordem do Papa, através dos frades que viajavam pelos territórios episcopais certos privilégios, que qualquer pessoa poderia comprar, quer para limpar a sua consciência de pecados, como a de qualquer familiar já falecido. Devido á sua dissidência e criticismo foi excomungado pelo Papa. Mais tarde João Calvino seguidor de Lutero, deu inicia a segunda reforma e fundou a Igreja Reformista Holandesa cujos dogmas alastraram ao resto da Europa. Na Escócia por exemplo passou a chamar-se Igreja Presbiteriana e na França a Igreja dos Huguenotes. Todas as religiões e culturas tiveram os seus dissidentes, novo messias, visionários, gurus, profetas e pregadores, os quais ao longo dos milénios fizeram previsões sobre acontecimentos e catástrofes que iriam acontecer em anos pré estabelecidos como Nostradamos por exemplo, ou as do calendário Maia que diz que o mundo acabará em 21 de Dezembro de 2012. Milagres nunca existiram, nem existem, muito embora a ciência ainda não consiga explicar algumas situações e fenómenos, mas atribui-los a Deuses a Santos ou Santas, acho que é um atrevimento, um desaforo e um pretensiosismo de pessoas sem escrúpulos. Os milagres na minha modesta opinião, são acontecimentos descritos por aqueles que souberam dele, por gente que nem sequer os viu acontecerem. E, assim foram passando tal como o boato de boca em boca, até que alguém mais culto e erudito decidiu escrever sobre eles para a posterioridade. Acho que em primeiro lugar, é uma arrogância e superstição na atribuição destes acontecimentos á religião. Em segundo lugar, é uma estupidez que só pode ser admissível em mentes com um coeficiente de inteligência negativa, as quais estão narcotizadas por uma fé doentia, que as leva a acreditar em qualquer coisa que alivie o seu sofrimento ou desgosto. Quando as pessoas estão desesperadas recorrem a todos os meios e prometem tudo que as possa eventualmente curar, ou aliviar as suas maleitas. Se as pessoas precisam de acreditar em alguém, então que comecem em primeiro lugar a acreditar nelas próprias, se tiverem coragem suficiente para o fazer, ou então é melhor que acreditem na ciência, pois essa já deu provas mais do que suficientes ao longo dos anos, na desmistificação de crenças, falsidades e superstições que apenas existem e residem na mente das pessoas com pouca instrução e cultura. Se decidirem ficar á espera que deuses, santos ou curandeiros lhes possam valer, estão redondamente enganadas, só estão a perder tempo e dinheiro, portanto é melhor puxarem de uma cadeira e sentarem-se, porque a espera vai ser longa. As pessoas são por índole hipócritas e chantagistas, trocam penitências na expectativa de receberem favores dos deuses ou das santas quando estão aflitos. Bem podem fazer promessas de ir a Fátima a pé de joelhos ou de rastos, fazer as mais dispendiosas oferendas, contudo, não esperem que os seus pedidos sejam atendidos. Fátima é um “show”, bem montado e criado pela Igreja com uma óptima cenografia e encenação, afim de espoliar os incautos e os crentes para enriquecem os cofres do Santuário. Esse dinheiro, já serviu para construir um novo elefante branco, e criar indirectamente empregos e negócios para todos aqueles comerciantes que á sombra de um milagre inexistente, ganham rios de dinheiro. A Igreja precisa desesperadamente de novos padres e crentes, pois a sua actuação retrógrada e nada reformista, já convence cada vez menos pessoas. E quanto mais cultas e conhecedoras as pessoas se tornarem, mais facilmente reconhecerão o embuste e se manterão laicos. A Igreja Católica Apostólica Romana, vive momentos difíceis e são aos milhares aqueles que diariamente desertam e abandonam as suas hostes. A Igreja tem dificuldade em se reformar das suas filosofias retrógradas e medievais, e actualizando-se com os tempos modernos. A hierarquia eclesiástica é toda formada por velhos fósseis cristalizados, que não entendem as ambições, expectativas e as transformações pelas quais as sociedades modernas estão atravessando, por isso estão a sofrer as repercussões do seu imobilismo.
