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segunda-feira, 29 de setembro de 2014
PSICANALISE
Pessoalmente penso que parafraseando um aforismo popular que diz: “Quando um velho morre é uma biblioteca que arde”, define exactamente o motivo pelo qual me decidi a escrever este pequeno ensaio. Toda a nossa sapiência adquirida e acumulada ao longo das nossas vidas, se perderá num determinado ano, dia, hora e minuto, e numa pequena fracção temporal desaparecerá para todo o sempre. Convenhamos que essa perca irrecuperável de conhecimento e sabedoria é tremenda, especialmente quando essas vidas foram dedicadas ao avanço da ciência, das artes ou se por outro lado se notabilizaram noutras áreas ou sectores das suas vidas profissionais. Todos esses dados, deveriam poder ser guardados num CD para que outros pudessem aprender com as experiências de alguém que já passou pela vida e dela partiu deixando contudo um espólio de valor incalculável. Usualmente a partir de um certo escalão etário e desde que estejamos a falar de pessoas experientes, elas progressivamente deixarão de estar interessadas em repetir os erros do passado, passando a estar muito mais receptivas em procurar “alimento” para o espírito do que para o corpo. A vida que é multifacetada, tem o encanto e o mistério e a imprevisibilidade de se nos apresentar em várias dimensões, cambiantes e tonalidades proporcionando-nos várias escolhas, mas sem nunca nos sugerir, ou forçar pelas quais devemos optar, pois isso fica inteiramente ao nosso critério de avaliação, ponderação e decisão.
Em muitas das ocasiões, as escolhas não são fáceis de fazer, pois as tentações sobrepõem-se á lógica do raciocínio frio, objectivo, e a do risco calculado. Existem decisões que têm que ser tomadas em fracções de segundo, enquanto que outras podem ser adiadas, mas de uma forma ou outra não podemos continuar indefinidamente a protela-las, pois corremos o risco de que quando já as tivermos tomado seja demasiado tarde. Eu particularmente não tenho por hábito antecipar problemas ou eventos, nem me preocupar com eles, pois podem nunca vir a acontecer.
Considero-me um homem para todas as estações do ano, a minha temperatura corporal não aquece nem arrefece, em função das alterações das amplitudes térmicas, nem das ocorrências que possam surgir. O meu estado de espírito mantém-se consistente e inalterável independentemente das confrontações ou desafios que vier a ter pela frente. Sou consistente tanto na verdade como na mentira, adoro ouvir o som do silêncio, e o bater apressado, descompassado e descontrolado do meu coração, quando este entra em estado de euforia ou de paixão.
Ao longo da vida, tenho feito muitas escolhas e opções das quais não me orgulho, pois sempre parti do princípio que a distância mais curta entre dois pontos é uma linha recta, portanto pouco tempo perdi em círculos ou divagações folclóricas que pusessem quer a minha objectividade quer o meu timing em risco. Digo o que penso, e faço o que digo, tenho por hábito a disciplina e como hobby a excelência. Por vezes penso que a vida é como uma cebola, vamos-lhe tirando camadas e às vezes choramos, o que já aconteceu algumas vezes, não tendo qualquer tipo de engulho em admitir esse facto. Andei afastado durante anos como filho pródigo, sem querer assumir relacionamentos amorosos, o que me permitiu renascer e adquirir uma postura diferente perante a vida. A grande maioria dos homens portugueses em geral, deixam muito a desejar, e a leitura que faço deles salvo raríssimas excepções, é a seguinte: quando a pila lhes fica dura o cérebro amolece, são previsíveis, gabarolas quanto à sua masculinidade, virilidade e conquistas.
