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segunda-feira, 29 de setembro de 2014
EU E O MUNDO
Uma das vantagens de não termos que trabalhar para satisfazer as nossas necessidades essenciais ou satisfazer os nossos caprichos é um privilégio que não está ao alcance de todos. Quando profissionalmente somos reconhecidos pelos nossos pares e pela comunidade onde nos encontramos inseridos como referências, podemos dar-nos ao luxo de não só poder fazer exigências remuneratórias á entidade empregadora, como se na eventualidade de actuarmos como freelancer de apenas abraçarmos os projectos que entendemos serem viáveis, excitantes, e desafiadores das nossas capacidades mentais. Este tipo de situação está apenas reservada aos mais bem apetrechados profissionalmente e cujo seus perfis curriculares ou portefólios demonstram que a obra por eles desempenhada foi reconhecida aplaudida ou louvada. Infelizmente este estatuto de se poder escolher para quem se quer trabalhar, não acontece cedo nas nossas carreiras profissionais, mas sim usualmente depois dos 30 anos. Os cérebros mais brilhantes são disputados pelas grandes multinacionais e pagos a peso de ouro, pois certas agências internacionais de emprego, sabem exactamente onde estes “eleitos” que se notabilizaram em várias áreas, se encontram a operar vendendo o seu “knowhow”.
São os novos mercenários da era moderna que operam em nichos de mercado, em qualquer país do mundo, sob qualquer bandeira ou regime politico, onde a concorrência é diminuta, devido á alta especialização profissional que detêm, em certos sectores de actividade. Na vida apressada que os adultos vivem, preocupados com a manutenção dos seus empregos ou na progressão das suas carreiras profissionais, torna-se complicado a conjugação destas, com as suas vidas privadas. Notei que a grande maioria destes profissionais são solteiros estando mais preocupados em fazer dinheiro rapidamente do que constituir famílias. A sua vida errante de país para país também não lhes permite andar com o seu agregado familiar ás costas. Por vezes sentimo-nos mais casados com as empresas ou com o dinheiro que auferimos, do que com as nossas mulheres, o que como é óbvio, não são aspectos fáceis de conciliar e gerir. A pressão por vezes torna-se insustentável, o que nos leva a ter que exercer opções com as quais nunca pensamos vir a ser confrontados. As rupturas familiares tornam-se comuns, pela falta de apoio, presença e muitas vezes de comparência no seio da família e do lar. Homens, mulheres e casais são diariamente confrontados com uma diversidade inimaginável de deveres, obrigações e solicitações as quais não lhes deixam muito tempo disponível para que consigam a concentração necessária afim de que de uma forma racional, lógica e desapaixonada, possam reflectir sobre a prioritização das suas vidas e sobre o mundo. Por vezes ao longo da vida é imperativo que paremos para pensar sobre o caminho que temos vindo a trilhar ou sobre eventuais alternativas que possamos considerar como opções futuras a seguir. Este tipo de exercício tem que ser feito regularmente, afim de que possamos melhorar a nossa qualidade de vida, minimizando os aspectos negativos e aliviando cargas desnecessárias que possam obstar á nossa progressão. Devemos procurar maximizar outras vertentes que nos permitam ganhar mais dinheiro no menor período de tempo. Quem não planeia adequadamente a sua vida planeia falhar redondamente, e os seus objectivos nunca serão atingidos. Os nossos progressos têm que ser medidos, avaliados e monitorizados afim de sabermos se trilhamos o caminho certo ou se nos estamos a afastar das linhas programáticas e metas que definimos previamente como alvos. E, a maneira mais fácil de o fazer, é como se de um “budget” anual se tratasse, o qual devemos segmentar em trimestres, e ao fim desse tempo, rever a situação e fazer os reajustamentos necessários. Durante as nossas vidas temos que ter várias preocupações sectoriais ou seja, em primeiro lugar devemos conceder á saúde a primazia da nossa melhor atenção, pois sem ela não podemos produzir nem gerar o capital financeiro que necessitamos para viver. Em segundo lugar deveremos avaliar a nossa performance profissional e as oportunidades de carreira, e, finalmente em terceiro lugar, a forma se como podemos proteger e defender a nossa vida privada, bem como a da nossa família e de todos aqueles que dependem directa ou indirectamente de nós. O nosso agregado familiar em circunstância alguma deverá ser exposto e afectado por factores externos tais como: cobiça, inveja, curiosidade, intriga, maledicência, ou desprezo do mundo cruel, que está sempre pronto para desfazer sonhos, roubar a felicidade