Todos os livros sagrados mais importantes e que representam as maiores religiões do mundo são obras literárias cujos autores teriam recebido uma possível revelação divina. Na opinião dos seus seguidores ou devotos estas pessoas eram iluminados e podiam comunicar com as “divindades”inspiradoras e por isso foram considerados profetas. Os mais conhecidos são: Bíblia, Tora, Livro do Mórmon, Mahabharata, Alcorão, Rig-Veda, Tora, Kardecismo, Guru Granth Sahib, Zend Avesta, Kitáb-i-Aqdas. Os analectos de Confúcio, Tao te Ching, todos eles apregoam o bem o humanismo e a solidariedade, mas também as formas mais ou menos rigorosas, como os seus seguidores devem expressar e obedecer á religiosidade imposta pelos seus criadores ou divindades. Eu não me considero um Anticristo, pois não estou em oposição aos ensinamentos de Cristo, assim como não me oponho ás filosofias de qualquer outra religião. Milhares de pessoas ao longo dos séculos, na defesa intransigente das suas convicções, morreram por elas, sem derramar uma lágrima ou perdendo a dignidade de terem que se ajoelhar perante os seus torcionários pedindo perdão ou renegando as suas crenças. Uns foram crucificados, queimados, torturados, fuzilados ou enforcados, quer devido á religião, etnia, cor da pele, ou ainda devido ás suas opções politicas. Em todas as religiões temos mártires, para o bem e para o mal, para todos os gostos e feitios, que se tornaram símbolos de respeito, veneração ou adoração por aqueles que os idolatram, quer pela sua bondade, quer pela sua maldade bombista suicida, que imbecilmente pensam que quando chegarem aos céus têm lá 75 virgens de perna aberta para serem por eles desfloradas.
Actualmente, o termo de Anticristo é bastante popular, sobretudo no meio cristão protestante, onde existe uma interpretação por parte de muitos grupos de que o Anticristo será uma pessoa que se oporá aos mandamentos da Bíblia, organizará uma sociedade baseada em valores outrora atribuídos ao paganismo, onde todos os cidadãos, poderão ser controlados através de uma marca na mão ou na testa à semelhança da marca que os romanos impunham sobre seus escravos, e que seria o número 666.Este Anticristo, será por fim, seria derrotado por Cristo na sua segunda vinda á terra quando se estabelecer seu reinado milenar. Outros observadores consideram também que o termo Anticristo poderá estar ligado aos modernos movimentos de missas satânicas e ás ciências do Oculto que compreendem adivinhação, esconjurações, exorcismos, litanias, ladainhas para a evocação de espíritos satânicos. A religião satânica moderna é caracterizada pela busca do hedonismo e pela rejeição a toda a forma de Cristianismo, tornando-se por isso uma forma de rebelião ao sistema religioso institucionalizado. Esta filosofia tende oferecer ao ser humana uma liberdade irrestrita no que tange ás normas de comportamento e moral estabelecidas, chocando-se claramente com os dogmas cristãos da vida. Devido a uma mudança de paradigmas na nossa geração, o satanismo ganhou bastante campo e está a conquistar um grande número de adeptos, vindos das mais variadas classes sociais. Os jovens são talvez o grupo mais vulnerável a embrenhar-se no submundo desta religião. Existem quatro significados básicos que são usados para descrever alguns dos grupos satânicos a saber: Satanismo Religioso, Satanismo Gótico, Satanismo Filosófico, e outros. O Satanismo Gótico: A palavra “Satanismo”, ás vezes usada como nome moderno para as lendas Cristã introduzidas durante a Idade Média. A Igreja ensinou que algumas “Bruxas” principalmente mulheres adoravam Satanás. Diziam que elas faziam juramento para entregarem as suas vidas ao príncipe das trevas; sequestravam e matavam bebés; dedicavam as suas vidas a prejudicarem outros pelo uso de maldições e magia negra, voando pelo ar em cabos de vassoura. Este tipo de “Satanismo” não existia nem tão pouco existe hoje. Um dos casos mais conhecidos que popularizou o Satanismo foi o das “Bruxas de Salém” em 1692. O Satanismo Religioso é seguido por adultos que adoram uma deidade pré-cristã, do Deus Egípcio “Set.”.
