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terça-feira, 8 de setembro de 2015
ANGOLA
Pelas postagens que diariamente vejo em diversas páginas do Facebook relacionadas com Angola quer de angolanos a viverem em Portugal ou de Portugueses que para lá emigraram antes de 1975 e se tornaram retornados, expressão com a qual “engalinho” solenemente, pois muitos europeus nasceram em Angola e nem sequer Portugal conheciam ou estavam familiarizados com o estilo de vida que por aqui era feito, o qual nada tinha a ver com aquele que se praticava em Angola na altura. Muitas pessoas nessas páginas saudosistas manifestam-se violentamente com a falta de democracia existente em Angola, bem como com a riqueza imoral com que os dirigentes políticos do MPLA ilicitamente de forma corrupta se apropriam de bens gerados pelo país. O descontentamento político tem vindo progressivamente a aumentar e manifesta-se cada vez com mais frequência pelas ruas de Luanda por uma juventude cada vez mais ruidosa a qual se apercebe abismo criado pela riqueza despudorada que se alarga entre a elite governamental e militar e o resto do povo angolano.
O governo tem retaliado violentamente prendendo, torturando e matando alguns destes contestatários que engrossam uma maioria silenciosa que sabendo da forma violenta como a policia e forças de choque, actuam se abstêm de publicamente manifestar as suas opiniões, mas basta aceder às redes sociais para medirmos a temperatura de como a juventude angolana sente e reage quanto aos seus governantes.
O governo do MLA que existe hoje em Angola e reconhecido pelo mundo inteiro foi assumido ilegalmente em 11 de Novembro de 1975, devido á cumplicidade ideológica com o Governo Português da altura que ajudou o MPLA a escorraçar de Luanda a FNLA e a UNITA, de molde a serem os únicos a receber das mãos do Governador-geral de Angola Almirante Leonel Cardoso a transmissão de poderes que foi por este entregue não ao MPLA mas sim ao “POVO DE ANGOLA”, por não haver mais movimento nenhum de libertação em Luanda.
Quer gostemos ou não temos que admitir de que foram as FAPLAS o braço armado do MPLA, a partir dos finais de Outubro de 1975 e depois do 11 de Novembro com a ajuda de Russos e Cubanos se bateram com colunas militares da FNLA que incorporavam mercenários estrangeiros, ex. militares portugueses e que eram comandados pelo tenente-coronel Santos e Castro que se aproximavam perigosamente de Luanda pela zona do Cacuaco, bem como se bateram contra as forças Sul-africanas que pararam a sua progressão pelo sul perto de Novo Redondo, por ordem diz-se dos americanos. Em ambas as frentes de combate Cubanos e Russos foram fundamentais na ajuda às FAPLA quer em material bélico altamente sofisticado como nas estratégias militares onde Cubanos mais do que os Russos se envolveram directamente.
As primeiras eleições livres em Angola ocorreram nos dias 29 e 30 de Setembro de 1992, 17 anos após independência. A República de Angola interditou o seu espaço aéreo a voos internacionais e encerrou as fronteiras terrestres, marítimas e fluviais. De toda a parte desapareceram, quase por completo, as bandeiras dos partidos, substituídas pelas do CNE, com a pomba branca da paz desenhada sobre um fundo azul. Às sete horas da manhã, os Angolanos iniciaram a caminhada para as 5800 secções de voto espalhadas pelo país, exibindo, orgulhosamente, o cartão de eleitor. Delas saíam, mostrando, satisfeitos, o dedo indicador da mão direita, marcado com tinta indelével de cor roxa (um sinal não removível da pele, senão uns dias depois), que funcionava como segurança, impedindo as pessoas de votarem mais do que uma vez. Oitocentos observadores internacionais, quatrocentos dos quais directamente escolhidos pelas Nações Unidas, e outros tantos por presidências, parlamentos, Governos e organizações especializadas, acompanharam o acto eleitoral. De Portugal, estiveram delegados de todos os partidos políticos com expressão parlamentar, tendo o Chefe de Estado enviado o embaixador Nunes Barata como seu representante. Outros políticos, homens de negócios e intelectuais de Portugal também foram a Angola, não como observadores, mas como convidados do Governo, da UNITA e do MPLA. O socialista português, João Cravinho, representou o Parlamento Europeu, e a Organização de Unidade Africana mandou 13 elementos, indicados pelos partidos políticos dos países que a integram. Ultrapassando as previsões mais optimistas, 92% dos eleitores inscritos (4 milhões e 400 mil pessoas) acorreram às urnas. O número surpreendeu, já que se admitia uma taxa de abstenção na casa dos 20% a 30%, próxima das usualmente registadas nas consultas eleitorais em todo o mundo. Aconteceu que os Angolanos se empenharam a fundo, não deixando de exercer o direito soberano de escolha, pelo voto, nas primeiras eleições democráticas da história do país. Com a afluência maciça, deram sinais de quererem ancorar a construção do futuro, na paz e no pluralismo político. A população votou num clima de calma generalizada, só interrompida no dia 30, em Luanda. O MPLA venceu as eleições tendo a UNITA recusado a aceitar os resultados, dando origem ao inicio da guerra civil que só terminou em 22-2-2002 no Lucusse com a morte de Jonas Savimbi em combate.
Somente 20 anos depois das primeiras eleições realizadas em 1992 se realizaram estas a 31 de Agosto de 2012, tendo o MPLA voltado a ganhar de novo debaixo do escrutínio apertado de observadores internacionais. Na minha opinião quando de novo voltarem a haver eleições gerais em Angola, o partido do governo voltará a ganhar apesar da insatisfação que grassa dentro dos meios mais evoluídos, cultos e politizados da nova geração de angolanos que se apercebe facilmente do fosso abissal que se cavou entre o povo e a elite dirigente do partido que o governa.
Nós portugueses, nada temos a ver com o que se passa em Angola, não nos compete aplaudir ou criticar as decisões repressivas do Governo de Angola, mas sim manter um distanciamento saudável por todas as injustiças e barbaridades que por lá se cometem. Angola é um país estrangeiro com um governo legalmente constituído pela vontade do povo, que não é resultante de um golpe de estado civil ou militar, portanto nada temos a ver como José Eduardo dos Santos e os seus apaniguados enriquecem. José Eduardo Dos Santos concedeu recentemente à família a concessão de dois canais de televisão sem concurso público. A corrupção e o manuseamento de milhões em dinheiro vivo é tantos que até se esquecem de um milhão de dólares dentro de uma pasta num avião da TAAG. Os corruptos sabem perfeitamente que este estado de coisas não durará eternamente, também sabem que a oposição tem registado os seus nomes, para que quando acontecer um 25 de Abril em Angola o qual na minha opinião está mais perto do que se pode imaginar, todos estes personagens estão marcados e quando o reviralho acontecer aqueles que não fugirem a tempo, terão os seus dias contados- Os “ovos de ouro” vão fugindo de Angola para “Offshores” e “paraísos fiscais”, e a galinha que os põe chamada Angola bem como o seu povo vão ficando mais pobres cada dia que passa enquanto estes escroques roubam o país e o povo de forma desumana debaixo da protecção e das vistas largas e grossas que a comunidade internacional faz sem se atreverem a uma forte e decisiva condenação. E não o fazem porque também chafurdam na riqueza mineral que Angola produz tirando dela as suas quotas parte de riqueza.
8-8-2015
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