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terça-feira, 17 de março de 2015
FILOSOFANDO SOBRE A VIDA
Hoje decidi abrir a caixa dos meus silêncios verbalizando através do papel algumas das minhas reflexões, mas na eventualidade de um dia decidir abrir a minha Caixa de Pandora muito pânico iria causar quando certas verdades e ocorrências viessem a luz do dia.
Vou começar este texto com um pensamento de Confúcio que diz o seguinte: “Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, e depois perdem o dinheiro para a recuperar”. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se não tivessem vivido. Se todas as pessoas fossem instruídas e cultas procurando na leitura e investigação a resposta para as suas duvidas e interrogações ganhando na profundidade do conhecimento aquilo que perdem na superficialidade da trivialidade sem substrato, talvez mais luz iluminasse a parte obscura da razão que leva as pessoas a optarem por caminhos ou convicções erradas, ou desacreditadas.
As contradições mescladas de verdades e mentiras encontram-se misturadas e camufladas na nossa mente até serem devidamente expostas á luz por testes de carbono para serem avaliadas da sua autenticidade. A vida é cheia de engodos e nem sempre o que parece é, muitas vezes são deixados aos portões da nossa mente cavalos de Tróia com aspecto inofensivo mas carregados de tropas de elite no seu bojo para nos subjugarem ou converterem caso caiamos na tentação de lhe abrirmos as portas.
Desde que nascemos os nossos progenitores decidem por nós a que religião e Deuses devemos pertencer, orar e venerar, bem como qual o clube desportivo a que nos vão propor para sócios. Da mesma forma escrutinam o que devemos ler, ver ou ouvir depois de censurarem as nossas fontes de informação ou conhecimento, quando nos deviam ensinar a questionar os nossos educadores ou catequistas antes de acreditar naquilo que nos pretendem impingir.
Todos nascemos ateus, mas muito rapidamente os nossos progenitores encarregam-se de nos carimbarem com a sua religião caso professem de alguma, ou então se nascemos num país Teocrático em princípio estamos condenados a seguir a linha religiosa oficial desse país. Ficamos exilados dentro das nossas mentes e amordaçados por publicamente não podermos discordar da religião institucionalizada.
Se a nossa vivência é feita no Ocidente, só muito mais tarde nas nossas vidas temos a percepção do que realmente queremos em muitos aspectos e a religião é uma delas. Nessa altura assiste-nos o direito de fazer escolhas e exercer opções de iluminar certas áreas da nossa mente das trevas a que foram submetidas e quebrar essas correntes, rasgando a escuridão para a luz entrar. Este processo é um trabalho árduo que exige coragem para vencermos a crítica e o desapontamento familiar. Ter uma linha de pensamento próprio deixando de ser ovelha e renegando o nosso pastor, mentor, guru é arriscado especialmente em pequenas comunidades onde facilmente se pode ser marginalizado quando alguém foge da formatação que impera na região, vila, aldeia lugar ou rua.
Qualquer pessoa com alguma agilidade mental e senso comum, que procure na leitura apropriada investigar temáticas que respondam às suas preocupações ou dúvidas, muito facilmente poderá encontrar as provas ou teorizações que precisa para aquilo que deseja descontinuar, acreditar, esclarecer, renegar ou reforçar as suas convicções.
De vez em quando, os crentes são confrontados com situações na vida que os levam a questionar a existência dos seus Deuses pelas injustiças, desgostos a que são sujeitos e reiteradas quando se apercebem que os pecadores são recompensados e os justos castigados. A dúvida de que a única justiça que existe é a dos homens, pois a dos Deuses não só deixa muito a desejar como é completamente inexistente, vai-se avolumando e criando anticorpos que nos levam para caminhos que nunca pretendemos trilhar. Quando as pessoas interiorizam essa situação sobre a sua falta de fé é quando começam a sentir que chegou a altura de dar o primeiro passo para desertar em direcção á apostasia.
