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quinta-feira, 12 de março de 2015
HINO AO AMOR
Fazer amor com paixão, é pisar terrenos celestiais, é viajar em
direcção a Shangri-la ou Utópia, é trilhar caminhos até á eternidade
percorrendo o infinito pelo espaço sideral numa levitação hipnótica. É uma experiência inolvidável quando temos o privilégio de abrir a porta ao amor e deixar que os seus efeitos e fluxos sensoriais nos preencham o coração, estimulem a mente, arrepiem a epiderme e provoquem uma reacção genital.
Fazer amor é sexo, poesia e prosa que se conjugam num acto sério demais para ser encarado apenas como uma solução para vazar o escroto por razões fisiológicas, para acalmar desejos carnais, servindo-nos de quem estiver mais disponível na altura para esse efeito.
Para fazer sexo bastam dois corpos misturados ou entrelaçados num desejo carnal desprovido de sentimentos, que apenas se complementam unilateral ou reciprocamente numa satisfação dissoluta, insonsa e trivial, nascida da gula animalesca e descuidada, sem zelo, carinho, ternura, compostura ou respeito pelos seus corpos. Sexo praticado desta forma apenas atende á voracidade licenciosa, devassa e libertina de desejos e apetites unilaterais os quais se conjugam ocasionalmente para banalizar o sexo ao ponto de muitas vezes as pessoas nem saberem o nome próprio de com quem o fazem.
Na minha modesta opinião, esse acto nada tem a ver com o de “fazer amor”, é apenas o uso da genitália de cada um dos intervenientes para a consumação de um coito puro e duro que origina uma troca inconsequente e descomprometida de fluidos, quer a parceira seja paga para esse fim, ou perfilhe apenas de uma atracção física pontual que a leve a praticar esse acto sem fins remuneratórios pela uso do seu corpo.
Vender ou traficar sexo é degradante e compra-lo aviltante, contudo é uma indústria que aliada á da pornografia movimenta milhões pelo mundo inteiro.
Fazer amor é percorrer os trilhos da alma, desvendando véus, removendo mantos diáfanos de fantasias, mergulhar nas penumbras, descobrindo profundezas, penetrando os lugares mais recondidos de cada um dos seres, sem pressa, com delicadeza e tacto. A alma tem uma textura de cristal que deve ser tocada com leveza, e apalpada com gentileza pela sua fragilidade, até que o corpo relaxe se abra como uma flor e descubra cada uma das suas funções para o qual foi criado. Quando a descoberta acontece, os corpos se desnudam é como removermos as máscaras e deixarmos cair as cotas de malha que nos protegem, o escudo invisível com o qual cobrimos o coração e finalmente expomos os nossos sentimentos sem protecções ou defesas. Nessa altura é como o romper da alvorada, o amor sobe iridescente ao firmamento como o sol no dealbar da madrugada e o acto de deslumbramento inicia-se, quando os corpos com imãs se atraem e penetram, e por osmose se tornam num ser uno e indivisível, que termina com as trompetas tocadas por querubins atacam os acórdãos finais desta sinfonia dedicada ao amor enquanto os corpos em clímax expelem e recebem as sementes num momento hegemónico perfeito.
As mãos e os dedos ágeis deslizam sobre as curvas, como tocando nuvens, a boca vai acordando, os lábios engrossando retirando gostos, provando sabores, bebendo a seiva que escorre das várias nascentes, é o concavo que se encaixa no convexo, numa conjunção de num equilíbrio harmónico de complementaridade geométrica onde o esquadro, prumo e cinzel esculpiram os entalhes que permitiram que o “puzzle” do amor se completasse. A boca, a língua e a genitália começam a sua viagem pelo corpo um do outro, e entre sussurros ofegantes, afagam-se, acariciam-se e estimulam-se reciprocamente em preliminares conducentes á preparação dos corpos, para se aceitarem e conhecerem com a finalidade de progredirem nos vários estágios que os levarão á apoteose final.
A celebração do amor é como uma peça de teatro em vários actos, não se podem nem devem queimar etapas na persecução do objectivo final. Fazer amor com amor é a Ressurreição de dois corpos em pleno êxtase de um clímax obtido em sincronia de fazer inveja ao cronómetro de mais alta precisão. É renascer como a Fenix num abraço que aperta mas não sufoca, no beijo que cala a sede que nos seca a garganta, no desejo viril que nos intumesce o sexo, na escalada dos degraus celestiais que nos levam ao gozo, acicatam a libido e exponenciam a volúpia até ao jorro final.
No amor tudo é permitido, desde que exista consenso de ambas as partes, vale chorar…vale gemer…vale gritar…vale verbalizar as emoções que trespassam o nosso ser e a carne em delírio quando caminhamos em direcção ao paraíso, e todos os sons que emitimos são melódicos e afinados numa sintonia, quer ela seja grave, aguda ou murmurada onde ambos são maestro e maestrina de uma orquestra que não desafina. Quando o amor é feito numa reciprocidade de sentimentos e emoções dá-se o início ao milagre da transmutação corpórea, os corpos, mentes e coração ajustam-se e as almas matizam-se. Inevitavelmente os corpos os corpos começam a flutuar como se a gravidade deixa-se de existir caminhando trespassados em direcção ao Éden. Finalmente os corpos satisfeitos e realizados numa assumpção de uma paz e serenidade que aplacou toda a fome que tinham de se saciar um no outro, iniciam o seu percurso por terrenos apenas reservados aos eleitos que dignificam e respeitam o amor como forma de vida. O amor nasce com um sorriso, cresce com um beijo e acaba com uma lágrima. Mário Quintana disse uma vez o seguinte: “QUANDO DUAS PESSOAS ESTÃO A FAZER AMOR, NÃO ESTÃO APENAS A FAZER AMOR, ESTÃO DANDO CORDA AO RELÓGIO DO MUNDO”.
20-2-2011
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