segunda-feira, 29 de setembro de 2014

ANGOLA VISTA SEM LENTES DE CONTACTO

Na minha crónica de hoje é óbvio que irei uma vez mais morder nos “mocotós”, não dos Angolanos em geral, ou sobre o país chamado Angola o qual infelizmente alberga uma quadrilha de facínoras que há 39 anos têm vindo despudoradamente a roubar os cidadãos angolanos dos rendimentos gerados pelas riquezas que diariamente são produzidas no país referentes aos “royalties” do petróleo, ferro, gaz e diamantes que entram nos cofres do Governo e nos bolsos de algumas elites governamentais. O tio Patinhas angolano corporizado pelo presidente José Eduardo dos Santos acumulou uma fortuna que o tornam numa das maiores fortunas do mundo, tendo para esse efeito fechado os olhos aos vários irmãos “Metralha”, cujo seu enriquecimento ilícito é conseguido de proveniências diversas e a lavagem do dinheiro investido em Angola e fora dela. Uma vez que os angolanos não possuem capacidade e conhecimento tecnológico para explorar as suas reservas minerais e petrolíferas, tiveram que recorrer a multinacionais que com o seu elevado “Know-how” vão desventrando as entranhas da terra e do mar angolano para explorar as riquezas naturais que pertencem a todos os autóctones e não apenas aos corruptos do partido que vão enriquecendo á tripa forra, pelas compensações monetárias que recebem por debaixo da mesa pelos favores que prestam ou facilidades que concedem. Angola como muitos outros países terceiro mundistas, têm que recorrer a terceiros para extraírem de dentro da terra ou do mar as riquezas que o país esconde dentro das suas vísceras, mas obviamente que isso reduz a margem de lucro da participação angolana nas concessões de exploração às multinacionais estrangeiras. Esses abutres do lucro fácil mesmo depois de encherem os bolsos de muitos corruptos angolanos que esfomeados por dólares têm vindo a enriquecer ao longo dos 39 anos que dura a independência, ainda carregam para os seus países a parte de leão que lhes cabe nos espojos das partilhas. Angola é um país rico com uma população paupérrima a viver no limite da subnutrição e essa miséria colectiva não consegue ser alimentada com o cimento armado dos enormes prédios e centros comerciais que se constroem em Luanda. Segundo estimativas de 2012 existem hoje em Angola 20 milhões de angolanos, contudo segundo o censo feito em 1970 seriam apenas cerca de 6 milhões. Muito embora tenha nascido em Angola onde vivi 33 anos, sempre mantive a minha nacionalidade Portuguesa e portanto como estrangeiro que sou e não residente no território, posso falar de Angola livremente sem o receio de ser perseguido, preso durante o dia ou noite, torturado ou simplesmente ser dado como desaparecido por reclamar ou dizer verdades inconvenientes, como vai acontecendo com vários Jornalistas Angolanos. Rafael Marques. Este Jornalista Angolano autor do livro “Diamantes de Sangue”, tinha recentemente sido convidado por Mário Crespo jornalista da SIC que foi despedido (contrato não renovado) por pressão do Governo Angolano em virtude de pretender entrevistar no Jornal das nove da SIC Rafael Marques. As suas declarações seriam no sentido de comprometem de forma inequívoca certos membros proeminentes do Governo Angolano. Mateus Gonçalves, Mariano Brás, William Tonet, Coque Mukkuta, Armando Chicoca, Pedro Cardoso, Afonso Francisco. Idálio Kandé e Ana Margoso, Zenina Volola e Matilde Vanda são outros dos jornalistas angolanos perseguidos e ameaçados pelo Governo. A lista dos jornalistas que já foram detidos é interminável bem como as pressões exercidas sobre os editores dos vários órgãos de comunicação social angolanos. A censura é imposta e a mordaça apertada, a todos aqueles que não pactuam com o sistema ou o seu fraco estomago não permite que silenciem as injustiças, iniquidades e corrupção que grassa a todos os níveis nas elites governamentais do MPLA por mais tempo. 29-9-2014

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