quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

FERIADOS E A IGREJA

Sendo Portugal um Estado laico não se admite que tenha acordos preferenciais com a Santa Sé tal como a concordata. Os estados e governos não têm carta de alforria nem procuração dos seus cidadãos para declararem ao mundo ou aos lideres se igrejas cristãs como o Vaticano, Igreja Ortodoxa, Metodista, Batista, Anglicana, Evangélica. Pentecostal, Adventista do 7º dia, Mórmons ou às outras 969 religiões cristãs existentes no mundo a fidelidade professada pelos seus cidadãos, a qual sendo uma opção do foro privado torna-se difícil de avaliar se existe ou a quem é devotada. Reiterando o mesmo principio supracitado de que os cidadãos portugueses nunca foram auscultados por meio de referendo ou peblescito sobre as suas convicções religiosas, não compete ao governo representa-los em assuntos de fé ou crenças. Em face do Governo oficialmente desconhecer as tendências religiosas da população deveria este coibir-se de assinar ou estabelecer contractos, tratados ou acordos com confissões religiosas a fim de lhes conceder exclusivos direitos que não são extensivos a todas as outras existentes no país, especialmente quando se trata de concessões que incluem benefícios fiscais. Quem é religioso em Portugal são as pessoas e não o Estado Português e mesmo assim a nossa população está dividida por muitas igrejas que se albergam debaixo do chapéu do cristianismo. Portugal apenas deveria ter feriados políticos e abolir definitivamente todos os religiosos de uma vez por todas, ou então conceder a todas as outras confissões religiosas os feriados a que estas têm direito. De acordo com estudos estatísticos existem em Portugal cerca de 2 milhões de católicos que semanalmente assistem às eucaristias dominicais. Contudo a preocupação dos membros da igreja é enorme, pois está calculado que desde 1991 a igreja já perdeu cerca de 14% de fiéis e praticantes que abandonaram o catolicismo tornando-se apóstatas. Quanto maior é a instrução académica dos portugueses, maior se torna o número de agnósticos e ateus, pois está provado que a religião é hereditária ou resultado geográfico de onde se nasce, pois todos somos ateus quando nascemos. O Vaticano afirma que 83% dos portugueses são católicos, gostaria que se fizesse um referendo para saber exactamente como se dividem os portugueses por todas as confissões religiosas existentes, incluindo, agnósticos, ateístas, evolucionistas. De acordo com a Conferência Episcopal Portuguesa está calculado que nos últimos 25 anos a igreja católica terá perdido mais de meio milhão de fiéis que participava regularmente nas eucaristias dominicais. No Parlamento Português debate-se acaloradamente o problema da reinstalação dos feriados a partir de 2016 na base de que para cada feriado político terá de haver um religioso. Estado e Religião devem viver divorciados e se o povo deseja celebrar a sua religiosidade que o faça nas horas vagas ou fins-de-semana em casa, igrejas ou santuários, não precisam de feriados exclusivamente dedicados às suas divindades os quais muito raramente são usados para esse fim ecuménico. 15-1-2015 PS: Este texto apenas estabelece a conexão entre o Estado-Feriados-Religião, portanto que ninguém assuma tratar-se de um texto religioso.

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