terça-feira, 30 de setembro de 2014

FUTEBOL VESUS CIÊNCIA

A Real Academia de Ciências da Suécia atribui anualmente os Prémios Nobel divididos por várias categorias: Paz-Física-Química-Fisiologia ou Medicina-Literatura e Economia, contudo se a Academia concluir que ninguém se notabilizou em qualquer das áreas acima descritas, podem não ser atribuídos a totalidade dos Nobel. Este preambulo vem a propósito da chegada das equipes de Futebol do Real e Atlético de Madrid a Lisboa para disputarem a final da Liga dos Campeões. É deprimente observar os milhares de pessoas que como basbaques alienados esperam horas a fio á saída dos hotéis para verem sair os seus ídolos por escassos segundos, pois apenas lhes podem dar uma mirada á distância entre a saída do Hotel e a entrada no autocarro. Estes ídolos de pés de barro que assinam de cruz ou com a impressão digital são endeusados por um povo cujo nível cultural apenas se revê na indigência mental destes jogadores de futebol. Lamentavelmente estes cromos seguidos religiosamente por uma multidão anónima de acéfalos, para além de darem uns pontapés na bola e ocasionalmente acertarem nela e fazerem golo, apenas se preocupam em mostrar os penteados, tatuagens, relógios, brincos, automóveis e roupa de marca, mas que quando abrem a boca ou entra mosca ou sai asneira. Infelizmente Portugal não tem uma Academia de Ciências, mas na eventualidade de ter e convidar todos os detentores de prémios Nobel nos últimos 5 anos para procederem a várias conferências ficando todos no mesmo hotel, gostaria de saber quantas pessoas os esperariam no Aeroporto ou na porta do hotel, e se um autografo de um jogador de futebol será mais valioso do que a de um laureado por algum Nobel. As pessoas vivem num mundo alicerçado numa inversão de valores que reconhece, valoriza e glorifica a mediocridade. Qualquer pai leva mais facilmente a sua criancinha para uma academia de futebol esperando que ele se transforme num Ronaldo, do que a um museu, concerto de música ou galeria de arte. Quando apenas alimentamos as nossas criancinhas com amendoins e bananas não podemos esperar ou surpreender que quando eles começam a crescer nos fujam para cima das árvores e nos agridam com cocos. Os órgãos de informação concedem horas televisivas ou preenchem toneladas de papel com informação sobre um evento futebolístico desta natureza em Portugal, mas não dariam certamente a mesma relevância e cobertura se 30 prémios Nobel nos visitassem na mesma altura para dissertarem sobre como poderíamos viver num mundo melhor. 24-5-2014

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