RECORDAÇÕES LIBERTINAS

Nestes dias onde a minha sensibilidade é mais frágil do que os mais puros cristais da Boémia, sinto-me imbuído da sensitividade de um poeta, da criatividade de um escritor, do fogo ardente de um amante, da virilidade de um macho poderoso, com a educação de um “gentleman”, com o entendimento de um amigo, com a inteligência de um cientista, com a sabedoria de um ancião, com o intelecto de um académico, com o despojo de um padre e finalmente, com um sentido de justiça de um Juiz. O destino concedeu-me o dom de te poder guiar por caminhos que nunca percorreste com mais homem algum, de te iluminar e satisfazer os teus sonhos mais selvagens com os quais tens fantasiado muito antes de me conheceres. Sinto-me com a capacidade, conhecimento e experiência, para poder entrar dentro do teu ser e apoderar-me da tua mente, coração e sexo e abanar-te como um terramoto, proporcionando-te as emoções, desejos, erotismo e fantasias com que tens sonhado a vida inteira. Irei abrir-te novas portas afim de te revelar horizontes mais tentadores, mas acima de tudo fazer-te sentir como se tivesses renascido das cinzas tal como a Fénix para uma nova vida. O historial do teu passado, ou as tuas referências, apenas te ajudarão a partir deste momento, a estabelecer comparações ou paralelismos, pois nada do que fizeste no passado, poderá ser comparável com as novas sensações que irão percorrer o teu corpo da ponta dos pés as pontas do cabelo. Não tendo mãos medicinais possuidoras de características curativas, tenho contudo um toque mágico, de te poder fazer sentir arrepios na espinha e ficares com a pele como a de uma galinha. Vou adorar observar as tuas transmutações faciais quando entrares na fase voluptuosa e orgásmica, após ter-te transportado da fase terrena e consciente para a fase inconsciente do mundo cósmico da levitação temporal. Eu sei que possuo um carisma magnético, por isso não ficarei surpreso que te sintas atraída pela minha mente erótica, e pela forma pouco ortodoxa de fazer amor, levando-te aos limites que nem tu própria sabias existirem dentro de ti. Logo que a paixão comece a germinar dentro dos nossos corações, a necessidade de estar juntos afim de satisfazermos os nossos mais recondidos desejos sexuais, terão um impacto duplamente mais poderoso, conduzindo os nossos corpos para uma implosão de magnitude inimaginável. Ambos geneticamente descendemos de uma raça especialmente concebida para o amor, tal como os touros bravos da lezíria Ribatejana o são para as corridas, os galgos para correr, ou os galos para lutar. Nós não estamos juntos pelo destino ou coincidência, mas sim por uma razão existencial de nos podermos completar pelo desiderato da paixão carnal. Muito embora não nos conhecêssemos, ambos tínhamos a percepção da existência física um do outro, e que mais tarde ou mais cedo, os nossos odores corporais, nos dariam sinal quando nos viéssemos a encontrar. Eu consigo sentir que dentro desse teu corpo vive uma mulher quente, sensual e fogosa, mas que por várias circunstâncias da vida, tem estado castrada ou hibernada pela incompetência, incapacidade ou ignorância dos parceiros que escolheste para satisfazer os teus apetites sexuais. Nunca estiveste próximo de te realizares como mulher, viveste sempre muito aquém das tuas capacidades e da tua fecunda e prolifica imaginação. Mas a partir do momento em que nos conhecemos, e que te acordei desse estado letárgico, nada jamais será igual. O teu desejo irá crescer exponencialmente, e a tua necessidade de seres consumida e extasiada, não só pela minha mente devassa, libertina e licenciosa, mas também, pelas minhas mãos, boca, língua, dedos e falo, tornar-se-á algo que jamais conseguirás controlar. Logo que te irrigue com o meu sémen quente e viscoso, ficarás de mim dependente como uma drogada do seu fornecedor. Quando penetrar as tuas entranhas e vísceras escaldantes e lúbricas, pedirás e implorarás a todos os deuses do Olimpo que não pare até desfaleceres esgotada e encharcada nos teus orgasmos múltiplos, quer vaginais quer clitorianos. Eventualmente, o teu coração sem sequer te aperceberes, começará a abrir-se lentamente como uma ostra, e voluntariamente me darás a pérola negra e rara que nenhum outro homem conseguiu tirar de dentro dele. Acabarei por te fazer sentir como pomo maduro, desejoso de ser saboreado e espremido até á última gota, por alguém que seja um apreciador de um fruto tão raro e requintado. Inicialmente e após os jogos preliminares, espero que me apresentes sem formalismos, todos os locais do teu corpo que eu possa explorar afim de me familiarizar com eles. Mais tarde, depois de estarmos suficientemente excitados e prontos para uma refrega corporal, entrarei dentro do teu forno do amor, que dando guarida ao meu falo retesado, engrossado e latejando de desejo, lhe extrairá o mel doce da paixão. Quando o meu falo jorrar o seu cremoso e quente néctar dentro da tua vagina faminta e febril