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sexta-feira, 6 de março de 2015
NACIONALIDADE VERSUS NATURALIDADE
Admito que existam muitos colonos que se tenham sentido angolanos depois de terem vivido durante anos em Angola, como também há quem faça questão de propalar aos quatro ventos que apenas são brancos por fora mas que têm a alma e o coração negro. Por último temos os oportunistas e os falsos nacionalistas sejam eles brancos ou negros que para mostrarem serviço, se assumem como os maiores acérrimos defensores da Pátria Angolana e para esse efeito envidam todos os esforços para serem e se tornarem notados nos círculos que procuram estar o mais perto possível do poder instituído. Treinam diariamente as técnicas de trepar como alpinistas para serem aceites em certos grupos, tribos ou elites da nova sociedade angolana sujeitando-se e degradando-se para tentarem querer provar que são mais negros que os próprios negros, curvando a espinhela sem dignidade ou carácter para lamber o cu e adular os novos senhores do poder ou do dinheiro.
Ser-se Angolano ou reconhecido como tal, em princípio deveria apenas ser necessário ter-se uma Certidão de Nascimento emitida pelos serviços competentes e não o sermos aceites e reconhecidos apenas pela cor da pele, religião, afectos ou conhecimentos pessoais, e muito menos por sentirmos que para esse fim temos de recorrer a outros meios publicitando de forma oficial o nosso enfeudamento a partidos políticos particularmente ao que Governa Angola há 39 anos desde a sua Independência, quando deveria ser apenas e simplesmente por se ter nascido em Angola.
Contudo isso nunca aconteceu nem antes, nem após independência, para os europeus brancos lá nascidos. Os Movimentos de Libertação nas suas cartas programáticas definiram que a sua luta era contra a opressão Colonialista, portanto contra os “Brancos”, uma vez que os pretos por muito ricos que fossem. ou trabalhassem lado a lado com brancos auferindo os mesmos salários, vivessem em casas ou apartamentos idênticos, estudassem nas mesmas escolas e frequentassem os mesmos locais, nunca poderiam ser considerados colonialistas, esse era um estatuto apenas reservado para os brancos, mesmo que andassem a esmolar nas ruas. Os brancos que nasceram em Angola não vieram de nenhum país para colonizar ninguém, tendo tanto direito á terra onde nasceram como qualquer negro. Só que bem no fundo o problema dos negros é que sofrem de vários complexos sendo o rácico um deles. Quando o MPLA procedeu à limpeza étnica escorraçando todos os brancos nunca lhes perguntou se eram angolanos ou não, para eles, BRANCOS=RACISTAS =COLONIALISTAS.
E foi baseado nesta trilogia básica e maniqueísta que o fundamentalismo negro do MPLA assentava. Mesmo que tivéssemos trocado com os negros as nossas vidas materialistas cedendo-lhes todos os nossos valores e bens e passássemos a residir nos musseques, em cubatas de argila e pau a pique vestindo tangas, mesmo assim teríamos sido corridos na mesma, e muitas pessoas ainda hoje não se consciencializam deste facto. Sejamos honestos o problema não reside prioritariamente em quem detém o poder ou o capital, mas sim de quem não é NEGRO.
Se agora passados 39 anos alguém pensa que os negros se penitenciaram do que nos fizeram e hoje num hipotético regresso que seriamos saudosamente recebidos com beijos e abraços estão todos muito enganados, voltariam a fazer-nos o mesmo e possivelmente de forma ainda mais gravosa. A FNLA também não perguntou aos fazendeiros em 1961 e seus familiares antes de os chacinarem e retalharem, se eram cidadãos angolanos, mas morreram por terem tido o azar de ter nascido brancos. Em 1975 sucedeu exactamente o mesmo, e nessa altura só não fomos de novo cortados às postas, porque o Governo revolucionário Português do 25 de Abril, já nos tinha vendido aos movimentos de libertação em Lusaka, Argel e Alvor. Em face disso, com a conivência do exército português e do Almirante Vermelho, usaram a técnica de nos assustarem para abandonarmos o território o que conseguiram fazer com sucesso.
