terça-feira, 30 de setembro de 2014

NELSON MANDELA

Morreu Nelson Mandela personagem africana, um ídolo de pés de barro, muito respeitado por todo o mundo pela sua luta contra o sistema do apartheid Sul-africano e da abolição do mesmo, mas não pela independência do país. Mandela foi um homem que me faz lembrar o personagem do livro escrito por Robert Stevenson que se desdobrava entre duas personalidades as do Dr. Jekyll e Mr. Hyde. Nelson Mandela não é um Santo nem um pacifista como se mostrou ao mundo depois de ser libertado em 11 de Fevereiro de 1990. Os princípios programáticos do ANC eram o derrube do Governo Sul-africano, e para esse fim muitos actos de sabotagem e terrorismo urbano foram cometidos. Várias bombas foram espalhadas e activadas pelo território Sul Africano culminando com o atentado na Church Str em Pretória onde morreram 8 civis. O mundo chora Mandela, mas as mães, pais, esposas e filhos também choram aqueles que ele mandou matar e não foram poucos. O mundo quer branquear os princípios violentos de quando este liderava o movimento de guerrilha do ANC, e existem muitos documentos que provam a dureza com que lidava com todos aqueles que naquele tempo contestavam a sua liderança que mandou assassinar e de entre eles muitos eram lideres do PAC (Congresso Pan Africano) movimento nacionalista negro da África do Sul, surgido em Abril de 1959, sob a direcção de Robert Sobukwe, com o objectivo de combater o apartheid. Assumiu-se como uma organização mais radical do que o ANC, com o qual entrou em ruptura, reclamando a África para os africanos. Foi ilegalizado em Março de 1960, altura em que se deu a prisão dos seus principais dirigentes. Em Abril seguinte, a polícia sul-africana respondeu pela força a protestos, matando 69 manifestantes e ferindo 180 em Sharpeville. O Congresso Pan-Africano passou então a promover acções de guerrilha, até à sua legalização em 1990. Mandela que sempre foi lobo, quando libertado vestiu a pele de cordeiro passeando-se pelo mundo como pacifista e conquistando as boas graças de todos os chefes de governo mundiais. Não estamos aqui a discutir, justificar ou branquear o sistema do apartheid Sul-Africano, o qual obviamente não tinha qualquer justificação de existir, contudo não podemos esquecer este sistema de separação das raças foi implantado pelos Holandeses e Ingleses quando estes colonizavam o país que se tornou independente em 31 de Março de 1910 como União da Africa do Sul e mais tarde em 31 de Março de 1961 como Republica da Africa do Sul. Não queiramos divinizar Nelson Mandela ou santifica-lo ou mesmo compara-lo a Gandhi, o qual igualmente sofreu na Africa do Sul as agruras do apartheid chegando a ser preso. Nelson nos seus primórdios visto pelos olhos do Ocidente não passava de um terrorista, muito embora pelos países do leste pudesse ser considerado um “Freedom Fighter”, libertador da opressão. Quando o comparamos a muitos outros lideres africanos que lideraram movimentos de libertação de países sob o jugo colonial, essas lutas tinham fins e objectivos diferentes, enquanto a Republica da Africa do Sul era um país independente reconhecido pelo mundo inteiro, muito embora nos últimos anos tivesse sujeito a boicotes e pressões internacionais para terminar o abominável sistema da separação das etnias rácicas. Quando Mandela foi libertado já o Presidente De Klerk tinha chegado á conclusão embora tardia de que todo o sistema do apartheid se estava a desfazer e o país a tornar-se ingovernável politicamente. A Mandela foi-lhe entregue a Africa do Sul numa bandeja dourada, estando o seu destino traçado desde o dia que saiu da prisão em se tornar o primeiro Presidente negro na nova Africa do Sul. Foi um moderador que juntamente com o Arcebispo Tutu, promoveram a reconciliação entre todos os Sul Africanos, evitando retaliações ou vinganças, evitando assustar os capitalista com nacionalizações, ou os donos de quintas com a expropriação das sua propriedades como Robert Mugabe fez no Zimbabwe atirando o país para o caos improdutivo. Que os negros Sul-africanos o glorifiquem, muito embora esperassem que ele fosse mais longe nas sua politicas, tudo bem, agora que o mundo o venere como o estão a fazer é que para mim é uma idiotice, pois o homem que acabou de se finar, vai certamente ter que pagar pelos crimes que cometeu. 6-12-2013

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