O meu ateísmo é baseado numa ausência de crença em divindades. Há anos que venho fazendo um estudo aturado sobre o que cada uma das religiões oferece, promete e defende como pilares básicos das suas doutrinas. A minha posição filosófica é de que não existe nenhum ser divino superior sentado num trono algures no Universo, que lidera como um maestro invisível, uma orquestra de vários biliões de seres humanos, espalhados pela terra. A humanidade, ou pelo menos parte dela, não está preparada para entender ou aceitar estes conceitos de uma submissão esclavagista a entidades que nunca provaram de uma forma empírica a sua existência. Dito isto, o meu posicionamento terreno é que não sinto a necessidade de ter que me vergar ou obedecer para agradar a alguém a quem não reconheço ter poderes que justifiquem que lhes entregue o corpo, a alma e muito menos mente. Também penso que nenhum Deus, por vaidade ou despotismo deve exigir nos seus mandamentos e códigos de conduta, que os seus devotos o adorem ou idolatrem. Não tenho nem devo amar a Deus acima de todas as outras coisas. Tenho o direito de exercer livremente as minhas opções em relação a quem quero ou devo amar, não permitindo a ninguém que condicione os meus sentimentos. O meu ateísmo, é baseado no dogma que rejeita tudo que entre em conflito com a minha liberdade de pensamento ou com o meu cepticismo científico. Karl Marx afirmava com uma certa razão de que a religião era o “ópio” do povo, e concomitantemente, dizia também, que a “Religião era a alma de um mundo sem “alma”. Querendo com isto dizer que a experiência religiosa surgia como uma reacção normal de busca de sentido, numa sociedade real mas alienante. As pessoas com um nível cultural elevado e de instrução académica são usualmente ateus, agnósticos ou apóstatas, uma vez que a religião absorvida por mentes fracas, pode vir-se a tornar intoxicante. Tal como os drogados precisam que o seu fornecedor lhes faculte as doses diárias para assegurarem a sua sobrevivência, também os crentes em geral, precisam de ouvir os seus doutrinadores para lhe fornecerem alimento espiritual. A interiorização ao nível geográfico e a falta de instrução demonstra claramente de que as pessoas que se enquadram nesses parâmetros, são mais religiosas e crentes do que as pessoas que vivem nas grandes cidades e com um grau de instrução superior.
A religião nunca poderá reformar a humanidade, pois ela própria já é uma escravidão. Deus disse aos judeus que matassem todos os hereges, todos os que adorassem outro deus.. Por que eu devo permitir que o mesmo Deus que abandonou seu filho me diga como cuidar do meu? Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências, baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar. Por isso é que a Fé é a total ausência das pessoas quererem saber o que é e onde está a verdade. As religiões são como pirilampos: só brilham na escuridão da cabeça dos crentes.. Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente devem pertencer a um grupo muito desprezível. Não consigo acreditar que o mesmo Deus que se diz existir, e que nos facultou a inteligência, razão e bom senso, nos proíba de usá-los para questionar as suas palavras, pois a melhor maneira de alguém se tornar ateísta e lendo a Bíblia e todas as inconsistências nela existente. Há anos que venho lendo a Bíblia e tomando notas, por isso, sinto-me no direito, como qualquer critico literário de demonstrar as suas incongruências. A ciência está aberta à crítica, que é o oposto da religião. A ciência implora para que provemos que os seus conceitos estão errados submetendo-os á discussão, enquanto a religião nos condena ou excomunga se tentarmos provar que ela está errada. A religião apenas nos exige que a aceitemos com fé, e calemos a boca sem a questionar. Quem acredita na Santíssima Trindade e insiste que sua religião é monoteísta é capaz de acreditar em qualquer coisa, só precisa de algum tempo para se acostumar com a ideia. Eu sinto-me com tanta autoridade para discutir os problemas religiosos como o Papa que é o chefe supremo da igreja católica, só que não tenho tantos seguidores, que acreditem no que digo. Os Papas quando estão doentes ou são alvos de dementes que os pretendem assassinar não ficam no Vaticano à espera de algum milagre operado por intervenção divina, nem pedem aos católicos de todo o mundo que rezem pelas suas melhoras, São levados de urgência apara as melhores clinicas do mundo para serem intervencionados pela ciência dos homens. A Religião perseguiu, torturou e queimou quem dela discordava. A Ciência e a Filosofia nunca mataram ninguém, apenas buscam descobrir as leis da natureza. Por que somos tão presunçosos a ponto de achar que um ser infinito precisa do nosso louvor, adoração, promessas e penitências? Conforme as pessoas vão ficando mais inteligentes, menos elas se importam com aquilo que os dignatários dos Deuses na terra pregam, passando a dar mais importância aos professores, que os iluminam na sua tentativa da busca da verdade. A Igreja tal como a ditadura procuram manter as pessoas na ignorância e obscuridade, pois assim é mais fácil controlar e gerir, seitas, religiões ou filosofias politicas. E quando não temos o direito á critica ou ao debate sobre o que quer que seja, todos os elogios são para mim suspeitos. Para mim a fé é a falência intelectual total e absoluta. Se o único modo de alguém aceitar uma afirmação é pela fé, então os crentes admitem implicitamente que ela não pode ser aceite nem reconhecida pelos seus próprios méritos. Alguém uma vez disse que se uma igreja têm um para raios no telhado então algo vai mal “no reino da Dinamarca”. Quando o Papa Leão XIII, disse e escreveu que a constituição dos Estados Unidos não tinha o direito de deixar cada um abraçar ou professar a religião que desejasse, para mim. está tudo dito. Com uma declaração deste estilo, definitivamente não preciso de acrescentar mais nada.