Os Portugueses cujos tetra avós, bisavós, avós e pais que emigraram para Angola antes da Independência nunca foram cidadãos Angolanos, mas sim Portugueses, porque Angola segundo nos disseram era uma extensão de Portugal e por isso considerada uma colónia e mais tarde eufemísticamente alterado o nome para Província Ultramarina Tanto assim, que os nossos passaportes ou bilhetes de identidade eram Portugueses, muito embora pudéssemos ter nascido em Angola. A língua, cultura, tradição e passado histórico sempre foi o Português, por isso é que nas escolas sempre aprendemos a História de Portugal e não a história dos genuínos autóctones africanos nem dos seus reis D.Pedro VII, Príncipe Nicolau do Congo, Rei do Loango ou dos Sobas da Huila, Lubango, Jamba ou Lunda. Também não aprendemos as lendas, diferentes dialectos, ritos tribais, nem adoptamos a religião Tocoista
O dialecto Umbundo que era o mais usado em Angola depois da língua Portuguesa, nunca nos foi leccionado na escola como língua alternativa. Na minha modesta opinião só poderão ser considerada verdadeiros cidadãos Angolanos todos aqueles que nasceram após independência, muito embora o país não tivesse sido reconhecido pela maioria das potências estrangeiram quando se tornou unilateralmente independente sob a bandeira do movimento de libertação do MPLA. E todos os países que nessa altura reconheceram Angola, a começar pelo Brasil e países do leste Europeu, foi meramente por conveniência, interesses económicos estratégicos ou sintonia política marxista.
Quando os brancos que nasceram em Angola quer lá tenham ficado ou fossem corridos a sua naturalidade jamais se alterará em circunstância alguma mas em relação á sua nacionalidade poderiam ter optado pela angolana e muitos o fizeram sem contudo ter perdido a Portuguesa. Eu sei que a lei da nacionalidade já mudou, e hoje para se ser considerado cidadão angolano, é preciso ter-se nascido em angola e ser filho de progenitores angolanos. Os poucos que ficaram, e conheço alguns, vivem hoje hipocritamente com os dois passaportes para os usarem de acordo com as suas conveniências. Várias páginas foram criadas no “Facebook”, sob várias títulos, onde 38 anos depois, centenas ou milhares de Portugueses, brancos, negros e mestiços se congregam para saudosisticamente carpirem nos ombros uns dos outros os belos tempos que naquela terra passaram, os prédios onde viveram, as escolas onde estudaram os amigos que se perderam na poeira do caminho.
Raramente se vê alguém insurgir-se contra o Governo de Angola por se terem indevidamente apropriado dos bens, valores e propriedades das quais fomos espoliados sem sermos ressarcidos. Saudades de prédios, ruas, locais, escolas, cafés e restaurantes, confesso que não tenho e dos meus amigos quase todos se espalharam pelos quatro cantos do mundo. Penso que os genuínos autóctones Angolanos residentes em Angola muito devem gozar ao ler estas páginas do “Facebook,” ao constatarem como os ex-colonos se ridicularizam e rebaixam reiterando o seu amor edilico por aquela terra com postagens que fazem chorar as pedras da calçada. Também não entendo porque o Governo de Angola não oficializou o Kibundo ou Umbundo como língua oficial do Pais, se desejavam erradicar todos os vestígios do colonialismo Português como fizeram removendo estátuas, monumentos, alterando o nome de províncias, ruas, avenidas e mudando o dinheiro. As novas denominações fiduciárias angolanas, não passam de dinheiro “macaco” o qual apenas tem validade no seu país que rebaptizei como a nova Republicas dos Coqueiros, pois a das Banana já é demasiado conhecida. A razão pela qual os países colonizados africanos não adoptaram dialectos locais como linguagem nacional, foi pela simples razão de não ficarem isolados do resto do mundo, pois se o fizesses ficariam o resto da vida a falar sozinhos entre eles e mesmo assim não se entenderiam, pois cada grupo étnico fala uma linguagem diferente o que sempre ajudou dividir para reinar.
6-3-2015
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