O blog Mentes Iluminadas é uma contribuição livre para quem desejar partilhar pensamentos de uma forma inteligente e bem estruturada que facilite a compreensão a todos aqueles que se interessam por temas controversos tais como: Aborto, Eugenismo, Eutanasia, Pena de Morte, Nacionalismo, Xenofobia, Racismo, Religião, Politica etc. Serve também para quem desejar manifestar a sua livre opinião sobre os textos, que aqui tenha uma tribuna para poder fazer os seus comentários.
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
ANALISE INTROSPECTIVA
Muitas pessoas passam na vida por períodos mais ou menos longos em que procuram protelar os seus desejos e vontade de poder voltar a amar. Em consequência desse esforço, começam a transpirar amor por todos os poros do seu corpo, sem que tenham
encontrado um recipiente digno de o compreender, estimular e acarinhar essa sua necessidade avassaladora que grita dentro dos seus corações. O lar dos nossos amores reside dentro do nosso coração, onde temporariamente deixamos alojar sentimentos, emoções de pessoas que connosco partilharam momentos mais ou menos longos de alegrias e tristezas. Mercê das voltas que a vida dá, dos amores e desamores, somos por vezes compelido a desaloja-los como fossem indesejáveis inquilinos que deixaram de pagar as suas rendas. Homens e mulheres, têm que entender, de uma vez por todas, que tentar recriar o amor num local onde ele não pode subsistir, é o mesmo que tentar semear num local onde a água não existe. O problema agrava-se quando após um rompimento o corpo do nosso(a) amado(a) continua persistentemente a insinuar-se dentro das nossas vísceras, e nós continuamos invisíveis aos olhos da pessoa que
nos deixou, indiferentes ao seu coração e esquecidos na sua mente.
As pessoas, tem a necessidade imperiosa de aprender que o amor não é só erotismo,
luxúria, fantasia ou a mera satisfação dos apetites sexuais vorazes, mas sim uma experiência única e inconfundível. Quando a mente e o coração de dois seres se fundem-se física e mentalmente numa simbiose de hábitos, costumes e passados diferentes, se uma forma indivisível, produzem em nós uma transfiguração na nossa postura perante a vida que exponência todos os nossos sentidos sem que muitas vezes nos apercebamos ou reconheçamos esse facto. São experiências sublimes, reacções químicas que por vezes, não só nos conduzem à loucura, como também á descoberta de áreas do nosso Eu que desconhecíamos totalmente. Por vezes os intervenientes com receio de que a reacção química se torne demasiado explosiva, preferem trocar as
voltas ao destino, negando ao corpo a possibilidade de se ele se poder exprimir e saciar
noutro, que deseja exactamente o mesmo tipo de alimento. O amor, é a fome e o desejo
que nos corrói as entranhas, é o heroísmo, o altruísmo de termos a capacidade de nos esquecermos de nós próprios, é o acreditar que o dia de amanhã será mais risonho e luminoso. Amar incondicionalmente, e abdicar de hábitos, vícios e privilégios, e saber perdoar concedendo o benefício da dúvida quando isso é necessário. Amar, é ter fé, esperança, coragem, paciência e determinação para tentar uma forma diferente de compatibilização na tentativa de preservar ou salvar um relacionamento que reputamos de importante. Amar de novo é como recomeçar uma vida nova do zero, por vezes acrescida do peso insuportável de um falhanço anterior, mas acima de tudo, é o ser-se fiel e consistente com os votos que se fizeram, com as declarações de intenções
que se apregoaram e com as promessas que proferimos. Amar para mim, não
significa apenas e somente dizer, "gosto de ti", "quero-te", "desejo-te",
"agradas-me" ou "nutro afecto e carinho por ti", ou ainda o estafado “amo-te”. Amar é fazer sentir ao outro quão importante é na nossa vida e, do que estamos preparados para abdicar para a manter feliz. Amar é dizer e proceder de forma a que essa pessoa sinta que para nós é o único corpo entre todos os infinitos corpos do mundo, o único
sonhado, o único desejado, o único querido, o único amado, e o único, a que
aspiramos acima de qualquer outra coisa do mundo para todo o sempre. Se eu
um dia tivesse o privilégio de poder possuir 100 rainhas, 100 princesas, 100
concubinas, ou as 100 mais belas jovens adolescentes do mundo, eu continuaria a elege-la como a minha única e preferida. Pessoalmente tudo faria para lhe provar que mundo sem ela, continuaria a parecer-me árido, oco e vazio, como se o Universo tivesse mudado de centro, e passasse a girar apenas e exclusivamente á volta dessa pessoa. Não me escusaria a considera-la a minha eleita, e a contempla-la como o ser mais belo e perfeito alguma visto pelos meus olhos. Tentaria por todas as formas satisfazer-lhe todos os seus desejos, caprichos ou fantasias por mais únicos, dispendiosos ou rebuscados que fossem para a fazer feliz. Também reconheço, que se isso me acontecesse, eu certamente deveria estar enfeitiçado, hipnotizado, etilizado ou
a atravessar um período de êxtase, ou de loucura divina. O estar-se verdadeiramente apaixonado, implica uma certa vivência em escravidão, aprisionamento, tortura, humilhação, servidão humana, e renúncia. Podemos lutar contra o nosso amor, rejeitá-lo, ignora-lo e odiá-lo, podemos ser cruelmente assediados com a dúvida do ciúme, mas o nosso amor continua implacavelmente igual, impõe-se-nos e prevalece sobre todo e qualquer outro sentimento. O amor têm a virtude de nos cegar e embotar a faculdade de raciocinarmos com lucidez e clarividência de uma forma fria e desapaixonada, o que na leva a tomar decisões e a ter reacções completamente desajustadas ás realidades da vida.
