quinta-feira, 12 de março de 2015

COLONIALISMO-1

Desde que os europeus começaram as suas epopeias marítimas no século XIV dando novos mundos ao mundo, descobrindo e colonizando novos territórios os quais eram agregados á Coroa dos países desses navegadores, pois nessa altura todos eles eram europeus e governados por reis ou rainhas, os quais contribuíam largamente para que essas campanhas marítimas fossem financiadas pelo reino. Todo o sistema colonial desde os seus primórdios foi assente e estruturado pelas leis impostas pelo colonizador e assentes na premissa de senhor para escravo, retirando-lhes todo e qualquer direito. Ao longo dos séculos os sistemas políticos foram mudando na Europa de monarquias para republicas, mais democráticas, humanistas e sociais. Esses movimentos libertários de solidariedade, igualdade e fraternidade, também se reflectiram nas colonias ultramarinas tornado a vida nestes territórios aparentemente mais igualitária concedendo aos locais mais direitos, benefícios e regalias, sendo nessa altura uma das grandes vitórias da época a abolição da escravatura. Em muitos casos estas concessões aos locais eram mais propaganda feitas pelos governos a fim de evitar as criticas dos países mais liberais que não tinham colónias, do que na realidade transformações genuínas e dignas de registo nesses países colonizados. Na sua génese e na vida quotidiana essas alegadas concessões nas leis e sociedade pouco reflexo tinham naqueles que localmente detinham o poder e na forma como o exerciam bem como na de aqueles que sofriam na pele as iniquidades do sistema. Salvo muitíssimas raras excepções a supremacia do colonizador nunca deixou de ser exercida, reconhecida e respeitada pelas entidades oficiais a qual apenas em circunstâncias demasiado escandalosas e publicas defendiam o queixoso vitimizado pelo opressor. Quando os descobridores destes novos territórios se instalavam a parte bíblica cristã era relevante, pois pretendiam os colonizadores de forma paternalista converter, submeter e educar os selvagens a aceitar os mesmos padrões de hábitos culturais, deuses, religiões e tradições que estes já tinham nos seus países de origem, de forma pacifica quanto possível ou de chicote e porrete nas mãos quando os locais rejeitavam essas alterações em oposição á sua cultura secular. A ideia que norteava os países colonialistas, para além de se apossarem das riquezas naturais dos países que ocupavam. era a de submeter obedientemente os habitantes locais, quer eles, independentemente da cor, raça ou credo, mostrassem uma natural relutância em aceitarem os parâmetros culturais europeus, esquecendo toda a ancestralidade milenar dos povos autóctones, chegando mesmo a proibir algumas das suas manifestações culturais que quer pelo seu paganismo, bruxaria ou outros rituais pouco ortodoxos ofendiam a nova ordem civilizacional imposta pelos colonizadores. Todo este sistema e mentalidade colonialista que começou no século XIV pela Inglaterra, França, Espanha, Bélgica, Holanda, Portugal e Alemanha foi-se propagando ao longo dos tempos com resultados devastadores para as populações locais até ao século XX com excepção do Brasil que adquiriu a sua independência em 1822. Na grande maioria destes países de forma mais ou menos violenta foram nascendo movimentos políticos revolucionários de emancipação e libertação, liderados por autóctones carismáticos os quais acabaram em confrontos militares e de guerrilha com as potências opressoras e colonialistas. Algumas destas guerras coloniais arrastaram-se ao longo de anos em várias zonas geográficas do mundo abrangendo vários continentes com resultados nefastos para ambos os lados. Obviamente que aqueles que mais sofreram foram os emigrantes que deixando a mãe pátria escolheram este novos países para neles se radicarem e onde se miscigenaram com as populações locais de várias formas, quer laborais ou sexuais. Os locais muito raramente passavam de posições de subalternidade ou de empregados, e muito raramente o seu estatuto de notoriedade, respeitabilidade ou de independência financeira, devido á posição alcandorada pelo seu intelecto ou formação académica, era aceite pela comunidade branca detentora de todos os privilégios. Foi durante perto de 500 anos que estes países europeus dominaram, oprimiram e exploraram os povos destes territórios colonizados extraindo deles riquezas incalculáveis que depois eram investidas nos seus países de origem, em palácios e monumentos grandiosos que glorificavam o seu poderio económico mundial. 7-11-2014

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