Na minha opinião os Agnósticos são ateístas encapotados ou fracos, com receio de se assumirem abertamente e portanto escondem-se numa filosofia cómoda, que não nega mas também não aceita a existência de Deus. Esta doutrina que declara que o espírito humano é incapaz ou incompetente para reconhecer o absoluto, não é carne nem peixe. Ninguém se deve sentar no topo da vedação sem se definir para que lado quer cair. Neste caso particular ou se é preto ou branco, mas nunca ficar na zona cinzenta até que a ciência consiga provar que a existência de Deus não passa de um mito, ou então que Deus se revele á humanidade de uma forma inquestionável provando que existe.
Algumas das minhas convicções pessoais é de que não se deve adorar nenhuma deidade viva ou morta, e que nenhum redentor deu a vida pela humanidade. Penso e acredito que cada pessoa é a própria redentora dela mesma e completamente responsável pela direcção que pretende imprimir á sua própria vida. Eu respeito e exalto a vida, por isso sou da opinião que as crianças e os animais são os expoentes máximos dessa força preciosa de vida na sua inocência desprovida de vícios e maldades. O céu, inferno e purgatório não existem, são apenas simbolismos criados pela igreja para aterrorizar ou prometer aos crentes lugares nas poltronas da primeira fila, camarotes ou peão, em conformidade com a dedicação com que cada um cumpre e observa os dogmas religiosos. Assim como não existe Deus, também não existe Satanás, Lúcifer, Diabo ou Demónio. Estes, não são mais do que os papões, que os religiosos, tal como os nossos pais eufemísticamente usavam para nos amedrontar, quando nos portávamos mal, por não comer a sopa, ou éramos desobedientes.
A teologia tem como objecto o estudo de Deus. A Ciência tem por finalidade o estudo das coisas e dos fenómenos físicos, portanto como a ciência não pode estudar algo que não vê, não toca nem cheira, terá que encontrar outros meios científicos de chegar a esse pseudo Deus, por outros caminhos. Portanto, quer os cientistas ou teólogos apenas podem estudar aquilo que foi chegando ao seu conhecimento, partir de revelações trazidas de boca em boca, quer pelos evangelhos ou escritos apócrifos. A Bíblia já é um “bestseller” por natureza pois é o livro mais vendido do mundo, contudo foi escrito por seres humanos falíveis e com diferentes graus de cultura, imaginação e interpretação. Centenas de edições foram para o prelo, revistas, alteradas e até com traduções diferentes, portanto dando azo a muitas interpretações. Os apóstolos foram os escribas das palavras e sermões epistolares de Jesus Cristo, enquanto vivo e pregador. A igreja católica celebra várias epifanias ao longo do ano sendo as mais importantes: Natal, Sexta-feira Santa, Páscoa e Pentecostes. O papel tudo tolera, quer a verdade quer a mentira, portanto não é fiável que os acontecimentos nele descritos se tenham passado da forma como foram contados. Diferentes olhos podem ver o mesmo evento de maneira diferente, consoante o seu critério de apreciação e grau de enfeudamento á doutrina de quem despoletou o acontecimento. E, quando mais tarde forem passadas á forma de escrita, nada nos garante que não tenham sido descritos, modificados ou adaptada aos critérios do seu autor.
Embora cada religião apresente elementos programáticos próprios, é também possível estabelecer uma série de paralelismos comuns às várias religiões os quais nos podem permitir uma melhor compreensão do fenómeno religioso. Todas elas apregoam e subscrevem altos valores morais, contudo não permitem aos crentes, especialmente muçulmanos, as mesmas liberdades, deveres e obrigações entre homens e mulheres. A igreja católica só há muito pouco tempo aboliu a permissão de as mulheres entrarem nos seus templos de cabeça descoberta., assim como nas mesquitas temos que entrar descalços, existindo também uma segregação sexual de género, no que respeita ao local onde as orações são feitas.