Paradoxalmente nesses períodos conturbados de desequilíbrio emocional, tudo o que fazemos, vai contra toda a lógica da racionalidade do bom senso e objectividade. Mesmo que a(o) nossa(o) amado(a) nos trate mal, estamos sempre dispostos a contemporizar, perdoar, absolver ou encontrar uma desculpa para minimizar a sua forma comportamental. Por vezes, muito ingenuamente pensamos estupidamente, que se ele ou ela, nos conhecessem melhor, e se tivéssemos a oportunidade de lhe tocarmos em certas cordas sensíveis do seu coração, que ele(a) mudariam de atitude, não podendo deixar de nos retribuir com o seu amor. Quando se ama, quando se sente e vive o amor, de uma forma intensa de deslumbramento, temos a sensação que levitamos, que nos erguemos acima do mundo e de todos os mortais. Nesses períodos de enamoramento, apenas conseguimos vislumbrar uma miragem visionária de beleza absoluta e perfeição imaculada todas elas reunidas num ser único e inigualável que é encarnado pela nossa amada. Por analogia metafórica isso faz-me pensar porque é que tantos tentaram escalar o Everest, e tão poucos o conseguiram, uns fizeram-no na persecução de glória ou imortalidade, contudo outros mais românticos apenas o fizeram com o objectivo de obterem uma visão mais exclusiva do Mundo. Por vezes, muito raramente
se consegue uma compatibilidade, identificação e corporização física, mental e sexual avassaladora que nos arraste para viagens ignotas a mundos desconhecidos.
Quando ficamos imbuídos do sentimento estranho de que alguém despontou no
horizonte da nossa vida, que compreende, estimula, preserva e encoraja o
nosso desígnio, ambições, sonhos e projectos, sentimos estar cada vez mais
perto da perfeição, do êxtase e da verdade. Nesse preciso momento, sentimos despontar dentro de nós o nascer ou renascer da vontade e do desejo de começar a congregar todas essas emoções dispersas no tempo e no esquecimento, concentrando-as nessa pessoa que elegemos para partilhar a felicidade num eventual projecto de vida. Um dos maiores problemas dos homens é amarem uma mulher e desejarem outra, enquanto que as mulheres usualmente se concentram e permanecem focadas apenas naquele que amam. Na minha modesta opinião, o amor é feito de três imperativos categóricos ou três componentes que têm que viver e conviver pacificamente em fusão dentro do nosso EU e que são: A paixão, a intimidade e o compromisso, e se um deles falhar, particularmente o primeiro o relacionamento corre seriamente o risco de se dissolver, pois é o mesmo que cozinhar um prato saboroso sem sal e sem o restante condimento. O amor é um contínuo procurar, um contínuo perder-se e um contínuo reencontrar-se, são viagens entre o inferno e o céu, entre a dor e o prazer entre a loucura e a sanidade, pois no amor cada um dá de conformidade com a sua capacidade e o outro recebe consoante a sua necessidade, sem se contabilizar as percas ou ganhos, afim de que o amor
possa ser exponenciado à sua máxima potência. Quando a pessoa tem certa
dificuldade em verbalizar os sentimentos e as emoções afectivas, é preferível que deixem o corpo falar, a exprimir-se, pois por vezes, as palavras são instrumentais, ambíguas e controláveis, ao passo que as reacções do corpo são autênticas, genuínas e difíceis de manipular, controlar e racionalizar. Viver, ter saúde, amar e ser-se amado é uma trilogia bem difícil de conseguir manter eternamente, portanto enquanto
temos a sorte ou o dom de as possuir, num ou vários períodos de
tempo da nossa vida, há que tentar perpetuar estas três preciosidades e
extrair delas o máximo prazer e gozo possíveis. O amor baseia-se no respeito
e valorização recíproca, sem que os parceiros cometam atentados com a
finalidade de rebaixar o outro, de lhe roubar a dignidade, de os oprimir ou violentar, o amor exige igualdade, solidariedade e liberdade, e não dever ser visto como um colete á prova de bala que resiste a todas as afrontas, devendo ser respeitado e preservado,
pois se for indignamente maltratado, injuriado e negligenciado, acabará
eventualmente por ser ferido de morte e perecerá. Penso que hoje já falei demais sobre o amor, tema que me fascina e sobre o qual poderei escrever páginas a fio, mas que por agora penso ter sido o suficiente para verbalizar algumas teses que reputo de fundamentais. Para que o amor possa ser entendido, gozado, acarinhado, protegido e salvaguardado de tantos atentados à sua nobre existência, temos que o alimentar com afectos, uma vez que somos nós que o trazemos ao mundo é nosso dever e obrigação não contribuir para o abortar ou pior do que isso ainda, assassina-lo no local onde é mais doloroso e mortífero que é o coração.
Vilamoura 2000
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário