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segunda-feira, 29 de setembro de 2014
O MEU ANIVERSÁRIO EM 2014
Hoje estou mais velho um ano, as luzes que me iluminavam têm-se vindo a fundir lenta mas inexoravelmente reduzindo e condicionando quer a minha capacidade física e mental. Fazer anos e ter a consciência da idade, bem como da esperança de vida que ainda nos está reservada não é um exercício muito agradável de fazer, quando mentalmente nos sentimos com metade da idade que temos. Hoje em dia na Europa a expectativa vida das pessoas está estimada em cerca de 80 anos, contudo fazer anos nesta provecta idade já não é para alegrar ninguém mesmo que na nossa festa de aniversário se deitem foguetes, haja palhaços ou elefantes a andarem de bicicleta para nos alegrarem e divertirem. Dentro de menos de uma década terei atingido a idade cronológica, que me sentencia á inevitabilidade de me começar a despedir de uma vida a qual me proporcionou um pouco de tudo, mas da qual sempre procurei sair vencedor, muito embora os louros das vitorias nem sempre fossem dignos de celebrações efusivas, pois algumas bem me deixaram amargos de boca. Muitos dos meus amigos já partiram e os que restam vão tal como eu defendendo o forte até podermos, pois as maleitas já são tantas que as carradas de comprimidos que temos que tomar diariamente já têm mais efeitos perniciosos e secundários do que o bem que fazem. Tenho consciência absoluta que me encontro na última etapa da minha existência, mas está bem mais curta, metaforicamente falando é como se tratasse de uma prova de ciclismo de contra relógio a qual definitivamente não quero ganhar nem chegar nos primeiros lugares. É meu dever e obrigação envidar todos os esforços para que a minha presença entre os vivos se torne o mais agradável possível sem que me torne um abcesso que os meus familiares mais próximos tenham que carregar directa ou indirectamente, ou de um alivio quando me finar. Espero igualmente que consiga manter um envelhecimento digno e lucido sem que a deterioração física ou mental se torne para eles uma obrigação em cuidar da minha sobrevivência ou pagar a alguém que o faça. Gostaria de não ficar na dependência de ninguém e que quando a minha hora chegar que ela seja rápida e indolor. Não sendo religioso as pessoas mais próximas já estão informadas das minhas das minhas decisões quanto às minhas exéquias fúnebres. Tenho consciência absoluta de que se estiver em pleno uso das minhas faculdade das minhas capacidades mentais partirei para as cinzas de forma arrogante, altiva e escorreita como sempre vivi sem vergar a espinha ou os joelhos a ninguém. Morrerei consistente com os meus valores e crenças, de que vivi num mundo sem Deuses, de falso profetas, de biliões de pessoas formatadas por valores religiosos que não escolheram de livre vontade. Não me preocupa absolutamente nada qual seja a imagem póstuma com que as pessoas ficarão de mim se alguma vez for por elas recordado. Quanto aos meus filhos também a forma como por eles serei lembrado apenas a eles diz respeito, não tenho recados nem mensagens para lhes deixar. A vida encarregou-se de abrir caminhos diferentes para todos nós, os quais apenas pontualmente convergiram mas de forma mais institucional do que por necessidade de afectos familiares ou por defendermos as mesmas bandeiras nas mesmas trincheiras. Por vezes o fosso tornou-se grande demais para poder ser ultrapassado dando origem a silêncios sepulcrais e a um mutismo que se instalou por períodos demasiado longos. Chegou o tempo de começar a fazer a mala onde cuidadosamente estou arrumando as poucas boas recordações que tentarei levar comigo para adocicar o adeus, as outras que me causaram, desapontamento, frustração e agrura deixá-las-ei cá ficar para os outros lidarem com elas quando decidirem seriamente reflectir sobre as suas vidas. Quanto a mim não acredito que deixe muitas saudades quando a minha hora chegar, algumas lagrimas serão vertidas nos momentos mais solenes, mas depois disso o ciclo da vida continuará mas sem que o meu ADN carregue com o nome de família para gerações futuras, pois esse terminará com o meu desaparecimento.
8-8-2014
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