Transformaram o sexo numa banalidade, olham para as mulheres como meros objectos de prazer, ou fossas assépticas para onde lançam o seu esperma nauseabundo e contaminado. As suas conversas giram inevitavelmente à volta do futebol, política e sexo. Falta-lhes as boas maneiras, e classe, o charme e a sofisticação. São incultos, ignorantes, desbocados e iletrados na linguagem que usam para se expressar. Por isso, na minha modesta opinião, existem poucos homens de qualidade em Portugal, e também não vejo que esta ultima geração esteja a contribuir para melhorar a imagem dessa mediocridade.
Os encontros e desencontros que a vida nos proporciona são constantes, o que leva por vezes a que as pessoas que anteriormente viviam em galáxias diferentes se cruzem pelas estradas da vida umas vezes meramente por acaso a que uns chamarão destino, e outras fruto de várias circunstâncias que deliberadamente provocamos. Por vezes esses encontros têm o condão de alterarem o rumo que previamente tínhamos destinado para as nossas vidas, e, isso obriga-nos a tergiversar um pouco uma vez que do dia para a noite, vimos as nossas rotinas de vida alteradas. Isso implica que façamos os ajustamentos necessários para acomodar esses “intrusos”.Durante o interlúdio do conhecimento mútuo, o diálogo é quase sempre agradável e gratificante, pois não se fazem confissões pessoais, desabafos, queixumes ou promessas. Nesta fase inicial, onde se dão e recebem novos e refrescantes impactos, somos levados a pensar que estamos a viver um sonho das mil e umas noites. Durante este período, onde ninguém deve ou têm a haver, o balanço final nunca mostrará um saldo devedor ou credor para nenhum dos parceiros, na eventualidade de decidirmos abortar esse relacionamento.Estou preparado para todas as eventualidades, tenho um selectivo critério de avaliação, pois procuro compilar um perfil que me defina o calibre da pessoa com quem me proponho interagir. Em face disso, procuro movimentar-me em terrenos seguros e confortáveis sem contudo minimizar ou menosprezar a capacidade dos outros. Espero que as minhas opiniões não choquem quem me ler, o que me obrigaria a penitências complicadas, pois já não tenho Deuses a quem recorrer para me absolverem dos meus pecados. Existiram alturas na minha vida, que ainda tentei chegar à fala com Ele, como não consegui, rezei-lhe, como fez ouvidos de mercador, gritei-lhe, mais tarde ainda lhe implorei, mas como nunca obtive qualquer resposta e as injustiças no mundo continuam a aumentar, onde o justo é castigado e o pecador recompensado, acabei finalmente por o ignorar totalmente. Passei a negar a sua existência e reduzi a criação do mundo a um acidente cósmico. Aprendi a viver com os meus santos e demónios e a ter sete fôlegos como os gatos. É bem possível que isso tenha a ver com o meu signo (Leão) de felino predador. Por vezes sinto-me herético, hermético, sacrílego e céptico, e até que eu consiga fazer nascer a meus olhos um novo DEUS, não tão grande omnipotente e omnipresente como aquele que se diz existir, mas talvez um mais pequeno, mais justo, mais atento, mais punitivo e mais perto de nós os mortais, isso me faça de novo a acreditar na existência se um ser superior.
Eu compreendo perfeitamente a curiosidade que certas pessoas possam eventualmente ter desenvolvido a meu respeito, só que não estou particularmente interessado a agradar a ninguém em particular, pois o tempo dos fretes ou de seguir directrizes impostas por terceiros já se perdeu no tempo e no espaço. As minhas intenções em relação ás pessoas a quem concedo o privilégio de entrarem no meu mundo são simples e claras. A pessoa a quem eu decidir abrir os meus portões será por mim analisada, dissecada e psicanalisada, vasculharei no seu interior, questionarei as suas verdades, inconsistências, ambiguidades, pragmatismos e consoante a sua performance, diagnosticarei a terapia apropriada, ou seja: se deve ser reciclada, posta de quarentena, eugenizada, reconvertida, endocrinada ou devolvido ao seu “habitat” natural.
Vilamoura 3-2-2004
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