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terça-feira, 30 de setembro de 2014
25 DE ABRIL
Pessoalmente não celebro esta data fatídica, como penso que muitos Portugueses também não o fazem, pois traz-me recordações dolorosas de uma vida desfeita. Este dia malfadado do ano de 1974 comparativamente com o dia seguinte ou com os 40 anos que se passaram, em nada alteraram o meu estilo de vida. Mantive consistentemente os meus hábitos, procedimentos, valores, crenças, posicionamentos em relação á vida que tinha antes do dia 25 de Abril. Tinha passaporte, podia viajar para qualquer país do mundo, tinha direito a voto o qual nunca exerci nem exerço, podia jogar nos casinos, no totobola e lotaria, podia livremente circular por todos os lados, exercer opções religiosas ou paramilitares, ser da Opus Dei ou Legionário, podia fumar, beber e ter sexo livremente. Só não podia ir ao cinema Olympia ver sessões contínuas de filmes pornográficos como aconteceu depois do 25 de Abril, nem correr com o patrão e apossar-me da empresa, bem como invadir casas vazias e apropriar-me delas ilegalmente. Podia comprar a revista Eva, o Século Ilustrado ou a Plateia que eram bem melhores que a “Caras” ou a “Vip”. O salário sendo modesto chegava e a grande maioria dos Portugueses tinha trabalho assegurado e não 16% de desemprego como acontece hoje em dia. Portugal nunca financeiramente tinha falido e as reservas de ouro no Banco de Portugal, asseguravam a nossa credibilidade nos mercados financeiros. O 25 de Abril expulsou-me de um território ultramarino que eu julgava ser uma extensão da nossa portugalidade, colocando-me na miséria e obrigando-me a emigrar e fazer parte de uma diáspora que só era lembrada pelas remessas de milhões que enviavam para Portugal mantendo a economia estável e a flutuar. No meu regresso a Portugal em Outubro de 1975, fui recebido como explorador e colonialista, uma vez que os portugueses metropolitanos da altura tinham a percepção de que os “retornados” comiam mulatinhos ao “matabicho” e pretinhas na puberdade ao almoço. Com o evento da revolução e sobre o patrocínio do MFA, cozinharam uma nova constituição esquerdista para Portugal que abomino e na qual não me revejo, pois em vez de garantir, retira aos Portugueses imensos direitos que para mim são fundamentais. Todos os Governos depois de Salazar e Caetano apenas delapidaram e fragilizaram as fundações do nosso país como estado milenário. Portugal era um território onde havia Ordem, Método e Disciplina e se vivia nos valores da trilogia de Deus, Pátria e Família, onde as pessoas se respeitavam e o índice de criminalidade era quase que inexistente. Os oficiais de Abril não fizeram o golpe de estado por altruísmo ou para bem dos Portugueses muito menos para no libertarem de alguma escravidão, mas sim por reivindicações pessoais corporativistas que afectavam profundamente o seu estatuto de oficiais milicianos, uma vez que lhes interrompia os estudos ou as carreiras profissionais liberais de sucesso que já tinham-no continente, e quando por falta de quadros especializados médicos por exemplo eram obrigados a voltar ao exército para uma segunda comissão depois de promovidos a tenentes ou capitães. Os militares de carreira esses adoravam a guerra colonial e até se candidatavam para fazer novas comissões nas Províncias Ultramarinas. Nunca em Portugal se venderam tantos apartamentos como nessa altura com o dinheiro ganho por esses oficiais e sargentos lateiros.
Obvio que o dinheiro ganho no ultramar não era só devido aos bons vencimentos que tinham, mas também pela corrupção, que certas posições lhes facultavam, quando tinham o poder de negociar fornecimentos com a sociedade civil. Havia jeeps que saiam dos quarteis com pneus novos e voltavam com pneus velhos, os depósitos de gasolina eram atestados e chegavam vazios aos quarteis. Houve militares que fizeram fortunas devidas á Guerra Colonial. Antes do 25 de Abril, não gozava de qualquer privilégio e como não era político nunca tive que me esconder, passar á clandestinidade ou pedir asilo político na Rússia, Argélia, RDA, ou noutro qualquer país da cortina de ferro. Nunca fiz parte de brigadas revolucionárias, coloquei bombas, matei alguém ou tentei derrubar o governo. Sempre fui um cidadão cumpridor das leis que regem o meu país, portanto nunca vivi receoso de ser preso quer pela PIDE, COPCON ou SIS. O 25 de Abril só beneficiou os políticos de meia tigela que se tinham exilado voluntariamente ou os mancebos refractários que tinham fugido de Portugal para se eximirem ao serviço militar. O tamanho dos países não é documento, a sua respeitabilidade e credibilidade internacional nada tem a ver com os Kms2 da sua superfície, basta olharmos para a Suíça, Bélgica, Holanda ou Luxemburgo. Nenhum país é perfeito, mas há uns que se aproximam mais da perfeição do que outros e onde a justiça é mais eficiente e célere. Em Portugal rouba-se impunemente e os políticos são aqueles que mais se aproveitam da ineficácia do sistema. Portugal não era antes do 25 de Abril aquilo que podemos considerar um Eldorado ou Paraíso, mas também o não é hoje 40 anos depois. Afastamo-nos diametralmente da possibilidade de podermos ser ressuscitados como um país moderno e inovador e quando o fizemos foi pela implementação de aspectos negativos a começar pela descolonização, uma constituição esquerdista e castradora, uma justiça que compensa os vigaristas e burlões, uma burocracia que assusta tudo e todos especialmente investidores etc. O 25 de Abril abriu portas a um esbanjamento financeiro de um novo-riquismo que atirou por duas vezes o país para a bancarrota, exigindo de todos os portugueses sacrifícios suplementares. Por todas estas razões não me orgulho do 25 de Abril e confesso despudoradamente que sinto um certo saudosismo de Salazar e Caetano.
27-4-2014
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