quarta-feira, 15 de abril de 2015

SONHO, ALUCINAÇÃO OU REALIDADE?

Admitamos por momentos que eu dissesse publicamente tal como fizeram os pastorinhos de Fátima ou de outras tão propaladas aparições ocorridas pelo mundo, que Deus me tinha iluminado e escolhido como seu emissário para comigo partilhar das suas preocupações terrenas. Obviamente poderia ter escolhido ou escrito ao Papa, mas para castigar a minha arrogância religiosa de ateísta convicto, decidiu provar que existe optando pela minha insigne e humilde pessoa como veículo para transmitir ao mundo a Verdade Universal e a não necessidade de haverem tantos Deuses e mais de dois milhares de religiões. Admitamos de novo que estando clinicamente no meu lúcido e no meu perfeito juízo que as minhas afirmações seriam ouvidas pelos mais cépticos e que de um momento para o outro a minha legião de seguidores aumentava exponencialmente. Admitamos uma vez mais que conseguia provar as confidência intimistas feitas por Deus e de que a minha capacidade de com ele comunicar umas vezes umas vezes espiritualmente ouvindo apenas a sua voz e outras fisicamente de forma presencial, para me incumbir da tarefa de em seu nome, de seu filho Jesus Cristo, e do Espírito Santo, de comunicar ao mundo que tudo o que está escrito na Bíblia não passa de falácias que necessitam de ser desmistificadas, pois os escribas que relataram os factos neles descritos nunca aconteceram. Muito em segredo e em confidência surdina, Deus disse sussurrando-me ao ouvido, que esses acontecimentos eram apenas fruto das imaginações literárias dos 12 discípulos que seguiram o seu filho até aos 30 anos, altura em que este foi crucificado. A grande maioria dos eventos foram ficcionados para se tentar criar uma nova religião e que para esse efeito era necessário construir uma narrativa verosímil para recrutar crentes para as suas hostes, sendo Jesus Cristo necessário para fisicamente encarnar a figura do pregador que viria ao mundo para despertar a humanidade a entender uma nova ordem mundial que através de um livro que iria ser escrito, explicariam ao mundo como este foi feito, criada, e habitado. Nessa época as pessoas, para além de não saberem ler ou escrever na sua grande maioria eram demasiado crédulas e ignorantes vivendo num regime de obscurantismo total. Devo muito honestamente confessar que estranho imenso que Deus não tenha escolhido um alto dignatário da igreja como seu porta-voz, pois teria muito mais credibilidade do que eu, que sou um ilustre desconhecido. Também me explicou a razão pela qual o fez, pois entendeu que o discurso vindo de um ateu seria encarado com outra veracidade. Nas instruções que Dele recebi, pediu-me encarecidamente que propague a verdade, desmistificando todas as falsidades, meias verdades e invenções apontando as contradições de que a Bíblia está cheia. De facto esse pedido, não é nada que eu já não faça há longo tempo, mas agora tenho finalmente a sua permissão oficial e a verdade dos factos. Deus infelizmente chegou tarde á conclusão que deveria ter desmascarado todos estes escroques que se aproveitaram do seu bom nome para enriquecer manufacturando leis, regras e mandamentos nunca impostos por Deus à humanidade. E se tivesse desmontado esta fraude religiosa cozinhada pelos cardeais a mando dos papas, há muito tempo que todos os hediondos crimes feitos em nome da religião teriam sido evitados. Deus chegou finalmente á triste conclusão de que mais vale tarde do que nunca em deixar o mundo saber da verdade. Desde há alguns séculos que os dogmas cristãos têm vindo a ser seriamente questionados pelos crentes pensadores livres de liberais, abertas e esclarecidas de que imensas descrições, passagens mencionadas na Bíblia são aberrativas e ofensivas para a dignidade humana, pois apenas incentivam á violência, estupro, violação, escravidão assassinato, incesto parricídio, pragas e castigos, retaliação escravidão, punição por adultério e homossexualismo. Algumas parábolas, epistolas, salmos, provérbios, livros e versículos terão que desaparecer de ambos os testamentos o velho e o novo, pois esta Bíblia que conhecemos pouca diferença faz da Bíblia Satânica escrita por Anton LaVey, ou do Livro Negro do Satanismo escrito há mais de mil anos por Babu Sotito Jaideux, onde alguns dos seus excertos não se diferenciam do livro sagrado do cristianismo. A sua preocupação é de que a Igreja Católica está a ficar fossilizada e desertificada por todas estas incongruências onde o mal se