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terça-feira, 8 de setembro de 2015
FANTASMAS DO PASSADO
Há fotos sobre locais em Angola que são publicadas quase que diariamente pelas diferentes páginas que existem no Facebook criadas por pessoas que viveram em Angola, sendo a Marginal e o Miradouro da Lua duas delas que aparecem mais vezes comparativamente com todas as outras. Muitas vezes pergunto a mim próprio quando é que todos estes milhares de saudosistas se vão finalmente cansar de carpir as suas mágoas e acordar desse malfadado sonho que os enfeitiçou para sempre, prendendo-os a um passado do qual não se conseguem libertar impedindo-os de se readaptarem e de viverem o presente. Lamento profundamente constatar que todas estas pessoas ainda continuam a viver atormentadas por um passado que as torna incapazes de cortarem o cordão umbilical que as prende há 38 anos a uma terra que já nada tem a ver com aquela que deixaram em 1975. Penso que já passou tempo suficiente para terem exorcizado os demónios que as têm perseguido e impossibilitado de esquecerem o local onde um dia pensaram que iriam ser felizes, mas que se tornou no maior pesadelo, para aqueles que deixam de ter o privilégio de poder escrever a história como vencedores e nós portugueses e Portugal saímos vencidos, roubados e humilhados, deixando ao MPLA e aos bandalhos dos seus cúmplices que governavam Portugal na altura a vergonha de terem pactuado com um bando de terroristas
Apesar de tudo ainda existem imensos nostálgicos de Angola que diariamente vertem as suas saudosas lágrimas pelas inúmeras páginas do Facebook relacionadas com aquela terra que a todos que por lá passaram foram profundamente marcados. Todos os textos que escrevo sobre Angola têm repercussão algo que sempre antecipo devido ao meu radicalismo de ter memória de elefante. Entendo perfeitamente que nem todos afinem pelo meu diapasão e que portanto reajam com comentários uns de concordância outros mais críticos e abrasivos mas a todos respeito, pois considero que perante a mesma situação as pessoas têm o direito de sentir ou manifestar-se diferentemente. Obviamente que Angola como terra não tem culpa alguma de que uma corja de gatunos dela se tenha indevidamente apropriado pela força das armas para enriquecerem ilicitamente quando através do poder discricionário alienam as riquezas do país concedendo às multinacionais estrangeiras os direitos para as explorarem. Hoje passados 40 anos existem 2 tipos de pessoas cujo passado ultramarino pode ser classificado de acordo com os seus escalões etários. Existem aqueles que em 1975 já eram adultos que hoje devem andar entre os 70 e 75 anos, e aqueles que ainda eram crianças ou adolescentes cujas suas idades se devem encontrar circunscritas entre os 45 e 50 anos. Durante o período deste holocausto colonial, aqueles que ainda eram crianças na altura jamais compreenderão as consequências dramáticas, fatídicas e traumáticas que o 25 de Abril causou nos seus progenitores e familiares. Hoje quando faço algumas digressões sobre esse sombrio passado chego á conclusão de que nunca deveríamos ter abandonado o território mesmo que isso tivesse implicado correr alguns riscos, pois a grande maioria dos portugueses, não tinha “rabos-de-palha”, remorsos de consciência em relação a abusos ou atrocidades que tivessem cometido ou infligido aos negros, antes pelo contrário. Todos nós somos livres de expressarmos os nossos sentimentos da forma que melhor entendermos e entre o amor e ódio a obsessão e a indiferença as nuances são várias, para todos os gostos e feitios. Há ainda hoje pessoas que fisicamente decidiram regressar ao passado voltando a Angola, uns por se sentirem inadaptados em Portugal, outros porque o chamamento das suas raízes foi mais forte e isso compeliu-os a inverter a marcha das suas vidas, e finalmente uma grande maioria que nunca lá viveu, mas que mercê das condições de não empregabilidade em Portugal decidiram emigrar para Angola, procurando melhores condições de vida. Obviamente que estes novos colonos que procuram Angola como tábua de salvação por não a encontrarem em Portugal, não investem lá um dólar todo o dinheiro que lá ganham e portanto sem qualquer rebuço não tenho pejo algum em os apelidar de mercenários, que chulam e usam o país de acordo com as suas conveniências. Só não consigo compreender como é que todos aqueles que foram forçados a deixar Angola, possam esquecer-se da forma como lá foram enxovalhadas e espoliadas de todos os seus bens e valores em 1975. Costuma-se dizer que quem não se sente não é filho de boa gente e eu jamais voltaria a visitar ou frequentar a casa de alguém de quem me considerava amigo de onde fui corrido. Muito no íntimo aos verdadeiros autóctones negros, não lhes agrada a nossa presença no território, não somos bem-vindos muito embora isso não seja dito ostensivamente de forma audível. O ano de 1975 ou de 2015 não altera o estatuto de COLONO com que os Portugueses recém emigrados continuam a ser apelidados em Angola e é preciso realmente estar-se a morrer á fome em Portugal para se ter um estômago que aguente sem vomitar o sentirmo-nos tolerados e malquistos numa terra cujos seus naturais prefeririam não ver outra cor que não fosse o negro.
12-5-2015
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