e a alegria, destruindo a nossa fé e esperança de uma forma cruel e desabrida. Há já longo tempo, que comecei a entender que a grande maioria das pessoas vive, pensa e reage de uma forma totalmente diferente perante a vida. Esse facto faz-me de certo modo sentir inadaptado, ou um animal quase que raro neste mundo em vias de extinção. Noto, que de dia para dia o mundo se torna mais cinzento, pois cada um apenas se preocupa em olhar para o seu próprio umbigo, vivendo em casulos ou em mundinhos feitos apenas á medida das suas diminutas ambições. A tendência é para meterem a cabeça na areia como o avestruz, ignorando tudo o que se passa á sua volta. As pessoas criaram uma mentalidade regionalista e paroquiana, em vez de se abrirem para o mundo numa forma Universalista, fecham-se, colocam palas nos olhos como os cavalos, e reagem como os três macacos: não falam, não ouvem e não vêem. Algumas pessoas e governos, que têm o poder, a obrigação, o dever, a força, o direito de fazer algo em prol da humanidade ou dos seus concidadãos, mudando o curso dos eventos e serem mais actuantes nas formas de inverter o curso dos acontecimentos, nada fazem de concreto, palpável e eficaz. Esta inércia, este imobilismo, que as pessoas sem retorquir, sem alterar, sem escalar, sugerir ou declinar, se limitam a aceitar de quem os lidera ou governa como um facto consumado, e de uma forma fatalista, faz-me pensar que vivemos num país de carneiros e que os governantes têm efectivamente os povos ou súbditos que merecem governar. Não tendo capacidades de adivinhação ou de profetizar o futuro, pois não nasci com esse dom, não será contudo difícil predizer, sem grande margem de erro, que já não será na minha geração, que os portugueses e o mundo em geral irão viver melhores dias.Os abutres são cada vez mais a comer em baixelas de prata e loiça da Companhia das Índias, enquanto o povo come em gamelas, esgravata as migalhas ou morre de inanição devido a andarem sub nutridos. Não sou um iluminado, como Descartes, nem me parece que a minha mente tenha a capacidade de ter um sonho repartido em três fases, em que o espírito da verdade me privilegie com o conhecimento de todas as ciências e revelações, a que ele chamou o “Discurso do Método”. Penso ter atingido uma fase cartesiana em que me preocupo hoje em dia muito mais em atingir uma fase filosófica e meditativa que eleve o meu ser desta mediocridade confrangedora, do que debater o materialismo globalizante do mundo e as suas consequências. Com o corpo já herdei a dor, com o conhecimento a angustia e finalmente com a mortalidade o terror de ter que enfrentar alguém para lhe prestar contas, quer eles sejam aos pais do Universo, aos Deuses da Humanidade ou aos Satanázes dos Infernos. Estou ainda preparado para escrever até á exaustão, mesmo que o faça apenas mim próprio. Escrever liberta-me o espírito, aplaca-me a angustia, e apura o meu sentido crítico da visão que tenho do mundo e das pessoas. Não tenho garantias, respostas, certezas, verdades ou revelações para contar ao mundo, nem sequer o poder para o mudar, mas há uma coisa que eu tenho, e que nada, nem ninguém, jamais me tirará, que é, uma grande dignidade e vontade de viver num mundo mais humano, mais solidário menos egocêntrico e materialista. O mundo está enfermo, e padece de imensas doenças, contudo, ninguém parece preocupado em encontrar soluções radicais para o curar, apenas tratamentos cosméticos e panaceias que são utilizadas como remendos em situações já demasiado escandalosas ou degradadas para poderem ser ocultadas. Estamos neste início de século a viver momentos conturbados e dolorosos ao nível mundial, que a muitos estão a causar traumas psicológicos irreversíveis e mortes que já atingem números de sete algarismos, que podemos considerar catastróficos para a época em que vivemos. Contudo apesar de todos termos conhecimento da origem destes problemas, muito poucas têm sido as vozes com peso na cena mundial que tenham tido a coragem de denunciar, contestar e lutar pela destruição progressiva e maciça do Universo e das pessoas que nele habitam.
O Universo a cada dia que passa, vai emitindo sinais da sua revolta contra a humanidade, por isso nos envia avisos quase que diariamente através de Tsunamis, Ciclones, Maremotos, Tremores de Terra, Tufões, Inundações, Vírus mutantes, Gripe das aves, HIV etc. Os países acusam-se, enviam ultimatos uns aos outros, mas na minha opinião, já não se trata de um problema politico, essa fronteira já foi ultrapassada há longo tempo, agora trata-se de um problema de sobrevivência da humanidade que se encontra ameaçada da sua extinção.
Vilamoura
10-2-2000
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