terça-feira, 30 de setembro de 2014

EU OS OUTROS E O MUNDO

Para me descrever seria complicado, portanto nem sequer vou perder o meu precioso tempo nessa tentativa infrutífera. Contudo, posso afirmar sem qualquer rebuço, de que sou único á minha maneira, descomplexado, livre, independente e auto-suficiente. Não estou enfeudado a nada nem a ninguém, não emprenho pelos ouvidos, e mesmo sobre o que vejo por vezes tenho dúvidas. Apenas me limito a seguir a minha consciência e senso comum, de molde a não ser criticado por ela. Quanto aos outros, obviamente que eles existem na minha vida, sejam eles familiares, em relacionamentos mais intimistas ou simplesmente como amigos, mas este últimos em número muito reduzido, pois é um privilégio que não concedo de ânimo leve a qualquer um. Prezo muito todos aqueles que considero amigos, o seu bem-estar e sucesso na vida deixa-me sempre muito feliz. No que respeita ao Mundo, sei o lugar que nele ocupo e não ambiciono outro, vivo feliz onde estou e com o que tenho. O mundo e a vida a certa altura decidiram retirar-me todos os bens materiais deixando-me na penúria, mas isso não criou em mim anti-corpos ou sentimentos de vingança e retaliação, pois deixou-me com saúde e proporcionou-me meios para adquirir outros em paragens diferentes do mundo. Não sou seguidista, não tenho deuses, gurus, mestres ou religião, não tenho clube nem partido político. Vivo indiferente e distanciado de tudo o que acontece á minha volta desde que não me afecte directamente, contudo sou uma pessoa informada e sigo a par e passo com rigor os acontecimentos que vão fazendo noticias pelo mundo. Sou egoísta, comodista e pacifista, criei um mundo onde vivo bem com as minhas virtudes, defeitos e vícios, os quais procuro que não interfiram com a vida de ninguém. Não faço julgamentos de valor ou carácter sobre terceiros, a vida de cada um não me diz respeito nem me interessa. Divirto-me sem complexos de culpa, negação ou remorso, vou á luta pegando os touros de caras quando é necessário, mas também os ignoro e desprezo quando depois de avaliados concluo que é preferível que as “chocas” os retirem da arena para serem abatidos por falta de combatividade. Defendo as minhas bandeiras de forma consistente mas sempre baseado em tudo que a ciência tem descoberto e provado, e não perco tempo a teorizar sobre mitos e crendices, ou debater com fanatizados as cores do arco-íris. Não sou elitista, preconceituoso ou snob, portanto, tanto me sento a beber um copo de três na taberna da esquina como um “Bloodmarry” no bar de um hotel de 5 estrelas com um amigo que use havaianas e jeans ou com uma amiga de salto alto toda apinocada e produzida. A imagem e aparência de uma pessoa ou o seu estatuto social e financeiro, não devem ser usadas como critério de selecção para a amizade. Quando me apercebo da existência de alpinistas sociais, de imediato os voto ao ostracismo. Não escolho os meus amigos por serem médicos, advogados ou engenheiros, se ganham milhões ou tostões ou pelas suas opções de vida, mas sim, pelo seu carácter e inteligência onde o respeito pelas opiniões de cada um é levada em linha de conta, pois todos estamos conscientes dos limites que não devemos ultrapassar. Estou-me borrifando se ouvem música clássica ou rap, se são religiosos, agnósticos ou ateístas, se pertencem a este ou aquele partido politico, se choram quando o seu clube perde, se são ou não adeptos do aborto, pena de morte, eutanásia ou eugenismo, se são gays ou”straight”, xenófobos, racistas ou fascistas ou se pertencem á liga protectora dos animais. Gosto essencialmente de gente que saiba viver, mantenha a sua dignidade e consistência de princípios e valores, que não se ajoelhe perante nada nem a ninguém, implorando perdão, amor ou absolvição, e que não vergue a espinha para lamber cus, pedir favores, ou que façam vista grossa sobre os seus erros. 10-9-2013

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