O blog Mentes Iluminadas é uma contribuição livre para quem desejar partilhar pensamentos de uma forma inteligente e bem estruturada que facilite a compreensão a todos aqueles que se interessam por temas controversos tais como: Aborto, Eugenismo, Eutanasia, Pena de Morte, Nacionalismo, Xenofobia, Racismo, Religião, Politica etc. Serve também para quem desejar manifestar a sua livre opinião sobre os textos, que aqui tenha uma tribuna para poder fazer os seus comentários.
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
SOLIDÃO
Este inverno frio e húmido, tem fustigado impiedosamente o meu coração com rajadas de frustração, devido ao meu distanciamento do mundo e das pessoas, não por obrigação mas sim por opção. Precisava de tempo para pensar, fazer uma memória descritiva do meu passado, e dar um balanço de prestação de contas á minha própria consciência. A vida é extraordinariamente curta, e eu, nestes últimos anos apenas me limitei a estimular cérebros e sexos indigentes, com quem partilhei vivências sentimentais, e, como um repórter da guerra da vida, fui passando pelas várias fases da mesma a uma velocidade meteórica, de que não me tinha apercebido. Eu desde há bastantes anos, que tenho a consciência absoluta de que esta minha fase de introspecção de auto-psicanálise, teria que ser feita solitariamente. Muito embora esse facto não me assuste ou intimide, sinto um aviltamento das minhas entranhas por não ter conseguido mudar o curso de alguns acontecimentos a tempo e horas. Não estou resignado, vencido ou perdido, apenas entendo que chegou a altura de mudar de percurso, e de que o mundo não deve ser centrado exclusivamente a volta das mulheres, nem que elas devem ser o centro do meu mundo. Mesmo esta reclusão auto imposta, torna-se gratificante, e, muito embora sinta um enorme esvaziamento pela falta de interacções que acicatem a minha necessidade de desafios e provocações que estimulem os meus ginasticados neurónios, que se vêem espreguiçando há longo tempo por falta de exercício. Como a minha memória não é curta, recordo mágoas e desesperos, herdei com a alma a dor, com o conhecimento a angústia, com a consciência o tormento, e possivelmente com a eventual percepção que Deus possa existir o terror. O meu espírito pagou com suor e algumas lágrimas a felicidade que encontrei a espaços. Nunca fui um actor que se escondesse atrás da sua própria imagem no palco da vida, nem um títere motivado por vingança ou despotismo, nem nunca me atrevi a julgar ninguém, reservando essa tarefa para os Deuses de cada um. Tive pelo menos o grato privilégio de em vida, ter podido exercer todas as minhas opções, quer no campo profissional, público e privado. Escolhi livremente sem pressões ou restrições os caminhos (por vezes pouco ortodoxos) que me levaram a vários destinos. Alguns deles, de paisagens deslumbrantes, mas outras de longos e áridos desertos, os quais tive que atravessar sozinho, devido a situações de conflito e ruptura. Se eu tivesse o dom de conhecer os labirintos do espírito humano, as tortuosas passagens sombrias da mente, e as diversificações da alma, talvez pudesse ter conduzido a vida para outras pastagens mais verdejantes e apetitosas e ai ficar eternamente. Em vez disso, fui compelido a fazer viagens migratórias e extenuantes, que eventualmente implicaram mudança de continentes na eterna procura de outros pastos que fossem assegurando a minha sobrevivência emocional. Mas este Inverno sentimentalmente agreste, tem de certo modo, contribuído para que alguns dos meus recalcados sentimentos tenham aflorado demasiado á superfície criando-me uma situação á qual não estava habituado. O desconforto e vulnerabilidade fragilizaram-me e, essa hipersensibilidade tornou-se demasiado transparente aos olhos mais perspicazes, que poderão contra minha vontade denunciar emoções e sentimentos que eu preferiria manter reclusos nas profundezas do meu ser. Esta incómoda situação, leva-me a controversos e polémicos debates de reflexão com a minha consciência, que se tem vindo a tornar em exercícios de grande desgaste psíquico e emocional, particularmente no que respeita aos meus projectos de vida futuros. Eu sempre me considerei um resistente, um guerrilheiro que sempre desafiou a vida e que nunca voltou a cara ás adversidades, ou mostrou medo em assumir as suas responsabilidades quando tive que admitir as fraquezas da carne. Algumas foram batalhas duras de anos, mas a todas sobrevivi incólume, acabando por sair vencedor, mas com marcas e feridas profundas das quais, algumas foram difíceis de cicatrizar. Uma vez mais, estou preparado para encetar mais um novo projecto de vida, partindo da estaca zero, para o qual não tenho ainda garantias ou respostas, para que o mesmo se torne num sucesso, mas ao fim e ao cabo, essa é na verdade a própria essência da vida. Eu atravesso uma fase de uma grande espiritualidade bucólica, necessitando de toda a paz de espírito possível, para reordenar as minhas opções de vida futura, escolhendo um caminho totalmente diferente daquele que venho trilhando até agora. A incógnita, o imponderável o imprevisível, são desafios a que eu não posso ficar indiferente, pois são um repto á minha capacidade combativa, á minha mente treinada e preparada para enfrentar como um gladiador nas arenas da vida os novos combates e tentações que se avizinham. Todas as viagens longas ou curtas começam com um primeiro passo, e esse, será o primeiro de muitos que tenho planeado dar a curto prazo. Não mais estou subjugado ou escravizado aos prazeres da carne, portanto de certo modo, sinto-me pela primeira vez na vida capaz de resistir á sedução feminina, o que me dará outra capacidade de discernimento sobre as futuras situações com as quais for confrontado. Estarei centrado e focado exclusivamente nos meus objectivos, mas receptivo a todas as solicitações que venham ao encontro do meu critério e que satisfaçam as prioridades que estabeleci para o mesmo. A partir de agora, e também devido á idade, terei com a saúde, e paz de espírito, as minhas duas maiores preocupações em defender estes dois bastiões. Depois disso, a continuidade da minha consolidação financeira que me permita continuar a viver dentro dos parâmetros de qualidade a que sempre estive habituado. De seguida vem o enriquecimento do meu património cultural, com viagens temáticas, não só para alargar os meus horizontes vivenciais, mas também para poder obter uma visão global de um mundo recheado de diferentes culturas e passados históricos. E finalmente, dentro de uma racionalização metódica e organizada do tempo, ainda tenho os meus hobbies para me divertir. Haverá certamente um nicho para o sexo feminino desde que pontualmente me agrade partilhar certos aspectos da vida com alguém.
1-2-2001
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário