terça-feira, 30 de setembro de 2014

OS EUROPEUS E AS SUAS COLÓNIAS AFRICANAS

A era dos descobrimentos ou das grandes navegações é a designação dada ao período da história que decorreu entre o século XV e o início do século XVII, durante o qual os europeus exploraram intensivamente o globo terrestre em busca de novas rotas de comércio. Os historiadores geralmente referem-se à "era dos descobrimentos" como as explorações marítimas pioneiras realizadas por portugueses e espanhóis entre os séculos XV e XVI, que estabeleceram relações com África, Américas e Ásia, em busca de uma rota alternativa para as "Índias” movidos pelo comércio de ouro, prata e especiarias. Estas explorações no Atlântico e Índico foram seguidas por outros países da Europa: França, Inglaterra e Países Baixos, que exploraram as rotas comerciais portuguesas e espanholas até ao Oceano Pacífico, chegando à Austrália em 1606 e à Nova Zelândia em 1642. A exploração europeia perdurou até se realizar o mapeamento global do mundo. Em 1482, um ano depois de assumir o governo, Dom João II mandou Diogo Cão, seu escudeiro, prosseguir a descoberta para o Sul da África. Neste propósito, Diogo Cão partiu de Lisboa com duas caravelas, no final de 1482, e descobriu a foz do Zaire. A presença dos portugueses tornou-se uma constante desde o final do século XV (1482). Diogo Cão, comandante das caravelas foi bem acolhido pelo governador local do reino do Congo que estabeleceu relações comerciais regulares com os colonizadores. Mas o reino de Ngola manteve-se hostil. Entre 1605 e 1641 ocorreram grandes campanhas militares dos colonizadores com o objectivo de conquistar as terras do interior e implantar o domínio político do território. A dominação não foi tarefa fácil. Os chefes Ngola resistiram e, graças sobretudo á liderança da rainha Njinga Mbandi (1581 -1663), que tinha grande habilidade política, o poder foi mantido com o reino dos Ngola por mais algumas décadas. Também os reinos de Matamba e Kassange mantiveram a sua independência até o século XIX. Em 1617, Manuel Cerveira Pereira deslocou-se ao litoral sul, subjugou os sobas (reis) dos povos Mudombe e Hanha e fundou o reino de Benguela, onde, tal como em Luanda, passou a funcionar uma pequena administração colonial. O tráfico de escravos passou a ser o grande negócio, interessando aos portugueses e africanos, mas provocou um esvaziamento da mão-de-obra do campo. A agricultura decaiu, causando grande instabilidade social e política. A estratégia adoptada pela metrópole para a economia angolana baseava-se na exportação de matérias-primas produzidas na colónia, incluindo borracha e marfim, além dos impostos cobrados à população nativa. As disputas territoriais pelas terras africanas envolviam países económica e militarmente mais fortes como a França, Inglaterra e Alemanha, o que constituía motivo de grande preocupação para Portugal que começou então a ver a urgência de um domínio mais eficaz do terreno conquistado. Por isso, reformou a sua política colonial no sentido de uma ocupação efectiva dos territórios. A partilha do continente viria a acontecer algum tempo mais tarde, na conferência de Berlim. Os territórios sob domínio português, Angola e Benguela, foram fundidos, recebendo estatuto de Província Durante este processo, os europeus encontraram e documentaram povos e terras nunca antes vistas. Juntamente com o Renascimento e a ascensão do humanismo, foi um importante motor para o início da modernidade, estimulando a pesquisa científica e intelectual. A expansão europeia no exterior levou ao surgimento dos impérios coloniais, com o contacto entre o Velho e o Novo Mundo que envolveu a transferência de plantas, animais, alimentos e populações humanas (incluindo os escravos), doenças transmissíveis e culturas entre os hemisfério ocidental e oriental, num dos mais significativos eventos globais da ecologia, agricultura e cultura da história. Perante estes factos somos levados a concluir que os Europeus no século XV, já tinham um avanço cientifico, tecnológico, industria e comercial muito mais avançado do que o resto dos povos do mundo uma vez que nas suas descobertas de novos territórios encontraram os seus autóctones em estados muito primários civilizacionais, com algumas excepções como foram os casos do árabes, chineses e japoneses. Nas Américas, África e Oceania o fosso era abissal, pois praticamente enquanto essas populações ainda viviam na idade da pedra, já os europeus se encontravam na idade moderna do renascentismo e humanismo. Se todos viemos ao mundo na mesma altura, porque será que uns povos evoluíram mais do que outros. Hoje existem explicações científicas que respondem a essas perguntas e até ás diferenças antropológicas e