sobrepõe ao bem e onde os seus servidores terrestres se recusam a repor a verdade, ocultando tudo aquilo que secretamente escondem no Vaticano e de que há longo tempo deveria ser do conhecimento Universal. Os mitos e alegorias usados na linguagem bíblica que rege todos os dogmas do catolicismo precisam de um novo acordo ortográfico simplificado, racionalizado e modernizado a fim de que as pessoas com um coeficiente de inteligência aceitável não se questionem demasiado ao ponto de recusar esses princípios, pois já não vivemos na idade da pedra lascada. Por outro lado o misticismo dos escritos bíblicos levam as pessoas a diferentes interpretações o que deu origem ao aparecimento de mais de 50 religiões que se acolheram debaixo to tecto do Cristianismo. A Bíblia contém 24 livros para os judeus, 66 para os Protestantes, 73 para os católicos, e 78 para a maioria dos ortodoxos. Estes livros variam em tamanho, podendo ter de uma única página até dezenas, mas todos, até os mais curtos, são divididos em capítulos com cerca de uma página ou duas de extensão Martinho Lutero considerava que o amor de Cristo era alcançável gratuitamente por meio da Bíblia. Foi um dos primeiros teólogos a sugerir que as pessoas deveriam ler e interpretar a Bíblia por si mesmas. Infelizmente a grande maioria das pessoas interpreta a Bíblia por intermédio de seu líder religioso ou nunca a leu, e apenas se dizem católicos por herança parental. A quantidade de livros do Antigo Testamento varia de acordo com a religião ou denominação cristã que o adopta: a Bíblia dos cristãos protestantes e o Tanakh judaico incluem apenas 39 livros, enquanto a Igreja Católica aceita 46 livros. Os sete livros existentes na Bíblia católica, ausentes da judaica e da protestante são conhecidos como deuterocanônicos para os católicos e apócrifos para os protestantes. Os livros do Antigo Testamento aceites por todos os cristãos como sagrados (também chamados "protocanônicos" pela igreja católica) são: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis Crônicas, II Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cânticos dos Cânticos, Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oséis, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacaris e Malaquias O Novo Testamento é composto de 27 livros: Evangelho de Mateus, Evangelho de Marcos, Evangelho de Lucas, Evangelho de João, Atos dos Apóstolos, Romanos, I Coríntios, II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I Tessalonicenses, II Tessalonicenses, I Timóteo, II Timóteo, Tito, Filémon, Hebreus, Epístola de Tiago, Primeira Epístola de Pedro, Segunda Epístola de Pedro, Primeira Epístola de João, Segunda Epístola de João, Terceira Epístola de João, Epístola de Judas e Apocalipse Concluindo e resumindo, se eu amanhã convocasse uma conferência de imprensa para divulgar as novas directrizes divinas de que fui incumbido e de alertar a humanidade de que Deuses não existem, possivelmente seria linchado em público. Deuses somos cada um de nós, quando as nossas consciências decidem que chegou a altura de nos confrontarem, desencarnando do nosso corpo em vida e ajuizarem os nossos comportamentos. Não pretendo tornar-me num novo Moisés nem arcar com esta dolorosa missão da qual fui ordenado ser mensageiro. Se o Papa, clero e os crentes soubessem o que eu pregava diriam que era um charlatão e rapidamente procurariam prender-me ou internar-me num hospital psiquiátrico por ser considerado um elemento perigoso e subversivo para a comunidade. Agora pergunto eu, qual a legitimidade ou verdade absoluta que tem a Bíblia como livro escrito por homens, comparado com outros livros escritos por outros autores que negam, apregoam ou sugerem diferentes verdades sobre a existência ou não de entidades divinas, justificando com razoabilidade e bom senso as suas teorias. Porque é que devo aceitar que uns livros sejam mais verdadeiros do que outros, ou que apenas em alguns resida a verdade Universal. Já li a Bíblia várias vezes, assim como outros livros considerados sagrados por outras religiões e com a excepção do Budismo e Confucionismo que são apenas filosofias de vida e não denominadas como religiões, todas as outras incitam á violência, sacrifícios, para provarmos aos nossos Deuses a nossa cega devoção, na esperança que no fim da vida as portas do céu., nos sejam abertas, ou que o paraíso nos proporcione um número ilimitado de virgens para desflorar. 3-9-2013

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