As religiões possuem grandes narrativas, que explicam o começo e o fim do mundo na tentativa de legitimarem a sua existência. Eu penso que para qualquer pessoa com bom senso que deseje optar por uma religião, que deveria ler o mais possível sobre todas, e ver com qual se identifica mais. Infelizmente nós os católicos, somos ou tornamo-nos cristãos, não por convicção pessoal, mas sim, porque usualmente somos baptizados antes dos 6 meses de vida pelos nossos progenitores que decidem a que rebanho iremos pertencer. Somos marcados á nascença, com o ferrete C, (católicos) no “matadouro” de qualquer congregação cristã, afim de que o dono da propriedade (rancho) cujo nome é Jesus Cristo, possa através dos seus lacaios e caciques na terra (padres) ou evangelistas, catequizar, embotar, confundir o espírito e a mente, com comunhões solenes, crismas, confissões, comungar, bênçãos, extrema unções, sacramentos ou absolvições. Estes actos consumados no desempenho das funções de Juízes de Deus na terra, destinam-se a convencerem as pessoas, de que sem eles, não passaremos de proscritos e foragidos á face da lei da igreja, e procurados por Deus pela rebeldia da não subserviência aos seus mandamentos. Ainda não compreendi como é que a igreja se atreve a tratar-nos como ignorantes e mentecaptos e se arrogam ao direito exclusivo de detentores da verdade única.
Nada tenho contra os locais de culto sejam eles templos ou regiões localizadas onde se pensa que nasceram, viveram ou passaram Santidades. As peregrinações dos sectários da religião católica, a Igrejas, Santuários, Muro das Lamentações, Meca, Fátima, Lourdes, Santo Sepulcro, Monte das Oliveiras, Jerusalém, Mar da Galileia, Monte Sinai, Rio Jordão, Vaticano, Monte Carmelo, Belém ou Nazaré, têm a minha bênção, podem viajar todos esses locais, percorrer centenas de kms e gastar uma porrada de dinheiro para o fazer, contudo, talvez não visitem, pais, irmãos, filhos, esposas ou esposos já falecidos no cemitério próximo de casa, no Dia de Todos os Santos. Podem doar todas as suas fortunas á Igreja, mas se o fizessem a orfanatos, misericórdias, ou outras instituições de beneficência talvez o dinheiro fosse mais bem empregue. Tolero as convicções pessoais de cada um no que diz respeito á Religião, mas detesto a Beatice, a devoção fingida e a hipocrisia religiosa. As pessoas são livres de acreditarem naquilo que quiserem, qualquer um tem o privilégio de ser estúpido e imbecil, é um direito que lhe assiste de nascença, tal como cada um se pode suicidar ou imolar, são direitos inalienáveis da liberdade pessoal. No tempo da ditadura Salazarista a religião servia para disciplinar os seres humanos e para que eles aderissem aos ideais da virtude, pátria e família. Condeno todos os sistemas políticos em que não existe uma separação laica entre o Estado e a (Igreja, Mesquita; Sinagoga ou Templos) Religião. Também aboliria todos os feriados católicos, ou então daria a todas as outras confissões religiosas o mesmo privilégio. A religião é vista pelas pessoas comuns como verdadeira, pelos inteligentes como falsa, e pelos governantes como útil. Qualquer dirigente eclesiástico,ou ditador que seja minimamente inteligente, dirá que a Religião e a santimônia, são uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas, pois serve como cortina de fumo, para esconder problemas maiores. A verdade não pode, nem tem que ser exclusivamente baseada ou aceite apenas pela fé, pois esta é a crença ilógica na existência do improvável. Eu exijo que se Deus existe, que nos dê outros sinais, porque quem está no banco dos réus é ELE e não eu, portanto compete-lhe a ELE apresentar o ônus da prova.
