domingo, 1 de março de 2015

O MONOLITISMO ANGOLANO

Para os usuários da internet e Facebook em particular, é fácil de constatar que existem várias páginas dedicadas maioritariamente aos ex-residentes em Angola, onde pululam milhares de retornados ou refugiados como lhes queiram chamar de etnia branca, negra ou mestiça que abandonaram o território em 1975 e se dispersaram pelo mundo inteiro, tendo obviamente a grande maioria regressado a Portugal. Agora com esta possibilidade facultada pela cibernética de acesso às redes sociais através de computadores tornou-se mais fácil para as pessoas procurarem por este meio restabelecer contactos com velhas amizades que se perderam na poeira do tempo, bem como postarem comentários ou fotos de áreas citadinas, ruas locais, prédios onde viveram, escolas que frequentaram recordando e revivendo esse passado onde dizem ter sido felizes. De entre toda esta miscigenação em que os Portugueses foram prolíferos porque nunca tivemos uma génese racista em relação aos autóctones dos vários territórios que colonizamos, resultou que dessa rica convivência cultural procriamos juntamente com os locais, um novo ADN com tonalidades epidérmicas diferentes, que ficaram para a história como prova dos nossos 500 anos de colonização que nos levou desde o continente, asiático ao americano e africano. Quando o Império colonial Português iniciou o seu colapso e desmoronamento a partir do 25 de Abril de 1974, as vicissitudes dos Portugueses por ele espalhados começaram a agravar-se exponencialmente causando traumas inimagináveis aos milhares de colonos que se encontravam disseminados pelas várias Províncias Ultramarinas. No caso especifico de Angola e passados 39 anos, ainda são bem visíveis nos comentários e postagens dessas pessoas que através de fotos já bafientas rebuscadas no fundo do baú das recordações com a finalidade de desesperadamente insuflar-lhe nova vida para nos revermos quando eramos crianças, adolescentes ou já adultos. As marcas das feridas não saradas das recordações recalcadas e das lágrimas da eterna saudade ainda choradas que dolorosas e teimosamente vão sendo reprimidas e amordaçadas, voltam de novo á superfície numa erupção de sentimentos e emoções difíceis de conter Há quem defenda acerrimamente Angola especialmente os angolanos residentes no país ou em Portugal mas afectos ao governo do MPLA. Numa outra trincheira defendendo privilégios financeiros, mas debaixo da mesma bandeira politica e de subserviência ao poder instalado, estão os novos expatriados portugueses e os antigos colonos que nunca abandonaram o território. Hoje em dia, existem em Angola milhares de novos colonos que abrangem diferentes etnias sendo os portugueses e chineses a grande maioria. O estado caótico da economia Portuguesa devido á crise financeira levou milhares de Portugueses para os mais variados destinos do mundo á procura de melhores condições de vida e Angola foi um deles. Esta grande vaga de emigrantes que se diz serem cerca de 300 mil são na sua grande maioria licenciados e portanto pessoas de um nível académico completamente diferente da emigração que se processava antes de 1975. Obviamente que estas pessoas, procuram defender os seus tachos e os vistos de trabalho, portanto como estão a vender a sua alma ao diabo pactuam com ele evitando tecer considerações menos elogiosas ao país e patrão que lhes paga, remetendo-se ao silencia e tornando-se cúmplices das atrocidades democráticas que se continuam a processar naquela país. Muitos tentados a escamotear a verdade procuram vender ao mundo a imagem de que Angola é um paraíso, onde a democracia se colhe das árvores e a liberdade de expressão se pesca livremente no mar ou se escava no subsolo. Existem outros onde me enquadro, que não têm memória curta e que me sinto por sido maltratado, expulso escorraçado e espoliado dos meus bens, e, como sou filho de boa gente não me calo, portanto, continuarei sem sentimentos saudosistas e livre de complexos a manifestar-me publicamente sem receio de retaliações. De entre todos estes milhares de pessoas que diariamente tecem os seus comentários nas diferentes páginas existentes na internet e particularmente no Facebook, dedicados a Angola, são revelados sentimentos e emoções de vária natureza, uma vez que as pessoas se despem deixando a pele exsudar quer ressentimentos ou uma amnesia total sobre a forma de como fomos enxovalhados e corridos do território. A patologia curiosa é a de que se lhes fosse dada a oportunidade regressariam de novo a dormir com o inimigo como se nada se tivesse passado. Houve quem se tivesse curado rapidamente tal como eu, dessa doença nefasta e mórbida chamada saudade e nostalgia. Com o tempo as pessoas acabaram por reconstruir as suas onde emigraram, os quais em muitos casos os acolheram gratamente pelo “Know-How” que levaram, proporcionando-lhe condições vivenciais bem melhores do que aquelas que tinham em Angola, tornando-se numa troca benéfica e compensadora. O conhecimento que estes novos emigrantes puseram ao