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segunda-feira, 7 de setembro de 2015
VAMOS VER SE NOS INTENDEMOS
Nasci em Angola, estudei em Luanda e desde a primária até ao 7º ano sempre tive como colegas brancos, pretos mulatos, e mestiços, joguei basquetebol no Sporting, Maianga, Ferroviário e Belenenses com angolanos negros, brancos, mulatos e mestiços e trabalhei profissionalmente também misturado com eles. Tive amigos que desempenharam lugares proeminentes nas Direcções ou Directórios quer civis e militares dos 3 movimentos de Libertação e alguns chegaram a ministros pelo MPLA, depois da Independência de Angola.
Ao longo da minha vida quer académica, desportiva social ou profissional até que deixei Angola em 1975 com 32 anos, nunca tive ou exerci em relação aos angolanos não brancos qualquer sentimento rácico ou discriminatório de segregacionismo, primeiro porque nunca esteve na minha índole de ADN, e em segundo lugar, porque nunca ocupei uma profissão ou posição hierárquica em que tivesse que decidir, sobre quem admitir, despedir, admoestar ou punir. E muito menos o faria se o critério fosse baseado na cor da epiderme.
Fui testemunha não presencial dos acontecimentos de terrorismo desencadeados primeiros pelo MPLA em 4 e 11 de Fevereiro de 1961 à Cadeia de São Paulo e Casa de Reclusão de Luanda que deixaram 8 polícias europeus mortos bem como vários sipaios negros. Mais tarde a 15 de Março de 1961 a UPA depois FNLA, iniciaram oficialmente uma onda de terrorismo onde massacraram, chacinaram e esquartejaram numa hecatombe de selvajaria milhares de colonos, fazendeiros e suas famílias nas roças mais isoladas do norte de angola, bem como os seus trabalhadores negros, de forma traiçoeira dando inicio à guerra colonial a qual durou até finais de 1975.
Tive o privilégio de ter visto as fotos que o meu estimado amigo Manuel Graça fotógrafo do Jornal a Província de Angola tirou no norte de Angola logo após os eventos de Março de 1961, pois foi dos primeiros foto jornalistas a documentar esse genocídio em livro intitulado Angola 1960/1965 SURPRESA-GUERRA-RECUPERAÇÃO, que publicou em Angola em 1965 com mais de 250 arrepiantes fotos daquela sanguinolenta carnificina. O Manuel Graça fotografou-me várias vezes durante a minha actividade basquetebolistica para a página desportiva do jornal A Província de Angola que era coordenada por outro amigo meu o jornalista Rebelo Carvalheira.
Quando na vida atingimos uma fase em que conseguimos conjugar certos aspectos fundamentais que nos permitem uma independência e auto-suficiência profissional, intelectual, financeira e social de apenas fazermos aquilo que nos estimula quer pelo devaneio, capricho, desejo, paixão ou luxúria, sem que nos sintamos condicionados ou obrigados a ter que prestar contas ou justificarmos os nossos actos, a quem quer que seja, a esse estatuto eu chamo viver em plena liberdade. Essa liberdade só pode ser conseguida ou obtida quando não temos patrões, esposas, namoradas ou filhos que ainda vivem sobre a nossa tutela parental. Este tipo de vida não é imaginário nem o resultado do meu onirismo, ele existe e, eu faço parte dele. Apenas partilho o meu qualitativo tempo com quem me agrada e estimula. Há muitos anos que deixei de engolir sapos vivos ou mortos, digo SIM ou NÂO com a mesma facilidade a quem quer que seja, pois não faço fretes nem favores e não tenho que agradar quer a Gregos ou Troianos, mas apenas a mim próprio. Penso ser um privilégio que não está ao alcance de todos quando nos sentimos desejados e bem-vindos e nunca tolerados ou marginalizados, quando temos a faculdade de escolher sem ser escolhido, chegar sem se fazer anunciar ou sair para não mais voltar. Na minha provecta idade nada tenho que esconder, digo claramente aquilo que sou e penso, ao que venho, e se o faço qual a razão, do que gosto ou detesto bem como ao de que sou indiferente.