Porque será que os Judeus renegam a existência de Jesus Cristo como o novo “Messias”, sendo a Palestina o berço da sua nascença, e sendo ele Judeu? É obvio que existem razões históricas para isso, e não são baseadas nas perseguições de que foram alvo pela parte dos católicos cristãos e escorraçados de vários países europeus, particularmente de Espanha pela Rainha Isabel, tendo que se refugiar em Portugal, apostatando da sua religião original e tornando-se Cristãos Novos, para aqui poderem ter asilo. Mas uma das razões básicas é de que o Messias Judaico se refere á profecia da vinda de um humano descendente do Rei David, que irá reconstruir a nação de Israel, trazendo desta forma a paz ao mundo. Enquanto que os cristãos consideram o Messias Jesus Cristo o filho de Deus e uma das três Pessoas da Trindade.
Não me preocupa grandemente qual o Deus em que os humanos acreditam, nem o que este possa fazer por eles. Não há memoria de que qualquer Deus tenha interferido ou mediado conflitos armados pondo fim aos mesmos, ou evitando mortandades, carnificinas e injustiças. Estas acontecem diariamente no mundo inteiro, sem que ele mexa um dedo para intervir ou atenuar a fome e as doenças que matam milhões de inocentes por ano. Se alguém se der ao trabalho de pensar um pouco, verá que a sua existência é meramente um conto das mil e uma noites, cheio de fantasias e alucinações, para todos aqueles que precisam desesperadamente de acreditar em algo, que não é tangencial, enganando-se a eles próprios. Felizes dos eleitos que dizem convictamente ter sido por ele tocados, ou por alguma das outras divindades. Também há muita gente que acredita e jura a pés juntos na existência de discos voadores, sem contudo nunca ter visto nenhum. Todas as imagens de Jesus Cristo, Santos e Santas que existem pelas igrejas e Santuários deviam ser retiradas, pois segundo diz a Bíblia, não devemos adorar figuras feitas ás suas imagens. Serão os católicos politeístas para adorarem ícones, ou reproduções feitas de madeira sendo alguns uns perfeitos mamarrachos?
Os Cristãos, que estão aglomerados em várias confissões e religiosas pelo mundo são aproximadamente, 2.100 milhões, contudo os católicos são apenas 400 milhões. Os Islamitas são 1.500 milhões, Ateus 1.100 milhões, Hindus, 900 milhões, Budistas, 376 milhões, Religiões tradicionais Africanas 100 milhões, Sikhs 23 milhões, Judaísmo 14 milhões, Espíritas 15 milhões, Novas Religiões Igrejas Evangélicas, Assembleias de Deus, Testemunhas de Jeová etc. 108 milhões. Nesta amalgama de igrejas, religiões, doutrinas e crenças qual delas será detentora da verdade única? Na minha opinião, para ser honesto nenhuma. E, mesmo que 2.100 milhões de crentes acreditem numa coisa estúpida, ela não deixa de continuar a ser uma coisa estúpida. Todas terão e apregoarão algumas verdades e virtudes que as pessoas gostam de ouvir. A Bíblia está dividida em duas grandes partes: O antigo e novo testamento. Em ambos temos descrições, profecias, salmos, cânticos, cartas, crónicas, provérbios, lamentos, diálogos, livros etc. Tudo isto foi registado pelos apóstolos, e divulgado por todos os que lhe seguiram: profetas, mensageiros eclesiásticos, gurus iluminados pregando em nome próprio, ou de outrem, com a finalidade de angariar prosélitos para as suas fileiras, com promessas de paraísos celestiais (não confundir com paraísos fiscais). Nesse Éden ou Paraíso onde os bens comportados que até possam ter sido bombistas suicidas, tenham o repouso eterno estou plenamente de acordo. Se os esperam anjos a tocar harpa, e virgens para lhes proporcionarem prazeres infinitos também não me ofendo. Duvido no entanto, que os mesmos possam ser de ordem carnal, pois os corpos ou ficaram aqui na terra no cemitério, crematório ou feitos em merda quando explodiram. Se depois de as nossas almas viajarem para o etéreo viermos a ter saudades do tempo em que estávamos vivos e gozando os prazeres terrenos e dos delírios da carne, já foi chão que deu uvas. A nossa nova leveza espiritual descorporizada, viajará para o lugar que Deus nos destinar com um sorriso nos lábios, quer seja para o paraíso celestial, ou para a profundeza dos infernos.