serviço e dispor dos países para onde emigraram foi uma mão-de-obra altamente especializada que os Marxistas Angolanos perderam em 1975, quando mais precisavam dela para evitar que o país não descambasse para um caos o que acabou por acontecer devido á debandada dos colonos. Hoje os angolanos pagam a peso de ouro esse “know-how” perdido em 1975 contratando em Portugal e outros países a mão-de-obra e o conhecimento de que tanto precisam para assegurarem a sua sobrevivência, pois sem os novos colonos os angolanos já seriam certamente uma raça em vias de extinção. O governo do MPLA liderado por José Eduardo dos Santos foi concebido para o defender e assegurar-se da inviabilidade de um golpe de estado que o apeasse do poder obrigando-o a exilar-se do país. Para esse efeito instalou um sistema politico assente numa oligarquia protectora rodeando-se de familiares e pessoas de confiança que protegem a sua retaguarda, para que este possa exercer o seu magistério de forma sossegada e tranquila. Obviamente que os favores se pagam, uma mão limpa a outra e José Eduardo dos santos proporcionou figurativamente pocilgas e manjedouras douradas revestidas a diamantes com piscinas cheias de petróleo para que estes familiares e amigos do peito pudessem impunemente chafurdar roubando o país á mão desarmada e á tripa forra, pois ninguém se atreve a prender o próprio policia. Para quem não saiba aqui deixo uma lista dos cabecilhas que fazem parte dos tentáculos deste polvo governamental e das empresas estatais. 1.Ministro das finanças: Carlos Lopes, marido da irmã da primeira-dama Ana Paula dos Santos. 2. Ministro do Ensino Superior, Adão Do Nascimento, sobrinho do presidente José Eduardo dos Santos. 3. Vice-presidente da Republica, Manuel Vicente, enteado da falecida irmã do presidente José Eduardo dos Santos. 4. Secretário de Estado para Habitação, Joaquim Silvestre, irmão da primeira-dama Ana Paulo dos Santos. 5. Secretaria do Presidente para Assuntos Particulares, Avelina Dos Santos, sobrinha do Presidente José Eduardo Dos Santos, filha do seu irmão Avelino Dos Santos. 6. Administrador do Fundo Soberano, Zenu dos Santos, filho do José Eduardo dos Santos. 7. Secretário-geral da casa militar, Catarino Dos Santos sobrinho de José Eduardo dos Santos, filho do seu irmão Avelino dos Santos. 8. PCA da EPAL Leonildo Ceita primo da primeira-dama. 9. PCA da ENANA, Manuel Ceita, primo da primeira-dama Ana Paula dos Santos. 10. PCA do Banco de Comercio e Industria (BCI), Filomeno Ceita primo da primeira-dama. 11. Director do Instituto Nacional de Estatística, Camilo Ceita, primo da primeira- dama, Ana Paula dos Santos. 12. PCA da MECANAGRO, da GESTERRA e presidente da Federação Angolana de Hóquei em patins Carlos Alberto Jaime Calabeto, sobrinho/primo do presidente José Eduardo dos Santos. 13. Governador do BNA, José Massano, amigo pessoal e ex-colega de Isabel Dos Santos, filha do presidente José Eduardo dos Santos. 14. Vice-governador do BNA, Ricardo De Abreu, compadre e amigo pessoal de Isabel Dos Santos, filha do presidente José Eduardo dos Santos. 15. Ministra de Comercio, Rosa Pacavira, sobrinha da esposa de Avelino Dos Santos, irmão do presidente José Eduardo dos Santos. 16. Administrador da TAAG, Luís dos Santos, irmão do presidente José Eduardo dos Santos. 17. PCA da ANIP, Maria Emília Abrantes Milucha, mãe da Tchize e Zé Dú dos Santos (Korean Dú) filhos do presidente José Eduardo dos Santos. 18. TPA 2 entregue a Semba comunicações, empresa de Tchize e Corean Dú filhos de José Eduardo dos Santos. 19 PCA/Sonangol José Francisco de Lemos primo da primeira-dama Ana Paula dos Santos. Nesta lista não foram incluídos muitos outros civis que desempenham lugares proeminentes na sociedade empresarial angolana, mas que beneficiam de patrocínios e privilégios governamentais de leis monopolistas criadas especificamente para beneficiarem estas empresas que lideram. Poderia ainda acrescentar quase uma dúzia de generais e outras altas patentes que desde a independência já roubaram e defraudaram Angola em muitos milhares de milhões de dólares. Custa-me ver como tantos fanáticos continuam arrogantemente a menosprezar e gozar sobre a falência económica Portuguesa e a engrandecer e louvar tão alarvemente a grandeza e riqueza de Angola, pois gabam-se que um dia serão donos de Portugal. A grandeza de um país não é traduzida nem pelo seu tamanho nem pelas suas riquezas naturais veja-se o caso da Suíça, Holanda, Dinamarca, Bélgica, Suécia e Noruega. O prestigio, respeito de uma nação aos olhos do mundo ganha-se ao longo de milénios e séculos e não quando tem como Angola um índice per capita por cidadão de cerca de 1 euro por dia e quando consta nos primeiros lugares de uma lista de 170 países mais corruptos do mundo. Angola nem daqui a mil anos mesmo que todos os angolanos caguem ouro. Ferro, fosfatos ou diamantes e mijem petróleo terá atingido os níveis de desenvolvimento académico e tecnológico que Portugal tem hoje. 23-11-2014

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