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segunda-feira, 29 de setembro de 2014
EU
Num dia de Agosto do século passado sob o signo do Leão, nasci para o mundo, e desde tenra idade soube que tinha nascido para liderar e vencer. O poder pode tornar-se mais afrodisíaco que o dinheiro e, eu por ambos sempre tive uma grande paixão. Casei 3 vezes, mas a fidelidade canina e monocórdica dessa instituição monogâmica que se supõe adquirir pelos laços matrimoniais, nunca me convenceu, de modo, que sempre libertei o corpo e a mente para que ambos se pudessem expressar, potenciar e exponenciar da forma que melhor quisessem e entendessem as suas necessidades fossem elas de que teor fossem. É óbvio e evidente, que os crimes de paixão se pagam caros, e eu, paguei todas essas dívidas com divórcios. O meu longo escaparate de escalpes femininos, faz inveja a muitos coleccionadores privados. Regressei ao estatuto de celibatário, com o qual me tenho dado muito bem, e que não penso voltar a alterar devido ao meu tipo de idiossincrasia. A minha presente filosofia de vida, deixou de se coadunar com a regimentação estatutária do casamento, como ele é entendido, quer pelas instituições clássicas, quer pela grande maioria dos portugueses. A educação histórica e cultural dos católicos portugueses continua a ser formada e baseada em valores religiosos completamente ultrapassados o que os torna, mentecaptos, preconceituosos e conservadores. O meu liberalismo anarca, aliado à minha independência económica, permite-me a alienação do meu corpo ou da mente sem restrições. Esse estatuto permite-me usufruir de toda a liberdade, de sonhar e de concretizar sem qualquer peso de consciência tudo aquilo que não infrinja as leis em vigor do país onde resido, e do qual sou cidadão de direito. Isto, só é viável de ser efectuado quando não temos satisfações a dar a ninguém, fretes a fazer, directrizes a observar, justificações a dar ou sapos a engolir. Penso que uma das missões que me foram incumbidas pelos meus progenitores além do espólio cultural e histórico que herdei, foram as de qualquer que fosse a tarefa que me propusesse levar a efeito que a mesma fosse efectuada com paixão e entrega total, pois para mim só o amor não é sentimento que me leve a aceitar qualquer desafio. A minha galeria sentimental é vasta, mas todas foram recicladas quando o fogo da paixão esmoreceu. Hoje, o meu passado foi incinerado, tento congelar o presente deixando que a história por si própria escreva o meu futuro. De quando em vez, vejo despontar no horizonte da vida pessoas interessantes com as quais sinto afinidades, as quais podem ser de carácter intelectual ou físico. Contudo, quando esta última prevalece, volto a sentir todos os sintomas de predador nato que sou, e o inevitável acaba por acontecer. Cedo ou tarde os nossos corpos sequiosos acabam eventualmente por serem atraídos como magnetes fundindo-se e sublimando-se num enlouquecimento mútuo e progressivo da carne em delírio na procura de fantasias e clímaxes orgásmicos. Penetrei vulvas, hostis, secas, molhadas, inóspitas e outras muito concorridas como a segunda circular ao final de tarde. Viajei por corpos esculturais, estimulei mentes áridas e explorei a erogeneidade das fêmeas com cio. Vi a carne de corpos contorcer-se em espasmos voluptuosos de agonia e prazer, umas de uma forma vibrátil sequiosa a gemer e delirar lascivamente, outras em murmúrios inteligíveis de frustração pela sua incapacidade de poderem deixar os seus corpos verbalizar o prazer que sentiam. Controlei e manipulei mentes, dominei corpos a meu belo prazer treinando-os para me proporcionarem prazer. Senti o distender dos músculos, o comprimir, retesar, dilatar, de todos os órgãos expectantes pela apoteose final. Por vezes, os nossos corpos tornam-se impacientes de tanto esperar pelas pessoas certas, pois as ultimas que nos eram queridas partiram há muito e as novas tardam em chegar, o que me leva a este pensamento de que: “ Quem espera fica e não colhe, e quem parte vai e não escolhe”. Todos nós temos e usamos uma máscara que um dia quando mais não for precisa cairá como no final de um baile de Carnaval. A minha, há longo tempo que caiu, pois dela já não preciso, uma vez que atingi o raro privilégio de apenas ter de estar com quem quero, numa idade de ainda poder dar-me ao luxo de escolher sem ter que ser escolhido, ou entrar em saldo de fim de estação. Também não me vejo como mono, e ser colocado nos fundos de qualquer armazém bafiento, escuro e húmido como mercadoria estragada ou rejeitada. Finalizo esta minha pequena biografia com uma pequena estrofe que fiz há uns anos mas da qual ainda me recordo.
Perdi em ti o meu sustento
Macias são no vento
As ténues recordações
Com que alimento o tempo
Este pequeno texto é intemporal foi escrito hoje, podia tê-lo sido ontem ou em qualquer outra altura da minha vida, num dia qualquer de um ano que não pretendo lembrar."
Vilamoura
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