Há Deuses e Santas, para todos os gostos, de vários tamanhos e feitios: de pau, pedra, barro, cera, loiça, porcelana, cristal, ferro, ouro, prata marfim, osso, pinturas, serigrafias, impressos em papel, cartão etc. As pessoas colocam-nos nos locais mais inverosímeis, até em casas de banho. Há pessoas que deixam em testamento fortunas ás igrejas, oferecem cordões de ouros ás Santos, fazem donativos mais do que generosos, ou cedem parte do seu ordenado (Dizimo), á igreja evangélica a que pertencem. A Fé no NADA, e no VAZIO, pode levar estes néscios a deixar que lhes façam uma lavagem cerebral. A cegueira religiosa torna-os de tal maneira anestesiados que se deixam levar como gado para o matadouro. Esta manipulação feita por Pastores, Vigários, clérigos, padres, párocos, apenas com a finalidade de lhes extorquirem dinheiro para as suas as congregações, quer para manter as vidas faustosas, de alguns “chefões”, sobretudo os das igrejas evangélicas.
Há pessoas que pensam que por rezarem horas seguidas aos seus Santos Devotos, que estes as acolherão e protegerão, sobre os seus mantos diáfanos das fantasias dos seus crentes. Pensam e acreditam sem e menor sombra de dúvida, de que as suas vidas irão mudar de acordo com as suas preces. Os pedidos de graças ou dádivas, podem ser dos mais variados e cobrindo um espectro abrangente. Esta ingenuidade de convictamente se enganarem a eles próprios é confrangedora. Como é que pateticamente, estes pobres diabos podem rezar terços, ir á igreja todos os dias, confessarem-se e comungarem todas as semanas para estarem nas boas graças dos seus devotos ou padroeiros, apenas levados por uma fé inabalável de misticismo duvidoso, que não questionam nem admitem que seja posta em causa. Todos os sacrifícios e penitências que possam fazer de nada lhe valerão, uma vez que nada receberão em troca. Passar carta de alforria ou cheques em branco, àqueles que esperam que lhe mudem o destino, é como pedir chuva no deserto Shara, ou mudar as fases da lua. Quando as coisas tiverem mesmo de acontecer quer para o bem quer para o mal, vão acontecer mesmo sem a interferência de quem quer que seja. Na eventualidade de a vida correr mal, logo estas pessoas se apressam a fazer todos os tipos de promessas, na esperança que o azar, a doença, desgraça ou a infelicidade seja afastado das suas vidas, recorrendo a Nosso Senhor ou a Virgem Maria, para lhe acudirem e resolver o problema. Nesta vida terrena, não há nenhuma espécie de recompensa ou punição para quem faz o bem ou o mal, se obedece literalmente aos mandamentos das leis de Deus seguindo as suas doutrinas á risca, ou se adora Satanás. Se uma pessoa está doente, porque chama o médico, e não Deus para lhe fazer o milagre de tratar ou curar? Se queremos um emprego, ou temos que ter uma cunha, ou então um curriculum invejável. Que ninguém espere favores de mão beijada, pois se eventualmente formos agraciados com alguma, mais cedo ou mais tarde alguém vira exigir contrapartidas cobrando o favor com juros para saldar a divida. Por muito que rezemos aos nossos santinhos, eles não descem dos céus á terra para intercederem por nós. As pessoas têm que ser realistas, e chegarem á triste conclusão de que se não fizerem por si próprias, se não subirem a corda da vida a pulso e não possuírem as qualificações que lhes permita ambicionar uma vida melhor, não há santo que os valha. As pessoas vivem num estado letárgico e não olham á sua volta para se aperceberem da falta de equidade e justiça que existe neste mundo. E mesmo que a justiça dos homens falhe, onde está a puta da justiça de Deus para nivelar as desigualdades? Diz-se que Deus criou o mundo, mas qual Deus? O Deus dos cristãos, dos Muçulmanos ou outro qualquer? Quem é que se arroga ao direito de afirmar o exclusivismo que foi o seu Deus o criador do Universo? Eu penso que para os crentes há Deuses maiores e Deuses menores, uns mais poderosos mais milagreiros mais atentos, mais retaliadores e mais punitivos do que outros, de acordo com o tipo de cada religião. Ou será que apenas existe um Deus, o qual é venerado por todas as religiões, mesmo que para cada uma delas seja visto como uma identidade sob um nome diferente?
