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terça-feira, 30 de setembro de 2014
ANGOLA VISTA AO MICROSCÓPIO
Neste silêncio ensurdecedor onde a voz dos novos caciques ou sobas angolanos se fazem ouvir tonitruantes pelas redes sociais, por vezes em “alta voz” outras vezes em surdina mas suficientemente audíveis aqui em Portugal quando ex-colonos se atrevem a criticar a nova ordem angolana ou a reviver a velha e saudosa que só 750 mil tiverem o privilégio de conhecer, são de imediato acusados de racistas e colonialistas. Os angolanos na sua generalidade não nutrem por nós portugueses qualquer tipo de simpatia ou amizade particular, não estão saudosos da nossa ausência nem agradados com a nossa presença no seu território e muito menos nos desejam de volta.
Somos tolerados por necessidade, devido á sua incapacidade e incompetência para manterem o país em funcionamento. Somos contratados para lhes manter as luzes acesas os telefones a funcionar e a água a correr. Somos pagos para lhes construir prédios, estradas, pontes, centros comerciais, hotéis e garantir que os computadores trabalham. Sem a presença dos expatriados no seu país voltariam á pré historia e o caos instalar-se-ia em poucos dias. A língua ainda constitui uma parte fundamental dos critérios de selecção e avaliação quando é necessário proceder á contratação de trabalhadores.
Não é preciso fazer um enorme esforço para descobrir as motivações que leva os angolanos a ter estes comportamentos de raiva exacerbada em relação a Portugal. Este complexo de Édipo manifesta-se na vida diária dos angolanos. Tudo o que sabem e aprenderam devem-no a nós portugueses, basicamente as elites governamentais vivem na sombra da nossa cultura e tradições e essa falta de identidade deve afligi-los e marca-los profundamente uma vez dão por si a pensar e reagir da forma europeia e não africana. E essa negação inadvertida e não propositada das suas raízes devido a terem passado grande parte das suas vidas a viver e estudar em Portugal ou outros países europeus ou do mundo, faz deles uns inadaptados e desenraizados em relação á matriz angolana.
Ao longo dos anos e consequentemente abrangendo várias gerações os portugueses iam parar a Angola por várias razoes. Uns iam para lá desterrados e levados para Angola, para cumprir penas a que foram condenados, outros por opção pessoal sozinhos ou acompanhados da família e finalmente a partir dos anos 60 para cumprir o serviço militar. Todos eles eram oriundos de diferentes estratos sociais., alguns até bem inferiores ao nível educacional dos negros locais. De Portugal e com o patrocínio do governo vieram famílias de colonos que se tinham candidatado a integrarem colonatos específicos como o da Cela e outros que optaram pela criação de gado. Como nessa altura no interior não abundavam mulheres brancas, a grande maioria destes Portugueses juntou-se ou casou com mulheres locais de raça negra cafrealizando-se. Depois tivemos outras casta de Portugueses, uns que emigraram para Angola com estudos, mas que ficavam pelas cidades e outros que terminavam a tropa e que já não regressavam ao continente, e nesta classe temos muitos dos oficiais milicianos já licenciados que decidiam depois da sua comissão terminada especialmente médicos e engenheiros. Finalmente os portugueses-angolanos que lá nasceram e estudaram aproveitando-se da criação dos Estudos Gerais Universitários que foram criados em 1962, e a sua solene abertura um ano depois, com a exclusão de algumas faculdades sendo uma delas direito. Até 1963 quem desejasse frequentar um curso superior teria que o fazer em Portugal Continental. Salazar nunca desejou que os negros fossem demasiado instruídos, e por isso só aqueles que os pais tinham possibilidade os enviavam para Portugal a fim de prosseguirem os seus estudos e Agostinho Neto foi um desses casos.
A Angola de hoje apenas diz respeito aos angolanos de naturalidade e nacionalidade, e ao partido que os governa e que tem decidido desde 11 de Novembro de 1975 que caminhos políticos Angola deve trilhar os quais nem sempre têm sido os melhores.
A grande maioria dos portugueses residentes em Angola não eram nem nunca foram colonialistas e até duvido que estivessem politicamente informados quando á definição da própria palavra. Nos anos 50 e 60 os portugueses, tanto emigraram para Angola como para o Brasil, França e outros países Europeus apenas com a finalidade de melhorarem a sua qualidade de vida, e não com o desejo de explorar alguém pois na grande maioria dos casos foram eles os explorados. Em nenhum destes países existiam árvores das patacas, só que nos países terceiros mundistas e equatoriais com condições climáticas adversas as pessoas eram mais bem pagas e as oportunidades de negócio bem melhores para aqueles que tinham espirito empreendedor. Não emigraram tanto para Angola, porque era preciso carta de chamada, pois a politica Salazarista tinha receio que se existissem muitos portugueses nas colónias pudesse acontecer o mesmo que no Brasil, onde deram o grito do “Ipiranga” e declararam unilateralmente a sua independência em 1822. Se todos os Portugueses que desejavam emigrar tivessem sido canalizados para Angola, teríamos tido não 750 mil, mas alguns milhões e portanto uma situação idêntica á da Republica da África do Sul, e isso teria alterado toda a composição do equilíbrio de forças no tabuleiro de xadrez.
Infelizmente as politicas ideológicas erradas de ambos os lados quer do Português até ao golpe de estado do 25 de Abril em Portugal, quer dos movimentos de libertação e do próprio tribalismo angolano, não permitiu encontrar uma solução justa que permitisse chegar a uma plataforma de entendimento racional desprovida de complexos colonialistas, preconceitos raciais, ou atitudes paternalistas, para que todos tivessem tido a oportunidade de em conjunto construírem uma nova Angola livre e independente. Dentro de poucos anos Angola terá a viver no seu território tantos ou mais estrangeiros do que antes da sua independência, só que estes estrangeiros ou empresas sugarão angola até ao tutano sem lá terem investido um único Kwanza.
Se Angola continua a importar estrangeiros é porque deles precisa por qualquer razão, especialmente de investidores, trabalhadores especializados e tecnologia de ponta, por isso procura portugueses por razões linguísticas. .Estes novos colonos mercenários que para lá emigraram apenas o fazem com bons contractos de trabalho para ganhar dinheiro e não pelos lindos olhos dos angolanos, pela humidade que chega aos 98% durante 9 meses por ano, aos vários banhos que temos de tomar diariamente e ao cheiro a catinga que temos de suportar. Nunca estes novos emigrantes sejam eles de que nacionalidade forem terão o mesmo sentimento de enraizamento em relação á terra, que existia nos portugueses que anteriormente lá viviam.
15-5-
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