segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O SILÊNCIO (Poema)

Oiço no silêncio da noite os rouxinóis a trinar Numa melodia de amor sussurrante e carinhosa Estou só e triste, com uma vontade louca de amar Aquela mulher que me rejeita de forma maldosa A tarde entra pela noite, o tempo passa lentamente E os rouxinóis pararam o seu pipilar dolente A sua imagem continua fixa na minha mente Como uma necessidade inadiável e premente. No calor da noite a humidade escorre-me pelo corpo Neste final de tarde cálido desta paisagem africana Sinto-me inerte, abandonado, quase como morto Por esta mulher fria, arrogante e desumana A vida sem ela p’ra mim não é vida Não consigo viver neste tormento constante Adoro-te, amo-te, corre p’ra mim minha querida Pois não controlo esta paixão que brota de rompante Sei que o fim se aproxima sem se anunciar Pressinto-o e teme-o com um horror cobarde Deixei que este amor me esteja a devorar O qual irei p’ra todo o sempre relembrar Levo um rumo perdido e obscuro Pelos becos sórdidos do poente Mas só por ti eu me aventuro Embora fraco, débil e tremente As nuvens correm pelo céu azul sem parar A lua fugiu ao convívio das estrelas Sinto que este amor me está a violar Mas esperanças sabem que não posso tê-las

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