Todas as pessoas que se consideram responsáveis, dotadas de razão, senso comum, mente aberta e receptiva, inteligentes e de vontade livre, deveriam ter a responsabilidade moral e pessoal, de procurar as suas verdades e não aceitarem como fidedigna e autentica as pregações, sermões, doutrinações dos vendilhões dos diferentes templos e religiões que proliferam por este mundo. Aprendi que a vida é dura, mas sempre consegui ser mais duro que ela. A porca e cabra da vida tentou debalde várias vezes vergar-me mas nunca lhe dei o gaudio de me conseguir prostrar. Quando ocasionalmente a vida nos bafeja com a sorte ou nos contempla com oportunidades temos que estar atentos e desconfiar dessas dádivas que por vezes são presentes envenenados. Também aprendi que a escalada da montanha em direcção ao sucesso é difícil e por vezes penosa, todos se atropelam, se vendem sem escrúpulos usando de todos os golpes abaixo da cintura, manhas e intrigas e para lá chegarem mais depressa, lançam óleo para a pista, e cascas de banana para o caminho. Uma vez definido um destino, há que programar a vertente ideal da montanha que pretendemos escalar e menos concorrida pela sua perigosidade. A concorrência é desumana, todos os truques são permitidos, muitos corpos vão ficando pelo caminho, muitas ambições, vaidades, promoções, nunca ultrapassarão as primeiras dificuldades e armadilhas que lhes são colocadas pelos alpinistas que os precederão. Pessoalmente tenho as minhas contas saldadas com a vida. Acho que estamos quites, pois se alguma vez dela recebi alguma coisa também com juros paguei e alguns deles com usura desmedida. A vida ao longo dos anos roubou-me muito mais do que aquilo que alguma vez me deu, contudo nunca reclamei nem isso criou em mim qualquer azedume contra ela. Os acontecimentos com a independência de Angola em 1975 deram-me a possibilidade de alterar em 360º o rumo da minha existência e de conhecer todas as minhas capacidades, bem como limitações. Ao longo do meu percurso vivencial já perdi um vasto património financeiro, grandes amigos e várias mulheres que amei apaixonadamente, mas nunca perdi a coragem ao ponto de me deixar vencer pela adversidade, ou perder tempo com lamentações estéreis sobre essas ocorrências. De qualquer forma a ideia deste texto não é fazer uma viagem regressiva a nenhum período específico do meu passado, pois esse já foi vivido de forma intensa e divertida. Devido á minha idade o meu futuro será de longe muito mais curto do que o meu passado, mas isso não me causa medo ou pânico, morrerei de pé, sentado ou deitado, mas sem renegar qualquer das minhas profundas convicções. Há muito que abandonei o ringue da vida onde as pessoas se degladiam usando todos os métodos ao seu alcance para atingirem os seus obscuros fins. Eu já nada tenho que provar a quem quer que seja, uma vez que não sou candidato a nada, a não ser manter a minha integridade de carácter saúde, tranquilidade, qualidade de vida, sanidade mental, e paz de espirito. Devido ao meu comodismo decidi pachorrentamente sentar-me numa poltrona e assistir calma e pacificamente ao espectáculo do ocaso, ou seja, esperar pacientemente que o fluxo desta minha vida esgote como uma vela de cera que se queimou até ao fim do pavio. Obvio que continuo a ter sonhos, pois uma pessoa sem eles é como um céu sem estrelas. Gosto de viajar a solo como um navegador solitário. Passei a ser uma pessoa frugal nos meus hábitos e nada dependente de terceiros para me satisfazerem necessidades sejam elas de que teor for. A minha auto-suficiência e independência, permite-me ir, vir ou ficar por tempo indeterminado ou permanecer quieto no meu imobilismo pelo período de tempo que desejar limitando-me a ver as moscas nas suas intimidades sexuais como um voyeur libidinoso e depravado. Não dou nem recebo ordens de ninguém, controlo o tempo, o espaço onde me movimento e a velocidade a que me desejo deslocar a meu belo prazer. Posso dar-me ao luxo de ter manias, rotinas, caprichos, de gostar ou recusar tudo aquilo que me desagrada. Estou-me borrifando e nas tintas para o mundo que me rodeia, posso dar-me ao luxo de usar o vernáculo ser excêntrico e dar nas vistas andando mascarado o ano inteiro. O que parece bem ou mal resvala na couraça da minha indiferença, os cães podem ladrar mas eu passo imperturbável mantendo um distanciamento saudável de tudo e todos ignorando e desprezando tudo aquilo que possam pensar de mim. O que tinha que ser já fui, e ao longo do tempo moldei-me, poli-me, limando as arestas mais agrestes da minha textura interna aperfeiçoando a forma comportamental até ser o que sou agora. Quando me olho ao espelho gosto do que vejo sem ser obviamente pelo aspecto narcisista, apesar de continuar a ser uma pessoa imperfeita acho que consegui um equilíbrio e controle sobre as minhas emoções que me permite poder encarar o futuro com outra tranquilidade. Atingi um estatuto e elevei-me para um patamar que me torna quase que intocável a tudo o que me rodeia. Fortaleci e treinei quer o corpo e a mente para resistir á grande maioria das solicitações mundanas, ás seduções da carne ou ás tentações de novas experimentações que impliquem correr riscos desnecessários. Sempre fui o senhor absoluto da minha vontade, e somente me deixo submeter ao julgamento da minha consciência que é a juíza das minhas decisões, atitudes e comportamentos, que me absolve ou condena, e desses veredictos nunca recorri para instâncias superiores.