raciais que nos distinguem uns dos outros. Quando analisamos a história do mundo constatamos que os povos caucasianos da Europa central evoluíram, muito mais rapidamente do que os de outras raças espalhados pelo resto do mundo, estando os negros na cauda dos mesmos. Os grandes colonizadores de África foram os Portugueses, Ingleses, Alemães, Franceses, Espanhóis, Belgas e Holandeses, os quais progressivamente foram concedendo as independências a essas colónias a partir dos anos 60. Na grande maioria dos casos foram independências mais ou menos pacíficas, com algumas excepções, como foram os casos do Quénia, Congo Belga, Argélia, Tunísia, Rodésia e mais tarde Angola, Moçambique, Guine, Cabo Verde, S.Tomé e Príncipe, Timor, e por último Goa, Damão e Diu, mas estas pela ocupação militar pela União Indiana em circunstâncias diferentes. A partir da década de 1950 apareceram os primeiros movimentos nacionalistas que reivindicavam a independência de Angola. Houve conflitos armados nos quais se destacaram o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) fundado em 1956, a FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola) fundada em 1961 e a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), fundada em 1966. A história da descolonização angolana todos sabemos como foi feita pois passamos por ela e por todas as consequências nefastas que teve nas nossas vidas. No caso das colónias Portuguesas que foram as últimas a adquirirem as suas independências infelizmente já tarde demais, devido á obstinação do ditador Salazar as coisas complicaram-se para os colonos Portugueses, basicamente devido ao golpe de estado ocorrido em Portugal no 25 de Abril de 1974. Os Portugueses deveriam ter deixado o país aos angolanos tal como o encontramos 500 anos antes, para que estes o construíssem segundo as suas culturas, tradições e ideologia politica, em vez de se locupletarem com ele com uma arquitectura colonialista. Estes para erradicarem os vestígios e resquícios do colonialismo, demoliram e arrancaram todas as estátuas e monumentos que lá deixamos e tudo o que os fizesse lembrar os tempos de escravatura, opressão e exploração colonial. Só foi pena que não tivessem feito o mesmo implodindo os prédios, vivendas, cinemas, piscinas fábricas, barcos, carros e tudo mais que fomos obrigados a abandonar, pois também pertenciam aos colonialistas, e construindo ou comprando tudo de novo a países do leste e Cuba. Os Cubanos, Russos e outros nada para lá levaram ou venderam que não fosse material de guerra e o que de lá roubaram nem se compara, até as campas de mármore do cemitério de Catete os cubanos levaram. .Se todos os povos do mundo que não são africanos abandonassem África e lhes deixassem de fornecer tudo aquilo que estes precisam desde os bens mais elementares á alta tecnologia necessários para viverem e evoluírem, gostaria de voltar a África 20 anos depois, e ver o resultado do seu empreendorismo e auto suficiência para sobreviverem sem o auxilio da comunidade internacional. Basicamente tudo o que existe em África referente a meios de investimento, exploração, produção, conhecimento, tecnologia é detido por empresas estrangeiras. A arrogância e retaliações que os ditadores e populações africanas têm exercido sobre as populações brancas nos vários países do Continente negro, deveriam ter levado os países a que este naturais pertenciam a boicotar e proibir definitivamente o fornecimento por empresas de quaisquer bens a estes países, como foi o caso dos USA, quando obrigaram todas as empresas americanas a desinvestir na Republica da África do Sul por discordarem da politica do “apartheid” Os países africanos têm que sentir na pele que estão totalmente dependentes do resto do mundo, pois por muito ricos que sejam em petróleo, diamantes ou outros minerais, não os podem comer nem beber sem que sejam explorados, transformados e terem mercados que os comprem. Eu sei e reconheço que o mercado angolano é muito apetecível para empresários portugueses lá investirem, que é igualmente tentador pelas oportunidade de emprego que proporciona para jovens portugueses qualificados que em Portugal não encontram colocações no mercado de trabalho, mas dai a termos que bajular os angolanos que em Portugal vêm investir comprando empresas ou fazer compras milionárias nas lojas portuguesas, vai uma enorme diferença. Angola tem em certa medida sido um país hostil á Republica Portuguesa por várias razões, portanto não vejo nenhuma razão para que o Governo Português tenha ou deva que prestar vassalagem á Republica Popular de Angola em face do seu poder económico e da corrupção dos seus dirigentes. 18-6-2013 António José Canhoto

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