a pulsar de desejo, matarei a sede que a tem consumido nestes últimos tempos. Apertarei com os lábios os teus mamilos acerejados, que erectos e endurecidos pelo tesão, mais parecem dois diamantes capazes de cortar vidro. Não só os lamberei como sugarei, de uma forma lenta e caprichosa, com uma pedra de gelo na boca. Depois disso continuarei a viajar pelo teu corpo em direcção á zona púbica, que rapadinha como está, me deixa vislumbrar toda a beleza das tuas zonas mais íntimas, como se fosse uma miragem num deserto árido. A minha língua, louca de tesão, procurará nesse oásis, o ninho para acasalar com o teu rosado clítoris e vagina. E, quando o encontro se dá, ela é atraída como um íman, mostrando toda a sua mestria na arte de fazer qualquer mulher, mesmo as mais frígidas, soltarem os seus sumarentos sucos para os meus lábios e língua sequiosos de apaziguarem o seu corpo excitado, em convulsões espasmódicas de prazer. Sem deixar a minha língua sair da zona da procriação, continuarei lambendo os lábios vaginais exteriores, para depois a penetrar com a minha longa língua, que já em adiantado estado de demência se revolverá como uma cobra enfurecida dentro daquele túnel húmido e escuro. Os teus músculos vaginais apertarão a minha língua como um torno aperta o metal numa serralharia. Quero ver os lábios da tua vagina incharem, e tremerem de luxúria, como se estivessem com convulsões, implorando ao meu pénis hirto para avançar, perante a tua rendição incondicional. Quero fazer-te sentir a rigidez entumecida do meu falo entre as tuas coxas, forçando-te a abri-las para me receberes como o conquistador do teu corpo. Depois disso, mergulharei dentro da tua gruta quente e molhada, e com estocadas fortes e profundas arrancarei de dentro da tua garganta sons guturais e gemidos descontrolados de êxtase infinito. Também quero ver e sentir o meu sexo ser engolido pela tua boca esfomeada, ser acariciado e saboreado pela tua língua, sentir o raspar dos teus dentes na cabeça do meu pénis. Quero ver-te devora-lo, sugando-o e mamando-o com sofreguidão, como um bebé a ser aleitado pela mãe, até que eu ejacule como uma torneira de alta pressão, e, te encha a boca com o meu leite cremoso que engolirás vagarosamente até á ultima gota. Depois de satisfeitos e exaustos abraçar-nos-emos fortemente contra o peito um do outro. Encaixaremos as nossas pernas e virilhas umas nas outras, e com as nossas bocas grudadas, e as línguas entrelaçadas, cavalgaremos uma sucessão de beijos apaixonados até que os nossos corpos se tornem num só, pelo processo de osmose. Quero esfregar o meu corpo no teu, sentir o aroma da tua sexualidade que transpira pelos teus poros, quero beber os teus sucos orgásmicos que jorram como um chafariz do teu clítoris ou vagina. Quero fazer-te um botão de rosa, metendo a minha língua dentro do teu ânus para depois te sodomizar de uma forma canina, fazendo de ti a minha cadela preferida em periodo de cio. Algumas áreas do teu corpo continuam por explorar, mas estou pronto para descobrir todas as zonas erógenas da tua pele acetinada que ainda não foram desbravadas, mas que prometem ser bastante receptivas a acolherem as sementes do prazer. Irei plantar o teu corpo com beijos, carícias e rega-las com as minhas lágrimas na hora da despedida. Estes eróticos prazeres recíprocos, fazem-nos esquecer o tempo e o espaço, neste mundo de sensualidade que nós criámos e onde apenas nós existimos. Infelizmente o tempo que nos foi concedido pelos Deuses desaparecerá, tal como o vento, que de um momento para o outro, deixará de soprar ou o sol de nos aquecer e iluminar para se recolher no ocaso no final da tarde. Nunca haverá tempo suficiente, para dizer ou fazer tudo aquilo que desejaríamos, porque os sentimentos amorosos que nutrimos um pelo outro dentro dos nossos corações e sexo, é maior do que a própria vida deixou disponível para realizarmos os nossos sonhos. A efemeridade não nos permite viver eternamente em estado de paixão permanente, por isso enquanto a ampulheta se esgota lentamente, vamos aproveitar e viver todos os momentos, dando aos nossos corpos a liberdade total de se satisfazerem e saciarem um no outro. Desejaria poder ser também um Deus para poder parar o tempo, particularmente quando estamos juntos, parar as estações do ano, as semanas e as horas, afim de ouvirmos as trompetas do paraíso celestial quando nos incorporamos um no outro. Desejaria igualmente congelar o tempo que partilhamos de felicidade absoluta, mas infelizmente não tenho poder para o fazer. O tempo ou a vida, podem-nos tirar muita coisa, mas nunca lhes será possível fazer-nos esquecer os momentos em que nos amámos e possuímos de uma forma intensa e apaixonada, ou a atracção e o magnetismo com que os nossos corpos se satisfizeram um no outro. Podemos no futuro vir a seguir caminhos e vidas diferentes, mas cada um de nós terá sempre um lugar muito especial no fundo dos nossos corações. Vilamoura, 18-3-2005