Amadureci o corpo a mente e a alma, e muito embora me tenham tornado católico após ter nascido por vontade parental, nessa religião permaneci alguns anos, até que depois de muito ler sobre o assunto e questionar seriamente a minha religiosidade acabei por apenas e somente acreditar e ter fé em mim próprio, dispensando, muletas, bengalas ou andarilhos que muitos crêem na sua debilidade mental não serem capazes de viver sem elas. Deuses foram criados pela humanidade que carente e ignorante no seu obscurantismo pela incapacidade de entenderem os fenómenos da natureza tais como ventos ciclónicos, granizo, dilúvios, tempestades, furacões, vulcões, Tsunamis, maremotos, tremores de terra, etc., precisavam de aplacar os seus medos quando essas ocorrências tinham lugar e não podiam ser cientificamente explicadas, com oferendas e sacrifícios de humanos ou animais, aos seus Deuses criados para o efeito. Consequentemente os Deuses que hoje encabeçam as várias religiões do mundo sem os seus seguidores, crentes e prosélitos nunca teriam existido. As pessoas precisam de acreditar em alguém ou alguma coisa transcendental que para ser credível têm apenas que existir em forma metafisica. Os servos das religiões seriam muito mal sucedidos para me tentarem converter se encontrassem clientes do meu estilo e com a minha preparação para os enfrentar. Vender medicação religiosa a quem chega à igreja com a receita passada para ser aviada não é complicado, o difícil é tentar prescrever medicação a quem por moto próprio sabe receitar-se a si próprio sem precisar de médico. Há uns milénios atrás quando o mundo ainda vivia numa escuridão cientifica a grande parte das coisas que alguns mais cultos e iluminados diziam ou escreviam podiam ter o condão de conquistar seguidores pois nessa altura todas as mentes ainda se encontravam imaculadas e em estado virgem, prontas para assimilar e absorver tudo aquilo que esses chicos espertos lhes semeavam nos cérebros ainda receptivos a serem desbravados e contaminados, uma vez que as pessoas ainda não tinha a capacidade de exercer o contraditório. Nunca precisei de protectores, padrinhos, confessores gurus, conselheiros espirituais ou matrimoniais, nunca procurei amigos, familiares para partilhar segredos ou desgostos e muito menos alegrias. Sempre fui um solitário, e sozinho celebrei as minhas vitórias, bem como lambi as feridas das minhas derrotas. Também não vou estar aqui a discutir ou dissertar nos aspectos científicos, religiosos, evolucionistas ou filosóficos da vida, deixo isso para os entendidos sobre os quais tenha uma opinião formada sobre os fins inconfessáveis que os movem. A nossa maior ilusão é acreditar que somos apenas aquilo que pensamos ser, quando em boa verdade nem sequer imaginamos até onde as nossas capacidades podem levar-nos a patamares onde nunca pensamos vir a estar ou ser. Eu posso falar com propriedade sobre este assunto, pois em certo momento da minha vida, fui confrontado com a situação de me ter que conhecer, redescobrir e reinventar e só nesses meses subsequentes é que cheguei á conclusão de que apenas vinha utilizando uma pequena parte de toda a minha capacidade mental. Por vezes há certos mercados de trabalho onde as facilidades são tantas a procura excede a oferta, que apenas damos ou vendemos pequenas porções do nosso conhecimento ou tecnologia pois não nos sentimos ameaçados pela competição. Tive que crescer, aprender e maturar muito rapidamente pois sempre tinha vivido em lagos calmos e pacíficos de peixes pequenos e não predadores, quando de repente sem esperar e mercê das várias circunstâncias senti-me forçado a nadar num oceano ignoto, desconhecido e perigoso, cheio de tubarões. Muitas vezes ao longo da vida certamente que não venci pelo meu talento, mas sim pelo meu meritoso esforço e aplicação, uma vez que nunca contemplei a possibilidade de falhar ou sair derrotado de qualquer desafio a que fui pela vida submetido, e, ela foi pródiga em me testar imensas vezes. Nunca a vida me conseguiu fazer ajoelhar para implorar cargas mais leves, uma vez que os meus ombros sempre foram suficientemente fortes para suportar as suas provocações levando a bom termo as tarefas de que fui incumbido O auto conhecimento e a erudição são armas