O que gosto pertence ao meu foro privado, do que não gosto faço questão que toda a gente saiba os terrenos que pisam ou o calibre do inimigo que terão pela frente caso ousem desafiar-me ou hostilizar-me provocativamente. Não gosto de favas nem de moelas mas gosto de galinhas, não gosto de língua de vaca mas gosto de carne de vaca, não gosto de peixe sem escamas mas gosto de todos os outros, não bebo cerveja mas ingiro todas as outras bebidas e dentro da mesma filosofia de pensamento tenho o direito de não gostar dos negros angolanos, mas gostar de Angola. Detesto gente chata, e sem caracter, cretinos, estúpidos e imbecis não tolero no meu raio de acção, não gosto do Porto nem do Sporting nem de nenhum partido político existente em Portugal. Nunca tive ídolos de pés de carne e osso, e muito menos quando estes são fabricados pela música, cinema ou desporto com pés de barro, gesso, barro, chumbo ou cristal para gaudio das massas que os idolatram e veneram como deuses.
Abomino todas as religiões, deuses, santos, bruxos e videntes, sou ateu convicto e visceral. As democracias são sistemas políticos que nos concedem liberdade e garantias que nos permitem gostar ou detestar pessoas ou coisas e assumirmos publicamente sem receio de infringir as leis da sociedade nas quais nos encontramos inseridos as nossas opções e escolhas, sem sermos, perseguidos, presos ou deportados.
Quando da minha vivência em Angola desde 1942 ano em que nasci até Outubro de 1975 ano em que parti, tive oportunidade de assistir às barbaridades que os angolanos negros fizeram aos colonos e eu fui um deles que tive de fugir do Bairro Prenda, na rua dos Mareantes onde residia, para o centro da cidade, por ameaças de invasão da minha casa. Na noite do dia 1º de Maio de 1975, as paredes exteriores da minha vivenda ficaram cravejadas de balas, tive que gatinhar do meu quarto até ao dos meus filhos que em pânico se encontravam aterrorizados. Infelizmente o território de Angola não tem culpa de uma minoria de criminosos, bandidos e ladrões que alberga no seu seio, os quais roubam, matam, delapidam e oprimem toda uma população que tem graves culpas no cartório pois foram cúmplices daqueles que hoje governam o país. As populações citadinas que tiveram a missão de assustar, aterrorizar, matar e fazer desaparecer misteriosamente alguns dos colonos para que estes abandonassem o território em face das ameaças veladas que eram ditas em surdina e as quais começariam a ter efeito depois da independência em 11 de Novembro. O MPLA depois de escorraçar os outros dois movimentos de Luanda, não queria assumir directamente a responsabilidade de directamente através das FAPLA escorraçarem violentamente os colonos brancos, portanto indirectamente usaram o povo nessa época apelidado de “PODER POPULAR” o qual de forma encapotada fez o trabalho sujo desresponsabilizando o MPLA perante as autoridades portuguesas, a quem competia salvaguardar a vida dos colonos ali radicados.
A partir dessa altura deixei de gostar dos angolanos negros é um direito que me assiste, devido aos infaustos acontecimentos de 1975. Tudo aquilo que de mal possa acontecer em Angola acho que é sempre pouco e que a dose deveria ser a quadruplicar. Os angolanos têm o que merecem e todos estes jovens dissidentes políticos a quem hoje o governo do MPLA, persegue prende sem julgamento, tortura e mata por motivos políticos, isto é apenas a paga para que sintam na pele o mesmo que os seus pais nos fizerem há 40 anos atrás. O ter saudades de Angola, não implica ter saudades dos angolanos, pois este meu sentimento de aversão não é rácico ou determinado pela cor da pele, mas sim pela nacionalidade pois o mesmo não se aplica aos negros de outras nacionalidades
27-7-2015
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