quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

PETRÓLEO II (Continuação)

Na sequência de uma epístola que escrevi sobre o Petróleo há uns dias atrás, decidi fazer-lhe um aditamento sobre as consequências que já começam a reflectir-se negativamente sobre os exportadores e emigrantes portugueses que procuraram em Angola novos mercados para os seus produtos ou os empregos que não existem em Portugal, em face da taxa de desemprego estar acima dos 13% e o país se manter em recessão económica há mais de 3 anos. Na observação que tenho feito sobre o novo fenómeno da emigração portuguesa e quais os países que escolhem para vender as suas tenologias, cheguei á conclusão de que os mais qualificados academicamente com licenciaturas que falam Inglês ou Francês procuram os mercados de trabalho europeus, não só por pagarem bem, como estão perto de Portugal. Aos artesãos cuja restrição linguística é limitada ao português procuram outras alternativas e o mercado de trabalho angolano é uma opção sedutora que tem levado muitos portugueses a emigrar para Angola, sendo perto de 200 mil o número de cidadãos nacionais que se calcula vivam hoje em Angola. A balança de pagamentos angolana começa a desequilibrar-se uma vez que as finanças públicas levaram um tremendo rombo com a baixa do preço de venda do petróleo e portanto o governo já começou a tomar algumas medidas para controlar os níveis da despesa. As grandes empresas de construção Chinesas e Portuguesas já começaram a sofrer não só com o cancelamento de algumas obras públicas adjudicadas como os pagamentos para aquelas já feitas têm sido adiados. Estou bem informado sobre estes aspectos pois devido á minha profissão tenho contactos no ramos da engenharia civil. A grande diferença entre os novos colonos portugueses, e os que em Angola viviam antes de 1975, é que os antigos investiam tudo o que ganhavam em Angola, recebiam em angolares e não tinham vidas duplas nem outras casas em Portugal. Os novos. Mercenários (colonos) portugueses, recebem parte dos seus ordenados em dólares que transferem para os seus países de origem e ainda gozam férias em Portugal depois de terem trabalhado apenas alguns meses em Angola. Antigamente as licenças graciosas eram gozadas depois de 4 ou 5 anos de um trabalho efectivo no estado ou em empresas privadas. Os noticiários televisivos nos canais portugueses começam agora a explicar a repercussão negativa da baixa do crude no mercado angolano, bem como algumas das medidas já tomadas públicas pelo governo desse país, para tentar debelar a crise económica interna, aplicando restrições severas á exportação de capitais, pois Angola precisa de divisas para a importação de bens essenciais. Ainda hoje a televisão portuguesa anunciou que os trabalhadores portugueses em Angola estão a começar a ter dificuldades em transferir os seus vencimentos para Portugal para pagarem as rendas de casa que aqui têm e sustentar as famílias que cá deixaram Não sei onde é que estes novos colonos são melhores ou mais qualificados do que aqueles que deixaram o território angolano em 1975, pois se as coisas não tivessem acontecido da forma lamentável como ocorreram, esses velhos colonos onde eu me incluo estaríamos hoje reformados em Angola, e os nossos milhares de filhos aí nascidos a contribuírem para o desenvolvimento dessa terra em vez de ter o meu que é médico em Inglaterra a ajudar cidadãos com os quais não tem qualquer afinidade, linguística ou de cidadania. Se os novos lideres angolanos tivessem tido uma visão diferente daquela que foi a de atormentarem, assustarem, afugentarem e escorraçarem os antigos colonos, e em terem apostado nos cavalos errados cujas suas filosofias politicas muito populares em África até aos finais dos anos 90, acabaram por perder sua influência hegemónica no mundo e muito particularmente em Africa, depois do desmembramento da URSS, e do Socialismo como ideologia politica. Hoje apenas Cuba vive teimosamente um socialismo arcaico e caduco fruto do idealismo de um lunático de Fidel de Castro e por Cuba ser uma ilha. A China parceiro económico de muitos países africanos para onde vai estendendo os seus tentáculos e exportando alguns milhões de chineses uns na procura de vistos Gold outros para abrirem lojas dos 300 vivem no seu continente paradoxalmente dentro de duas filosofias politicas onde o capitalismo e socialismo coexistem sobre um pacifismo que superficialmente parece manter os 1.338.612.968 habitantes felizes. 29-1-2015.

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