poderosas para nos libertar, questionar, desmascarar, embaraçar e contra argumentar contra os pseudo iluminados que procuram mentes dóceis, fáceis de domesticar e convencer. Eu sempre tive um plano e um projecto de vida bem como uma estratégia bem definida para conseguir atingir os meus objectivos. A ciência para o sucesso na vida é planear, gerir, medir, comparar, avaliar, coordenar, implementar de uma forma racional o emprego do tempo do esforço e do espaço em que nos movimentamos em relação aos objectivos que pretendemos atingir num período de tempo pré estabelecido. Sou menos avaro com o espaço do que com o tempo. O espaço pode ser resgatado, comprado ou conquistado, o esforço melhor doseado, mas jamais podemos recuperar o tempo perdido. Eu nunca esperei ofertas, benesses, favores, condescendência ou patrocínios para subir na vida, nunca me encostei aos mais fortes e poderosos portanto que ninguém espere ser por mim levado ao colo ou que lhe proporcione um lugar ao sol. Nunca criei elevadas expectativas quer da vida ou das pessoas, raramente alguém teve a capacidade para me surpreender, desiludir ou chocar com palavras ou atitudes e porque não lhes concedo o beneficio da dúvida espero delas sempre o pior. Durante a minha vida activa procurei andar sempre à frente do tempo cronológico e do mental que a sociedade legitima e aceita como politicamente correcto. E quando se anda á frente da manada por se ser o macho Alfa dominante todos os outros elementos do grupo têm a consciência disso. Quando ou outros chegam eu já lá não estou, porque já vivi aquele momento e passei ao seguinte, os outros apenas sentem o cheiro do território que marquei com a minha urina. Os oportunistas e abutres da sociedade, detestam serem precedidos por alguém mais forte, rápido, inteligente, experiente, e vivido, que tem a capacidade de antecipar acontecimentos ou movimentações, desbravar percursos, e fazer escolhas pouco comuns e isso leva-os a procurarem atalhos, vielas escuras, becos sombrios, vãos esconsos, armadilhas, para impedirem os mais aptos a erguer as suas cabeças acima da multidão anónima e serem notados pelo seu espírito empreendedor, inovativo e capacidade de liderança. Quem têm confiança em si estará sempre destinado mais tarde ou mais cedo a conduzir os outros. Aquilo que sempre diferenciou um homem de sucesso dos medíocres é que estes procuram aprender com os seus erros, enquanto os outros apenas se limitam a errar sem nunca terem consciência que apenas apostam em cavalos errados que nunca chegam á meta. Obviamente que essas pessoas por estarem constantemente a repeti-los os mesmos erros ao longo da vida, rapidamente atingem o Principio de Peter ou seja o da sua incompetência sendo por relegados para posições irrelevantes ou menores ou então acabam congelados naquela que desempenham. De que serviria a vida se não fosse útil para corrigir os nossos erros, vencer preconceitos, mudar as mentalidades, procurar consensos, tolerâncias e equilíbrios quando nem sempre as pessoas afinam pelo mesmo diapasão, defendendo os mesmos valores, acreditando nos mesmos Deuses ou comungando dos mesmos ideais.
Na vida tudo tem um preço, um mercado e um tempo determinado para todos os fins que a humanidade decidir usar para os seus propósitos. Há tempo de nascer, viver e morrer; tempo para chorar, rir, amar, procriar, abraçar, aquecer e arrefecer, ignorar, tempo de afastar, esquecer, perdoar, conciliar, aborrecer, odiar, vilipendiar, vingar e matar, tempo de guerra e tempo de paz. Quando estamos ociosos e procuramos matar o tempo com tarefas pouco produtivas ou estimulantes, devíamos era pensar que é o tempo que silenciosamente nos vai lentamente assassinando de uma forma indolor, retirando minutos, horas, dias semanas, meses ou anos á nossa precária existência. Portanto mesmo que paremos o relógio, ou ignoremos que o sol mergulha diariamente no poço escuro da noite, o tempo não para, não recua, não se atrasa nem adianta, nem se imobiliza, esperando pelos atrasados ou por aqueles que passaram ao lado da vida, ou ficaram caídos e exaustos na berma da estrada. A minha sugestão é que tentemos vive-la intensamente da melhor forma que podemos e sabemos.
23-6-2012
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