Obvio que não sou uma pessoa qualificada para discutir estes mistérios, mas também ninguém se preocupa em saber quem é que nasceu primeiro se foi o ovo ou a galinha? Seguindo esta linha de pensamento, penso que não nos devemos preocupar se Deus existe ou não. Desde que ele não complique nem interfira nas nossas vidas, pode lá andar pelos céus acompanhado do seu fiel guarda-costas S.Pedro, até ao dia do julgamento final. Eu confesso que não preciso de Deus nenhum, sei exactamente o que quero da vida, para onde vou, com quem quero ir, e quando pretendo chegar. Não preciso de ninguém para me orientar espiritualmente, que me diga quando procedo bem ou mal, a minha consciência e bom senso são suficientes para me advertir, recompensar ou criticar, quanto ao teor dos meus procedimentos, acções e atitudes. Todos os dias sou confrontado com opções de vida, consequentemente compete-me a mim decidir pelas quais vou optar assumindo a responsabilidade das mesmas. Eu felizmente vivo bem sem ter que pedir conselhos a terceiros, a não ser os de ordem profissional, e, se a isso for compelido. Vivo bem sem a presença de entidades invisíveis ou sobrenaturais, mas não objecto á sua hipotética existência. Espero que os 2.100 milhões de cristãos que existem no Mundo não venham um dia a ficar desapontados e bater com as cabeças nas paredes, se a sua fé vier a ser abalada por uma baforada de ciência, ou uma boa dose de senso comum. Quanto a Jesus Cristo que até admito possa ter existido, contudo na minha modesta opinião apenas o considero um homem carismático, persuasivo, com capacidade de liderança, bom orador, com filosofias socialistas demasiado avançadas para os tempos em que viveu, e possuidor de alguns dotes que poderemos considerar, paranormais e de mãos medicinais. Ao longo dos milénios os Deuses foram evoluindo de molde a serem criados á nossa imagem tal como os vimos hoje. Os Deuses, são figuras míticas que nos criaram, para que neles acreditássemos desde que nascemos até á idade em que passamos a ter algum conhecimento racional e analítico, que nos permitisse pensar com alguma clarividência. E quando acabamos por concluir que eles Deuses, não passaram a ser mais do que uma extensão da nossa imaginação, deixamos de rezar a eles, abandonando-os ao desterro e ostracismo. A mente humana é um sistema muito complicado e se a desequilibrarmos com falta de oxigênio, drogas, politica, futebol ou religião, pode ser que nos surpreendamos com resultados espantosos.
Os primeiros habitantes da terra, adoravam o sol, a Lua, estrelas, aves, animais, o mar, o vento, a trovoada etc. Nesses tempos nem Cristo, Maomé ou Confúcio tinham ainda nascido. É preciso não esquecer de que a Bíblia só começou a ser escrita depois do nascimento de Jesus Cristo que se presume tenha acontecido entre o ano 4 e 6. Os Romanos obrigavam o recenseamento de todos os povos que lhe eram sujeitos, a fim de facilitar a cobrança de impostos. José foi a Belém com a família para participar no recenseamento, isto 4 anos antes de Herodes morrer, o que nos dá uma data aproximada de quando foi o nascimento de Jesus. Ao longo dos tempos, diferentes etnias criaram os seus deuses mitológicos, a Grega, Romana, Maia, Asteca, Africana, Hindu, Nórdica, Céltica, Fenícia, Síria, Suméria, Babilónica, Etíope, Etrusca etc. Foi durante o reinado do Imperador Constantino no ano de 313 que o cristianismos foi oficialmente declarado através do Edito da Tolerância - (Édito de Milão) como a religião do império autorizando a liberdade religiosa aos cristãos. Acho que para terminar esta longa dissertação apenas me resta dizer que se não temos um mundo melhor, não é por culpa de ninguém a não ser dos habitantes que nele vivem, e de que não precisamos de nenhum Deus, seja ele de que religião for para fazer da terra um Éden. Enquanto respirarmos não precisamos do Reino dos Céus, e acho que ninguém está com pressa de lá chegar. Também não me consta, que mesmo os católicos mais ferrenhos queiram abreviar a sua morte para gozarem os privilégios do Reino dos Céus. É na terra que vivemos, e procriamos, é nela que semeamos e colhemos para comer, é nela que trabalhamos e deixamos o coirão quando morrermos. Portanto vamos tentar viver em equilíbrio, gozando a vida em toda a sua plenitude. Se existe outra para além da morte, ninguém sabe, porque ainda ninguém voltou de lá para contar, portanto, vamos partilhando este Paraíso Terreno, que é aquele que conhecemos bem e com o qual estamos familiarizados. Termino este ensaio afirmando sem qualquer sombra de dúvida, de que duas mão juntas produzem mais trabalho, do que as mesma unidas em qualquer oração.
Vilamoura 2-12-2009
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