Sempre ao longo da vida senti sem arrependimento, saudade, nostalgia, pesar ou penitência quando era altura de partir ou mudar, quer de história, de país, de casa e rua, de vida, de mulher, de sonho ou de projecto ou de carro. Encetei a minha viagem existencial com a chegada a este mundo em Agosto de 1942, durante a segunda guerra mundial, quando havia racionamentos de víveres e algumas dificuldades alimentares. O meu trajecto e aprendizagem pela escola da vida foram feitos calcorreado percursos muito díspares tais como avenidas iluminadas, auto estradas, picadas, atalhos ou vielas sórdidas e escuras. Parei por períodos de tempo mais ou menos longos em estações e apeadeiros da vida sempre por opção própria e motivado por critérios que se iam alterando consoante a idade e experiência umas vezes para descansar e reflectir, ou arranjar folego para construir um novo presente. A ver e a ler também se aprende, mas as vivências reais são de longe a melhor forma de aprendizagem, quando se sente na pele a alegria ou a dor que são os reflexo das emoções que sentimos mediante as experiências a que somos submetidos.
Sendo os ciclos de vida imutáveis, a expectativa da longevidade do ser humano aumentou consideravelmente na última década devido a vários progressos feitos na investigação e comercialização de novos medicamentos bem como no conhecimento de técnicas cirúrgicas ou de transplantes. Hoje em dia a expectativa de vida aumentou substancialmente e está perto dos 80 anos, portanto tenho consciência de que estou a trilhar a última etapa desta longa viagem que tenho vindo a fazer desde 1942, e que se aproxima do seu términos. Este longo percurso pela vida, foi excitante em muitas ocasiões e vivido intensamente por vezes por caminhos menos percorridos pela grande maioria dos humanos. Existe uma tempo aproximado e programado para sairmos dos úteros de quem nos vai parir, contudo a chegada à luz do dia tem as suas incertezas na compleição dos 9 meses que se passaram desde a fecundação do óvulo que nos deu a vida.
Umas vezes paradoxalmente partirmos antes de chegarmos como nados-mortos à nascença. Umas vezes a morte corta cerce a nossa existência sem aviso prévio, noutras devido a doença prolongada dá-nos tempo para preparar com a devida antecedência todas as disposições legais de como pretendemos alienar os nossos bens materiais e de como desejamos que as nossas exéquias sejam feitas quanto à sua forma espiritual ou religiosa.
Como sei que estou a percorrer o meu último espaço temporal já só estou a viajar com bilhetes de ida. Sei que estou a percorrer o caminho em direcção à última estação que eu chamo de Eternidade. Nesse local iniciarei as fases da minha viagem triunfal por entre o pó do cosmos e das estrelas em direcção ao infinito. Espero e desejo que este pequeno percurso que estou agora fazendo seja uma viagem tranquila sem chatices ou aborrecimentos para terceiros e que a passagem para o além se processe de forma indolor, consciente e tranquila. Nesta etapa terminal em que viajo sozinho ninguém se irá despedir, e á chegada logo verei quem encontro, pois nunca ninguém de lá voltou para contar como foi ou quem viu. Nesta altura já viajo sem bagagem ou hotel marcado, pois sei que a lotação nunca estará esgotada e haverá sempre lugar para mais um. As únicas coisas que levo comigo são as minhas convicções as quais não perderei nem renegarei em circunstância alguma, bem como as minhas memórias. De acordo com as minhas instruções as minhas cinzas serão espalhadas pelos quatro elementos da natureza originários da mitologia grega e que são: fogo, agua, vento e terra. Durante a minha presença temporal neste planeta fiz i Umas vezes a morte corta cerce a nossa existência sem aviso prévio, noutras devido a doença prolongada dá-nos tempo para preparar com a devida antecedência todas as disposições legais de como pretendemos alienar os nossos bens materiais e de como desejamos que as nossas exéquias sejam feitas quanto á sua forma espiritual ou religiosa.
Como sei que estou a percorrer o meu último espaço temporal já só estou a viajar com bilhetes de ida. Sei que estou a percorrer o caminho em direcção à última estação que eu chamo de Eternidade. Nesse local iniciarei as fases da minha viagem triunfal por entre o pó do cosmos e das estrelas em direcção ao infinito. Espero e desejo que este pequeno percurso que estou agora fazendo seja uma viagem tranquila sem chatices ou aborrecimentos para terceiros e que a passagem para o além se processe de forma indolor, consciente e tranquila. Nesta etapa terminal em que viajo sozinho ninguém se irá despedir, e á chegada logo verei quem encontro, pois nunca ninguém de lá voltou para contar como foi ou quem viu. Nesta altura já viajo sem bagagem ou hotel marcado, pois sei que a lotação nunca estará esgotada e haverá sempre lugar para mais um. As únicas coisas que levo comigo são as minhas convicções as quais não perderei nem renegarei em circunstância alguma, bem como as minhas memórias. De acordo com as minhas instruções as minhas cinzas serão espalhadas pelos quatro elementos da natureza originários da mitologia grega e que são: fogo, agua, vento e terra. Durante a minha presença temporal neste planeta fiz imensas coisas de que me orgulho e outras nem por isso, contudo a minha consciência teve o juiz mais implacável que se possa imaginar.O meu ateísmo permiti-me morrer em paz sem ter que prestar contas a mais ninguém. Deixaremos familiares que nos esquecerão bem depressa e alguns amigos cuja sua longevidade irá bater a nossa, pois pois infelizmente muitos deles já me precederam.
15-10-2014
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