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terça-feira, 30 de setembro de 2014
A MORTE DO FILHO DE JUDITE DE SOUSA
Todos nós nascemos ateus e livres independentemente da cor ou do credo dos nossos progenitores, muito embora estes posteriormente nos possam marcar indelevelmente de forma religiosa pelo baptismo o que é uma aberração e crime na minha opinião, e que deveria ser proibido por lei. A plena cidadania para votar e outros actos jurídicos só se atingem com a maior idade e portanto a escolha ou não de uma religião deveria ser uma delas em virtude de vivermos num estado laico. Por outro lado o mesmo principio se deveria aplicar em relação á morte, pois neste caso já temos uma palavra a dizer, se desejamos que o funeral seja feito dentro dos cânones religiosos ou á margem destes com cremação ou não.
Como seres humanos pensantes a Constituição Portuguesa outorga-nos e conferem-nos certos direitos, liberdades e garantias inalienáveis de podermos exercer as nossas escolhas e opções sejam elas de que teor forem desde que não entrem em conflito ou colisão com as leis da sociedade onde nos encontramos inseridos violando os direitos de terceiros. Os nossos gostos pessoais só a nós dizem respeito desde que não os publicitemos ou partilhemos fora do nosso foro social ou intimista, afim de não ferirmos sensibilidades. Temos todo o direito a ser ateus, votar em branco, ser homofóbicos, racistas, xenófobos, apologistas da pena de morte, do corte das mãos em caso de roubo, detestar o Ronaldo, o Futebol Clube do Porto ou Benfica, o Pinto da Costa ou o Jorge Jesus, ser a favor do aborto, eugenismo e eutanásia, ser nacionalista ferrenho ou apologista de enforcamentos públicos.
Obvio que nem todos teriam possivelmente a coragem de subir para cima de um caixote no Rossio e começar a discursar sobre os temas supracitados fazendo a apologia dos mesmos, contudo se fosse em Londres no Hyde Park no chamado “SpeakersCorner”, teriam esse direito e ninguém se sentiria ofendido, muito embora pudessem discordar e publicamente rebater o tema com quem discursava. Há países onde a democracia se encontra em patamares bastante evoluídos, e outros onde ainda permanece na idade da pedra lascada.
Não sejamos hipócritas ao ponto de negarmos certas evidências nas formas comportamentais do nosso quotidiano. Todos nos descriminamos e segregamos em relação a pessoas e coisas, quer por uma razão ou outra. Em relação ás pessoas quando não nutrimos empatia afastamo-nos delas, sem que tenhamos obviamente de as fazer sentir ostracizadas, da mesma forma de que se não gostamos de favas não temos de as comer. Existem formas subtis de fazermos sentir aos outros que não são bem-vindos quando estes não são suficientemente inteligentes para tirarem essas conclusões de moto próprio. Ninguém tem que se sentir obrigado a socializar com um negro, ouvir um católico beato dissertar sobre a Bíblia, ou um fanático Benfiquista falar cheio de paixão sobre o seu clube.
Temos a prerrogativa de detestar o Ronaldo, ou o Passos Coelho ou de não querermos associar-nos a Açorianos por causa do seu sotaque, ser vistos com narigudos ou com quem tem joanetes ou que quando quem fala troca os V’s pelos B’s. Temos a opção de detestar imigrantes ou de nos tornar membros de um partido Neo-Nazi fazendo a apologia da não miscigenação ou de recambiar todos os emigrantes para os seus países de origem. Assiste-nos o direito de apelar a uma nova cruzada contra os Muçulmanos a fim de os erradicar do cimo da terra. Ninguém tem o direito de contestar as nossas decisões pessoais, desde que não as transportemos ou façamos eco delas em público. Temos o dever de ser reservados e recatados especialmente quando sabemos que as mesmas podendo ser polémicas dêem origem a que se possam extremar posições de forma violenta.
2-6-2014
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